Instituído em 1988 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma data para promover a conscientização de todas e todos acerca da epidemia global, o Dia Mundial contra a Aids é celebrado pelas Nações Unidas anualmente em 1º de dezembro com propostas de ação para que o mundo alcance o fim da epidemia até 2030, como previsto pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O tema deste ano para o dia é Comunidades fazem a diferença, uma vez que, segundo o último relatório sobre HIV lançado às vésperas do Dia Mundial pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) , quando as pessoas têm o poder de escolher, saber, prosperar, demandar e trabalhar juntas, vidas são salvas, injustiças são evitadas e a dignidade é restaurada.
Em sua mensagem oficial para marcar do Dia Mundial contra Aids de 2019, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirma que “há um recorde de 38 milhões de pessoas vivendo com HIV, e os recursos destinados à resposta à epidemia diminuíram em 1 bilhão de dólares no ano de 2018”.
Segundo Guterres, “mais do que nunca, nós precisamos atrelar o papel das comunidades de base comunitária que atuam em prol de sua gente, prestam serviços relacionados ao HIV, defendem os direitos humanos e oferecem apoio”.
Números do mundo
Em seu discurso oficial no lançamento do relatório do UNAIDS “Poder para as pessoas”, no Quênia , a diretora-executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima, lembrou que a África ainda é o continente mais afetado pela epidemia de HIV. Apesar disso, muitos países do continente estão liderando o caminho para acabar com a epidemia de Aids.
“No Quênia, as mortes relacionadas à Aids caíram mais de 50% desde 2010 e as novas infecções por HIV caíram 30%. Essa é uma grande conquista”, afirmou.
Segundo dados do relatório, novas infecções por HIV diminuíram 28% entre 2010 e 2018 na África Oriental e Austral. Apesar dos avanços no continente africano, outras regiões assistem ao aumento do número de casos.
O número anual de novas infecções por HIV aumentou 29% na Europa do Leste e na Ásia Central, 10% no Oriente Médio e Norte da África e 7% na América Latina.
Combate às desigualdades pelo fim da epidemia
Dados do UNAIDS apontam que o HIV continua sendo a principal causa de morte para mulheres de 15 a 49 anos em todo o mundo. A cada semana, 6.000 mulheres jovens entre 15 e 24 anos são infectadas pelo HIV.
“São números que envergonham a todos”, comentou Byanyima. “Se quisermos cumprir nossas promessas, devemos acabar com os desequilíbrios de poder de gênero que estão gerando risco e vulnerabilidade ao HIV”, ressaltou.
Empoderar comunidades para melhorar a resposta ao HIV
Em sua mensagem para o dia, a diretora-executiva do UNAIDS ressaltou que as comunidades são a melhor esperança para acabar com a AIDS porque lutam contra o HIV desde o início.
“Os ativistas desafiaram o silêncio e trouxeram serviços capazes de salvar vidas em suas comunidades”, afirmou Byanyima.
O secretário-geral da ONU também lembra que acabar com a epidemia exigirá um contínuo esforço de colaboração.
“Mais do que nunca, nós precisamos atrelar o papel das comunidades de base comunitária que atuam em prol de sua gente”, afirmou Guterres. “Onde a comunidade está engajada, vemos a mudança acontecer”, concluiu.
Ainda assim, a diretora-executiva do UNAIDS reforça que é fundamental o apoio e a responsabilização dos governos para frear a doença.
“Sejamos claros: defender os direitos humanos e desafiar a discriminação, criminalização e estigma é um trabalho arriscado hoje”, apontou.
“Por isso, pedimos aos governos que abram um espaço para que ativistas possam fazer o trabalho que fazem melhor. Com as comunidades liderando e os governos cumprindo suas promessas, acabaremos com a AIDS”, concluiu Byanyima.
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