Quem descobriu que o McPicanha não continha picanha foi a página Coma com os Olhos , que faz resenhas sobre lanches no Instagram. Ela descobriu que, inicialmente, o hambúrguer era feito com a carne pic, chamada assim internamente pela rede, mas que, a partir do início do mês, foi substituída pela carne 3.1, da linha “Tasty”.
A explicação do McDonald’s foi ridícula: que esse nome visava “proporcionar uma nova experiência ao consumidor” e, para isso, o hambúrguer vinha com “a novidade do exclusivo molho sabor picanha (com aroma natural de picanha)”. Ou seja, não tem nada de picanha no negócio. Nem o molho é de picanha, só de aroma artificial.
Pior foi a nota da rede: “Pedimos desculpas se o nome escolhido gerou dúvidas”. Ué, não gerou dúvida nenhuma! Se tinha picanha no nome, o consumidor pensava que o hambúrguer era feito de picanha. Ou, sei lá, pelo menos um tiquinho de picanha na composição da carne?
O McPicanha custava cerca de R$ 42, caro pacas. Eu não sou consumidora habitual do McDonald’s ou de outras redes de fast food. A última vez que eu comprei um hambúrguer no McDonald’s foi antes da pandemia, quando existia a promoção de dois x-búrguers por R$ 15, e aquilo era a coisa mais barata do aeroporto, disparado.
Uma rede de fast food iria colocar uma carne tão nobre no seu menu? Então não podia chamar o produto de McPicanha! Ano passado o preço da picanha aumentou 25%. E também no ano passado o brasileiro consumiu menos carne vermelha em 25 anos. Como informa a coluna de Victor Ximenes no Diário do Nordeste, a média foi de 26,5 quilos por habitante. Isso representou 40% a menos que em 2006, que registrou o consumo mais alto da história: 43 quilos por habitante.
Ou seja: durante a era Lula o brasileiro nunca comeu tanta carne. Na era Bolso, não tem picanha nem no McPicanha.
O post “NÃO TEM PICANHA NO McPICANHA” foi publicado em 29th April 2022 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva