DO OC – Temperaturas globais em alta, com possibilidade de novos recordes anuais e médias de até 1,9°C acima das registradas no período pré-industrial. Esse é o horizonte para os próximos cinco anos, segundo relatório publicado nesta quarta-feira (28) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
De acordo com o documento , há 80% de possibilidade de que a marca de ano mais quente já registrada (atualmente, 2024) seja batida no período de 2025 a 2029.
“Acabamos de experimentar os dez anos mais quentes já registrados. Infelizmente, este relatório da OMM não oferece nenhum sinal de trégua para os próximos anos, e isso significa que haverá um impacto negativo crescente em nossas economias, em nossas vidas diárias, em nossos ecossistemas e em nosso planeta”, disse a secretária-geral adjunta da OMM, Ko Barrett.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, tem como meta principal estabilizar o aquecimento global em 1.5°C (acima dos níveis médios de 1850-1900) até o fim deste século.
Segundo o levantamento da OMM, esse objetivo ainda se mantém nas estimativas de longo prazo (1,44ºC na média para o período 2015-2034), mas há alta probabilidade (86%) de que essa fronteira seja cruzada em pelo menos um ano de 2025 a 2029 e também grandes chances (70%) de que a média fique acima da meta no período.
“O nível de 1,5°C (…) se refere a um nível de aquecimento de longo prazo inferido a partir de temperaturas globais, tipicamente ao longo de 20 anos. Excedências temporárias do nível de 1,5°C são esperadas com frequência crescente à medida que o aumento subjacente da temperatura global se aproxima desse nível”, aponta o relatório.
O documento cita ainda uma chance pequena (1%) de que em ao menos um ano a média de temperatura possa exceder os 2°C.
COP30
Barret alertou para a necessidade de “monitoramento e previsão climática contínuos” para que os tomadores de decisão possam conduzir os processos de adaptação com base na ciência.
Entre as consequências do cenário previsto para os próximos cinco anos estão mais perdas nas geleiras do ártico, anomalias de umidade no norte da Europa e de secas na Amazônia, entre outras.
“O nível atual de aquecimento já provoca ondas de calor mais prejudiciais, eventos extremos de precipitação, secas intensas, derretimento de mantos de gelo, gelo marinho e geleiras, aquecimento dos oceanos e aumento do nível do mar”, apontou a OMM na nota de lançamento.
A entidade citou a COP30 no Brasil e a necessidade de atualização das metas de ação climática conhecidas como NDCs (da sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas), avaliados como “cruciais” para o cumprimento das metas de Paris.
“A comunidade científica tem alertado repetidamente que um aquecimento superior a 1,5°C corre o risco de desencadear impactos muito mais severos das mudanças climáticas e eventos extremos, e que cada fração de grau de aquecimento faz diferença.” (RODRIGO VARGAS)
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O post “Relatório reforça agravamento da crise climática até 2029” foi publicado em 04/06/2025 e pode ser visto originalmente na fonte OC | Observatório do Clima