Não existe “nenhuma bala de prata” para combater a COVID-19, disse o chefe da agência de saúde da ONU a jornalistas na segunda-feira (3) , acrescentando que “talvez nunca exista”.
O Comitê de Emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) reuniu-se na sexta-feira (31) para analisar o atual cenário da pandemia, no que o chefe Tedros Adhanom Ghebreyesus chamou de “um momento preocupante”.
Em uma coletiva de imprensa regular na segunda-feira (3) em Genebra, ele lembrou que, quando o Comitê se reuniu três meses atrás, a OMS havia recebido relatos de 3 milhões de casos de COVID-19 e mais de 200 mil mortes.
“Desde então, o número de casos aumentou mais de cinco vezes, para 17,5 milhões, e o número de mortes mais do que triplicou, para 680 mil.”
O Comitê observou que a interrupção de serviços de saúde está tendo impacto em uma série de outras doenças, com redução da cobertura vacinal, da realização de exames e tratamento para câncer, assim como serviços de saúde mental.
Além do impacto na saúde, a COVID-19 está causando danos sociais, econômicos e políticos, segundo o funcionário da OMS.
Medidas de mitigação
O Comitê sugeriu uma série de propostas para os países controlarem o vírus, incluindo compromisso político e liderança aprimorados para estratégias nacionais e atividades de resposta localizadas tendo como base ciência, dados e experiência.
Também reconheceu que os Estados-membros têm “escolhas difíceis” a serem feitas para reverter a epidemia.
Embora reconheça que “não é fácil”, o chefe da OMS sustentou que “quando os líderes se apresentam e trabalham intensamente com suas populações”, a doença pode ser “controlada”.
“Nunca é tarde para mudar essa pandemia”, afirmou Tedros, acrescentando que “se agirmos juntos hoje”, podemos salvar vidas e meios de subsistência.
Recomendações
O Comitê recomendou que os países participassem do Acelerador de Acesso às Ferramentas COVID-19 (ACT), assim como de ensaios clínicos relevantes, e se preparassem para a introdução de tratamentos seguros e vacinas, disse o diretor-geral da OMS a jornalistas.
Ele também informou que algumas vacinas estão atualmente na fase três dos ensaios clínicos, compartilhando sua esperança de ter “várias vacinas eficazes”.
“Por enquanto”, explicou Tedros, “interromper os surtos se resume aos princípios básicos de saúde pública e controle de doenças”, incluindo testes, isolamento e tratamento de pacientes, além de rastrear e colocar em quarentena seus contatos.
Enquanto isso, os indivíduos devem manter distância física, usando uma máscara, limpar as mãos regularmente e tossir com segurança longe dos outros.
“A mensagem para as pessoas e os governos é clara: faça tudo isso”, afirmou, “e quando estiver sob controle, continue!”
Nesta semana, a OMS também está lançando o chamado “desafio das máscaras”, incentivando as pessoas a enviar fotos de si mesmas usando uma máscara protetora.
Além de ser uma ferramenta essencial para parar o vírus, as máscaras passaram a representar solidariedade.
“Se você é um trabalhador da saúde, um trabalhador da linha de frente, onde quer que esteja – mostre sua solidariedade ao seguir as diretrizes nacionais e usar uma máscara com segurança – seja para cuidar de pacientes ou entes queridos, usar transporte público para o trabalho ou buscar suprimentos essenciais”, insistiu Tedros.
Amamentação durante a pandemia
Para finalizar, o funcionário da ONU lembrou que esta é a semana de conscientização sobre amamentação.
Ele reiterou a recomendação da OMS de que mães com suspeita ou confirmação de COVID-19 sejam encorajadas, da mesma forma que todas as outras mães, a iniciar ou continuar a amamentar, dizendo que “os muitos benefícios da amamentação para recém-nascidos e crianças superam substancialmente os potenciais riscos de infecção por COVID-19″.
Fonte
O post “Não há ‘bala de prata’ para combater COVID-19, diz chefe da agência de saúde da ONU” foi publicado em 4th August 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ONU Brasil