PRESS RELEASE
A terceira menor taxa de desmatamento da história, divulgada nesta quinta-feira (30/10), é uma conquista da sociedade brasileira e merece ser comemorada. Ela ensina duas lições e lança dois alertas.
A primeira lição é que o desmatamento zero está ao alcance e só depende de o governo e a sociedade quererem chegar lá. A atual administração assumiu com uma alta de 50% nos alertas de desmatamento no último semestre de 2022, após quatro anos de descontrole deliberado, e devolveu a devastação aos mesmos patamares da redução do período 2011-2014, mesmo após o recorde de queimadas de 2024. De quebra, reverteu a alta no Cerrado, que registrou seu segundo ano consecutivo de redução de taxas. É uma prova de que a cesta de políticas públicas de repressão ao crime ambiental criadas sob a batuta de Marina Silva a partir do primeiro governo Lula ainda funciona.
A segunda lição é que o Ibama, afinal, não é “contra o governo”, como disse o Presidente da República quando tentava constranger o instituto a liberar a licença para petróleo na Foz do Amazonas. O mesmo Ibama pressionado e criticado por Lula entregou um dos melhores resultados de seu terceiro mandato.
O primeiro alerta é que as reduções ficarão mais difíceis daqui para a frente e mais dependentes de alternativas econômicas que ainda faltam para a região. E os setores que lucram com a destruição, acuados, ficarão mais perigosos. Que o digam as reações do agro ao Plano Clima, a pressão do Congresso para derrubar os vetos de Lula ao PL da Devastação e a ameaça de asfaltamento da BR-319, que inviabilizará o controle do desmatamento.
O segundo alerta é que o controle de emissões de gases de efeito estufa precisará cada vez mais ser feito em outros setores. “O governo dá com uma mão e tira com a outra: o mesmo Lula que reduz a taxa Prodes também força a expansão da produção de petróleo no Brasil, contrariando a ciência e sabotando a COP30”, diz Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima. “A redução do desmatamento não pode servir como justificativa para o Brasil virar um petroestado.”
Sobre o Observatório do Clima– Fundado em 2002, é a principal rede da sociedade civil brasileira com atuação na agenda climática. Reúne hoje 162 integrantes, entre organizações socioambientais, institutos de pesquisa e movimentos sociais. Seu objetivo é ajudar a construir um Brasil descarbonizado, igualitário, próspero e sustentável. O OC publica desde 2013 o SEEG, estimativa anual das emissões de gases de efeito estufa no país.
Solange A. Barreira – Observatório do Clima
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O post “Prodes mostra que zerar desmatamento é possível” foi publicado em 30/10/2025 e pode ser visto originalmente na fonte Observatório do Clima
