A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) reuniram uma série de informações sobre o coronavírus, identificado como 2019-nCoV. Até agora, não há nenhum caso da doença confirmado no Brasil.
A doença, que pode evoluir para pneumonia e até matar, não tem vacina. As principais medidas de prevenção estão relacionadas a higiene. Tire suas dúvidas a seguir:
Principais informações
• Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus (2019-nCoV) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
• Os coronavírus são a segunda principal causa do resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum.
• Há sete coronavírus humanos (HCoVs) conhecidos, entre eles o SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), o MERS-COV (síndrome respiratória do Oriente Médio) e o 2019-nCoV.
• Casos de doenças causadas pelo novo coronavírus (2019-nCoV) foram notificados pela primeira vez em 31 de dezembro de 2019, na República Popular da China. Atualmente, 24 países já confirmaram casos – a maioria deles na China. No Brasil, não há casos confirmados do novo coronavírus.
• A OPAS e a OMS estão prestando apoio técnico aos países, na preparação e resposta ao surto do 2019-nCov.
• As medidas de proteção são as mesmas utilizadas para prevenir doenças respiratórias, como: se uma pessoa tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, deve procurar atendimento médico assim que possível e compartilhar o histórico de viagens com o profissional de saúde; lavar as mãos com água e sabão ou com desinfetantes para mãos à base de álcool; ao tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um tecido – em seguida, jogar fora o tecido e higienize as mãos.
Início
Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos.
Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum.
Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV, MERS-COV e o mais recente, temporariamente nomeado 2019-nCoV.
A OMS tem trabalhado com autoridades chinesas e especialistas globais para aprender mais sobre o vírus, como ele afeta as pessoas que estão doentes, como podem ser tratadas e o que os países podem fazer para responder.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem prestado apoio técnico aos países das Américas e recomendado manter o sistema de vigilância alerta, preparado para detectar, isolar e cuidar precocemente de pacientes infectados com o novo coronavírus.
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus (2019-nCoV) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Essa decisão aprimora a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interromper a propagação do vírus.
De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional, a Emergência Internacional é “um evento extraordinário que pode constituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacional coordenada e imediata”.
É a sexta vez na história que uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional é declarada. As outras foram:
• 25 de abril de 2009 – pandemia de H1N1
• 5 de maio de 2014 – disseminação internacional de poliovírus
• 8 agosto de 2014 – surto de Ebola na África Ocidental
• 1 de fevereiro de 2016 – vírus zika e aumento de casos de microcefalia e outras malformações congênitas
• 18 maio de 2018 – surto de ebola na República Democrática do Congo
A responsabilidade de se determinar se um evento constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional cabe ao diretor-geral da OMS e requer a convocação de um comitê de especialistas – chamado de Comitê de Emergências do Regulamento Sanitário Internacional.
Esse comitê dá um parecer ao diretor-geral sobre as medidas recomendadas a serem promulgadas em caráter emergencial. Essas Recomendações Temporárias incluem medidas de saúde a serem implementadas pelo Estado Parte onde ocorre a Emergência – ou por outros Estados Partes conforme a situação – para prevenir ou reduzir a propagação mundial de doenças e evitar interferências desnecessárias no comércio e tráfego internacional.
Perguntas e respostas
Quais são os sintomas de alguém infectado com o coronavírus?
Depende do vírus, mas há sintomas comuns como febre, tosse e dificuldade de respirar. Em casos mais graves, a infecção pode causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e até morte.
Os coronavírus podem ser transmitidos de pessoa para pessoa?
Sim, alguns coronavírus podem ser transmitidos de pessoa para pessoa, geralmente após contato próximo com um paciente infectado, por exemplo, em casa, no local de trabalho ou em um centro de saúde.
Existe uma vacina para um novo coronavírus?
Não. Quando uma doença é nova, não há vacina até que uma seja desenvolvida e isto pode demorar alguns anos.
Existe um tratamento para um novo coronavírus?
Não existe tratamento específico para a doença causada por um novo coronavírus, mas muitos dos sintomas podem ser tratados. As opções terapêuticas dependem do estado clínico de cada paciente. O tratamento dos sintomas nas pessoas infectadas pode ser muito eficaz.
O que posso fazer para me proteger?
As recomendações para reduzir a exposição a uma série de infecções e para não as transmitir são:
• Lave as mãos com água e sabão ou com desinfetantes para mãos à base de álcool;
• Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um tecido – jogue fora o tecido imediatamente e higienize as mãos;
• Se tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, procure atendimento médico assim que possível e compartilhe seu histórico de viagens com o profissional de saúde;
• Evite contato próximo sem proteção adequada com qualquer pessoa com sintomas semelhantes aos da gripe ou resfriado;
• Cozinhe bem a comida, especialmente carne e ovos;
• Evite o consumo de produtos de origem animal crus ou mal cozidos. Carne crua, leite ou órgãos de animais devem ser manuseados com cuidado, para evitar a contaminação cruzada com alimentos não cozidos, conforme as boas práticas de segurança alimentar;
• Se visitar mercados de animais vivos em áreas onde foram notificados casos do novo coronavírus, evite o contato direto sem proteção adequada com animais vivos e com superfícies em contato com esses animais.
Os seres humanos podem ser infectados por um novo coronavírus de origem animal?
Uma série de investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi transmitido de civetas para humanos na China em 2002 e o MERS-CoV de camelos dromedários para humanos na Arábia Saudita em 2012. Vários coronavírus conhecidos estão circulando em animais que ainda não infectaram humanos. À medida que a vigilância melhora no mundo, é provável que mais coronavírus sejam identificados.
Notificação de casos do novo coronavírus (2019n-CoV)
3 de fevereiro de 2020
Mundo
17.391 casos confirmados
China (incluindo Hong Kong, Macau e Taipei)
17.238 casos confirmados, sendo 2.296 casos graves e 361 mortes
Outros países
153 casos confirmados em outros 23 países e territórios fora da China, incluindo uma morte. São eles: Alemanha, Austrália, Camboja, Canadá, República da Coreia, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos da América, Federação Russa, Filipinas, Finlândia, França, Índia, Itália, Japão, Malásia, Nepal, Reino Unido, República Popular da China, Suécia, Singapura (uma morte), Sri Lanka, Tailândia e Vietnã.
Mais informações aqui.
Brasil
No Brasil, até 3 de fevereiro, há 14 casos suspeitos em investigação para o novo coronavírus (2019n-CoV), que estão atualmente em investigação. Até o momento, o país não teve caso confirmado de 2019n-CoV.
O Ministério da Saúde do Brasil tem realizado monitoramento diário da situação junto à OMS e instalou um Centro de Operações de Emergência (COE) que tem como objetivo preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos de 2019n-CoV no país.
O COE é composto por técnicos especializados em resposta às emergências de saúde pública. Além do Ministério da Saúde, compõe o grupo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Evandro Chagas (IEC), além de outros órgãos.
A OPAS também está participando da organização de um treinamento para profissionais de laboratório de referência, promovido pelo Ministério da Saúde do Brasil e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e – junto com as autoridades de saúde brasileiras – está disponibilizando reagentes para outros países da região das Américas.
Recomendações da OPAS/OMS
Para a população em geral: a OPAS/OMS recomenda reduzir a exposição e transmissão de uma variedade de doenças praticando a higiene respiratória e das mãos e seguindo práticas alimentares seguras.
Para trabalhadores de saúde: esteja atento a pessoas com histórico de viagens para a China que tenham febre e sintomas respiratórios. Se você é um profissional de saúde que cuida de um paciente com 2109-nCoV, cuide-se e siga os procedimentos recomendados para prevenção e controle de infecção.
Para pessoas que podem ter infecção por 2019-nCoV: siga as orientações da OMS sobre como reduzir o risco de espalhar a doença para outras pessoas. Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um tecido – jogue fora o tecido imediatamente e higienize as mãos; lave as mãos com água e sabão ou com desinfetantes para mãos à base de álcool; se tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, procure atendimento médico assim que possível e compartilhe seu histórico de viagens com o profissional de saúde.
Para viajantes: mantenha-se atualizado com os avisos de saúde de viagens da OMS relacionados a esse surto.
Para profissionais de laboratório: mantenha-se atualizado sobre as informações a respeito de testes.
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