“Geração Igualdade”, movimento liderado pela ONU Mulheres , governos e sociedade civil, foi tema da série de audiências da diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Maria-Noel Vaeza, em 20 e 21 de fevereiro, em Brasília (DF).
Acompanhada da representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya, Vaeza atualizou autoridades do Executivo e do Judiciário sobre a importância de o Brasil se incorporar ao movimento internacional para fazer avançar a resposta no país à Plataforma de Ação de Pequim, que completa 25 anos em 2020, como parte dos esforços para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que têm novo impulso com a Década de Ação da ONU pelos ODS.
A diretora salientou que esse período de dez anos, entre 2020 e 2030, é decisivo para que políticas públicas de escala e investimentos contínuos transformem a realidade de mulheres brasileiras e eliminem as desigualdades de gênero, raça e etnia.
“A América Latina continua a ser uma região com desigualdades profundas, que impedem as mulheres na diversidade, especialmente trabalhadoras, negras e indígenas, de acessarem direitos básicos. Os próximos dez anos são decisivos para que as mulheres desta parte do planeta não sejam deixadas para traz do desenvolvimento econômico, social e ambiental. Governos, empresas e sociedade precisam atuar com mais empenho político e recursos financeiros e cumprir a Plataforma de Ação de Pequim.”
Ao longo dos dois dias, as representantes da ONU Mulheres reuniram-se com a ministra das Mulheres, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves; o diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador Ruy Pereira; e o presidente do Conselho Nacional de Justiça, Dias Toffoli.
Vaeza e Divinskaya conheceram as prioridades do governo federal em políticas para as mulheres, sinalizando reforço da cooperação na área de prevenção e eliminação da violência contra as mulheres.
A ministra Damares Alves apresentou os temas prioritários da pasta com foco em políticas para as mulheres e meninas, promoção da igualdade racial e dos direitos humanos. Expôs, ainda, a organização da delegação brasileira para a 64ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW 64), que acontecerá de 9 a 23 de março, em Nova Iorque.
Ao final da audiência, a ONU Mulheres reiterou o convite para o Brasil participar do Fórum Geração Igualdade, cujas reuniões acontecerão no México, em maio, e na França, em julho.
Com o ministro Toffoli Dias, Vaeza reiterou a cooperação da ONU Mulheres no contexto da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável no Judiciário brasileiro. Na sexta-feira (21), a diretora regional e a representante da ONU Mulheres Brasil se reuniram com o Ministério das Relações Exteriores.
Sociedade civil
Na missão em Brasília, a diretora estabeleceu diálogo com a sociedade civil por meio de reunião com a Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).
A campanha Geração Igualdade e o processo de articulação internacional em torno das Coalizões de Ação, cujo processo de interlocução já conta com mais de 80 organizações da sociedade civil mobilizadas em todo o mundo, foram um dos temas abordados no encontro.
As entidades deram um panorama sobre a situação das mulheres brasileiras. Assinalaram a expectativa de fazer avançar os diálogos com as Nações Unidas em torno do empoderamento das mulheres do país e do enfrentamento do racismo e de outras formas de discriminação, assim como o cumprimento de normas internacionais no país.
Reconhecimento da equipe
Em reunião com a equipe da ONU Mulheres Brasil, Maria-Noel Vaeza entregou premiação de reconhecimento aos 20 anos de colaboração de Myriam Galvão, associada de operações, e Wanderlei Andrade, motorista e apoio geral, pelo trabalho na organização.
A dupla foi incorporada há dez anos na ONU Mulheres a partir do trabalho realizado no UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) desde o ano 2000. A gerente de programas da agência, Ana Carolina Querino, foi agraciada com medalha pela representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya, pela colaboração como representante interina, de fevereiro a dezembro de 2019, e atuação na transição.
Empoderamento de meninas pelo esporte
No sábado (22), a diretora Maria-Noel e a representante Anastasia Divinskaya tiveram encontro com as participantes do programa Uma Vitória Leva à Outra, da ONU Mulheres e do Comitê Olímpico Internacional (COI), e com a jogadora de futebol Marta Silva, embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres e defensora dos ODS.
À noite, o grupo se uniu para desfile na escola de samba Inocentes de Belford Roxo, na Marquês de Sapucaí. A jogadora de futebol foi homenageada por sua colaboração ao esporte e ao encorajamento de mulheres e meninas em todo o mundo, além da sua atuação nas Nações Unidas para alcance dos objetivos globais – entre eles o Objetivo nº 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Dezesseis adolescentes do programa Uma Vitória Leva à Outra representaram as 1.000 participantes do programa iniciado em 2016 como legado das Olimpíadas do Rio naquele ano. Além de serem símbolo da Geração Igualdade, mulheres jovens estão mobilizadas para garantir um futuro com igualdade, a ser impulsado pelo alcance das metas dos ODS.
Fonte
O post “Nações Unidas pedem mais investimentos do Brasil nos direitos das mulheres” foi publicado em 3rd March 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ONU Brasil