E quem socorre as organizações intermediárias?
Foi dada a largada
intermediários em disparada,
sem tempo para refletir sobre sua própria atuação
e sobre os rumos do ecossistema.
A correria é pesada e,
pra onde todos seguem,
ninguém sabe.
É saudável ter muita demanda?
Viver de projetos e ao sabor dos financiadores?
Já não vimos esse filme
no mundo das ONGs?
Mas aí veio a pandemia
e tudo mudou!
Projetos diminuíram,
foram congelados
ou cortados.
“Parças” foram deixados no acostamento.
Como diz o matuto da roça:
“farinha pouca, meu pirão primeiro”.
O quadro:
intermediários em aperto financeiro
e seus pipelines de negócios idem.
Enquanto assistimos ao recorde de doações,
que parecem passar ao largo
do campo do impacto.
Curioso, não?
Enquanto durar este pit-stop forçado,
como ficarão intermediários
e ‘seus’ negócios apoiados?
Alguém realmente se importa?
Então, por que não há mobilização de $
também para esta turma?
De um lado, critica-se a filantropia,
por não destinar parte de seus aportes
também pra cá.
De outro, fica a perplexidade com a
retração dos investidores de impacto.
Na hora em que o impacto
mais precisa de capital paciente e apoio
Parece se deparar com indiferença
e pouca empatia.
E os governos?
Não seria também papel deles
socorrerem essa turma?
Em tese, sim.
Mas adoraria ver exemplos efetivos
de destinação de recursos não-reembolsáveis
para apoio emergencial a atores-chave
deste ecossistema.
E nós, cidadãos/pessoas físicas,
temos também “feito a nossa parte”?
Ou
Seguimos anestesiados
em lives-solidárias-pra-inglês-ver?
Ou pior:
Batendo palminha para os
solidários da última hora.
Publicado originalmente em: https://aupa.com.br/um-pit-stop-chamado-pandemia/
O post Um pit-stop chamado pandemia apareceu primeiro em Fábio Deboni .
Fonte
O post “Um pit-stop chamado pandemia” foi publicado em 24th julho 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte Fábio Deboni