A partir desta terça-feira (17), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) inicia o processo de interiorização de venezuelanos que vivem atualmente em Manaus (AM). No total, 58 pessoas estão incluídas nos primeiros embarques, que acontecerão entre os dias 17 e 20 de dezembro para várias cidades do Brasil.
A partir deste primeiro grupo, a meta da OIM é apoiar pelo menos 100 refugiados e migrantes por mês a buscar novas oportunidades em todas as regiões do país. São venezuelanos que estão nos abrigos, em situação de rua ou mesmo vivendo em moradias alugadas em bairros da cidade.
Serão interiorizados aqueles que já conseguiram emprego ou possuem família ou amigos em outras municípios brasileiros, mas não têm meios para viajar. A OIM participa do processo desde o primeiro cadastro, confere e ajuda o refugiado e migrante a conseguir todos os documentos, vacinas, transferência escolar para as crianças, avaliação de saúde e, quando tudo está pronto, faz a compra das passagens aéreas para o novo destino. Em alguns casos, o viajante também recebe apoio terrestre.
Jhuberlin Carolina, Deibi Gonzalo e os três filhos fazem parte deste primeiro grupo que deixa Manaus. O casal chegou à capital do Amazonas em 26 de setembro depois de quase 20 dias no Brasil, onde entraram por Pacaraima (RR). O destino da família será Curitiba, onde a mãe e os irmãos de Jhuberlin moram há três anos. A mudança estava nos planos, mas com a renda de 100 reais por semana que Deibi recebe como ajudante de refrigeração, o prazo estimado para a compra das passagens era longo.
“Não pensei que a viagem iria sair tão rápido. Sou muito agradecido à atenção que OIM me deu”, disse Deibi, que junto com a esposa conheceu a possibilidade da interiorização pela Operação Acolhida em um post numa rede social. “Será um momento de muita alegria”, completou Jhuberlin, lembrando que finalmente a avó vai conhecer a neta Dana, de 1 ano.
A estratégia de interiorização é realizada pelo governo federal com apoio de agências da ONU e sociedade civil e segue regras nacionais. No Amazonas, os principais parceiros são o governo do estado e a Prefeitura de Manaus. As duas esferas governamentais atuam para acolher e facilitar o trabalho de todos que fazem parte da Operação Acolhida.
As secretarias estaduais de Justiça e de Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), de Assistência Social (Seas) e a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) acompanham as atividades realizadas e fortalecem todos os serviços públicos aos migrantes. Governo estadual e prefeitura, por meio das secretarias de Saúde (Semsa e Susam), também realizam a avaliação médica, etapa obrigatória do processo de interiorização.
Entenda o processo de interiorização iniciado em Manaus
Refugiados e migrantes que desejam se habilitar à estratégia de interiorização devem procurar o serviço no Posto de Interiorização e Triagem (Pitrig), localizado Avenida Torquato Tapajós, 1047. No local, OIM e Forças Armadas identificam em qual modalidade o migrante pode se cadastrar: reunificação social, se tiver um amigo em outra cidade; reunificação familiar, se tiver parentes em outra cidade; ou vaga de trabalho, se tiver um emprego garantido em outra cidade.
Em seguida, são checados os documentos, as condições do receptor, e o estado de saúde do viajante. Se estiver tudo certo, parte-se para a compra das passagens até o destino acordado. Se houver necessidade, a pessoa refugiada ou migrante pode ainda ficar abrigada por alguns dias no Alojamento de Trânsito de Manaus (ATM) até a data do embarque. Tanto o ATM como o Pitrig funcionam em instalações do governo estadual cedidas para a Operação Acolhida.
As atividades de interiorização da OIM em Manaus são financiadas pelo Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos EUA.
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