Um estudo sobre pacientes que relataram sintomas físicos e neurológicos atribuídos por famílias e profissionais da área da saúde à vacina contra o HPV (papilomavírus humano) foi apresentado na última quinta-feira (28) ao Governo do Estado do Acre.
As conclusões da pesquisa, feita pela Universidade de São Paulo (USP) a pedido do Ministério da Saúde do Brasil, comprovaram mais uma vez a segurança e a eficácia dessa vacina.
A apresentação do estudo aconteceu no município de Rio Branco e contou com a presença do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS).
Resultados da pesquisa
De acordo com a pesquisa, não há relação entre as propriedades biológicas da vacina e os sintomas relatados por pacientes do estado, como convulsões; perda de consciência; queda ao solo; e abalos motores generalizados após a vacinação.
Segundo o estudo, essas ocorrências são crises psicogênicas (distúrbios no corpo com origem psíquica) causadas pelo estresse do ato de vacinar – não pela vacina.
Maria Tereza da Costa Oliveira, especialista em imunização da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), ressaltou que mais de 300 milhões de doses da vacina contra o HPV já foram aplicadas no mundo e que qualquer efeito adverso que possa estar relacionado à vacinação é extensivamente investigado e monitorado pelos países; pelo Comitê Global Consultivo sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS); e, no caso da Região das Américas, também pela OPAS.
“Essa situação já se repetiu em outros países. Os casos foram estudados e devidamente esclarecidos”, comentou Costa Oliveira.
“Isso aconteceu, por exemplo, na Colômbia em 2014 e acabou tendo um impacto negativo em meninas do município de El Carmen de Bolívar”, lembrou a especialista da OPAS.
De acordo com ela, na ocasião também ficou clara a falta de relação causal – ou seja, os estudos feitos a pedido do governo colombiano confirmaram que a vacina não havia causado qualquer problema de saúde.
“De concreto, nós temos que o câncer de colo do útero mata e essa vacina previne. Portanto, temos que continuar vacinando e conseguir altas coberturas vacinais para garantir que a população estará protegida”, acrescentou.
Efeitos colaterais não perigosos
Como acontece com outras vacinas e medicamentos, a vacinação contra o HPV pode produzir efeitos colaterais leves. Vermelhidão, inchaço ou dor no braço onde a injeção é administrada são comuns.
Algumas pessoas também experimentam dor de cabeça, febre leve, dores nas articulações ou músculos e náusea temporária. Essas reações locais ou efeitos colaterais geralmente duram menos de um dia e não são perigosas.
Ocasionalmente, uma pessoa pode desmaiar ao receber uma vacina ou outra injeção. Isso é mais comum quando muitas crianças e adolescentes são vacinadas em grupo – por exemplo, na escola.
Essa reação costuma estar relacionada ao estresse e à ansiedade, não à própria vacina.
Prevenindo o câncer do colo do útero
O papilomavírus humano (HPV) é transmitido principalmente por contato sexual.
Embora a maioria das infecções por HPV e das lesões pré-cancerígenas desapareçam espontaneamente, há um risco para todas as mulheres que a infecção pelo vírus possa se tornar crônica e as lesões pré-cancerosas possam evoluir para o câncer do colo do útero invasivo.
Dois tipos de HPV (16 e 18) causam 70% dos cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas. Também há evidências científicas que relacionam o papilomavírus humano com cânceres do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe.
No mundo, o câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais frequente em mulheres.
Em 2018, foram 570 mil novos casos. No mesmo ano, aproximadamente 311 mil mulheres morreram em decorrência dessa enfermidade.
No Brasil, mais de 5.000 mulheres morrem a cada ano por essa doença evitável pela vacinação.
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