A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciou na última segunda-feira (11) um novo projeto que possibilitará 26 países de fornecer dados aprimorados sobre o uso de suas florestas e terras – uma promessa de todos os representantes signatários do Acordo de Paris. A iniciativa, que já apoia 70 nações, investirá 7,1 milhões de dólares no monitoramento de matas nativas, a fim de garantir um manejo mais sustentável da terra.
De acordo com a FAO, o monitoramento preciso sobre o uso das florestas e terras é essencial para que os países acompanhem o progresso em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), à medida que adotam medidas de mitigação de mudança climática e de adaptação.
“As florestas são mais que árvores e são fundamentais para a segurança alimentar e melhores meios de subsistência”, afirmou a Organização em comunicado. “Elas contribuem para a resiliência das comunidades, regulando o fluxo da água, fornecendo alimento, energia da madeira, abrigo, forragem e fibra, gerando renda e emprego, além de abrigar a biodiversidade. Além disso, as florestas proveem a agricultura sustentável e o bem-estar humano, estabilizando solos e o clima”.
Hiroto Mitsugi, diretor-geral adjunto do Departamento Florestal da FAO, explicou que muitos países em desenvolvimento não conseguem fornecer dados florestais confiáveis que apresentem suas “conquistas climáticas”. “Este projeto oferecerá uma plataforma essencial para dados mais transparentes relacionados a florestas, ajudando os países a compilar, analisar e disseminar dados melhores, de acordo com os requisitos do Acordo de Paris”, disse.
Em termos concretos, a iniciativa apoiará um curso de e-learning sobre transparência no setor florestal para pessoas envolvidas no setor florestal dos países. Além disso, a FAO informou que o curso será disponibilizado de maneira ampla para universidades, setor privado e organizações intergovernamentais.
Os dados coletados sobre a situação dos recursos florestais do mundo estão disponíveis em inglês na plataforma de relatórios da FAO (FRA 2020) .
Assinado em 12 de dezembro de 2015, o Acordo de Paris convoca os países a combater as mudanças climáticas, além de acelerar e intensificar ações e investimentos necessários para um futuro sustentável de baixo carbono. Seu objetivo central é fortalecer a resposta global à ameaça das mudanças climáticas, mantendo o aumento da temperatura média mundial deste século até dois graus Celsius abaixo dos níveis da pré-industriais.
Os países também devem perseguir esforços para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1.5 graus Celsius e investir em meios de fortalecer habilidades para lidar com os impactos das mudanças climáticas.
Ao todo, 187 dos 195 países que integram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) ratificaram o acordo. Na semana passada, os Estados Unidos confirmaram formalmente sua retirada do pacto.
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