O diretor regional para a América Latina e o Caribe do Escritório das Nações Unidas de Coordenação para o Desenvolvimento, Christian Salazar, esteve no Brasil para uma série de reuniões com o governo brasileiro e com a equipe de país da ONU, de 17 a 19 de fevereiro.
Salazar esteve com o vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, para conversar sobre as prioridades do Brasil, sobre os grandes desafios globais e sobre o apoio da ONU ao desenvolvimento sustentável do país.
O diretor regional foi acompanhado pelo coordenador-residente da ONU no Brasil, Niky Fabiancic. A visita ocorreu no momento em que o Sistema ONU se prepara para iniciar a negociação de um novo marco de cooperação com o Brasil.
O documento traça as diretrizes de colaboração entre a ONU e o país por um prazo de cinco anos. O atual marco de cooperação está vigente até 2021, e a elaboração do novo documento deve começar no final de 2020.
Durante a reunião com o vice-presidente, o general Mourão destacou o fluxo de venezuelanos chegando ao Brasil e a resposta coordenada oferecida pelo governo brasileiro com liderança do Exército e pela ONU.
Ele apontou outras áreas em que o apoio da ONU é crucial para o Brasil, como o combate à pobreza, o aprimoramento do sistema de educação, o combate ao desemprego e a segurança pública.
O vice-presidente ressaltou ainda seu papel no Conselho da Amazônia: “Nosso objetivo é promover proteção, preservação e desenvolvimento, que na Amazônia só pode ser sustentável”.
O ministro Toffoli agradeceu pela inovadora parceria da ONU com o Sistema Judiciário para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e destacou que o novo modelo de gestão do Judiciário prevê que todos os atores trabalhem juntos na prevenção de problemas, e não apenas na resolução de conflitos.
Ele destacou ainda o potencial de cooperação regional. “Temos aqui no Brasil práticas do sistema Judiciário que podem ser replicadas em outros países”.
Atuação coordenada
A integração entre as agências especializadas, fundos e programas do Sistema ONU é uma prioridade. As diversas entidades que compõem o Sistema das Nações Unidas devem trabalhar de forma coordenada e colaborativa, para oferecer respostas efetivas aos desafios de cada país e aos grandes temas globais, como o combate à pobreza, a redução das desigualdades e a crise climática.
As lideranças das 24 agências da ONU presentes no país se reuniram nos dias 18 a 19 de fevereiro e discutiram, com base nos planos e prioridades do Brasil, a linha de ação que o Sistema ONU seguirá nos anos de 2020 e 2021.
O biênio 20/21 marca a finalização do atual marco de cooperação das Nações Unidas com o Brasil. Em sua apresentação às lideranças das entidades da ONU, Salazar destacou a importância desse processo de planejamento para garantir que as ações do Sistema ONU causem impactos positivos no país. “O mundo está mudando constantemente, por isso é tão importante termos tempo para refletir”, disse.
De acordo com Salazar, vemos diferentes tipos de crises em várias regiões do mundo, inclusive na América Latina. “Podemos ver o aumento das demandas para que a ONU ajude a lidar com crises na região, por isso precisamos ter visão estratégica e construir nossas ações com base em nossas fortalezas”, afirmou.
Ele destacou ainda as cinco prioridades globais da ONU: implementação dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável; prevenção de crises; parcerias e financiamento estratégico; não deixar ninguém para trás e garantia de direitos humanos; e inovação nas operações da ONU.
A reunião contou também com apresentações de representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para que as entidades que compõem o Sistema ONU no Brasil tivessem clareza sobre as prioridades do Brasil para o próximo biênio e, com isso, pudessem planejar suas ações de modo a apoiar o país.
“Não podemos perder de vista que nossa razão de ser é servir ao país e trabalhar para reduzir as desigualdades, melhorar a qualidade de vida e ampliar o acesso a oportunidades”, afirmou Fabiancic.
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