Goleada contra a desinformação.
Um estádio lotado, em final de campeonato, na cidade-sede da COP. Um vídeo nos telões, durante o intervalo, explicando, na voz de um ícone local da locução esportiva, o que exatamente é a COP. Quase 40 mil pessoas acompanhando tudo isso em tempo real.
A cena ocorreu na última quarta-feira, 7 de maio, durante o clássico Remo e Paysandu no Mangueirão , pela final do Campeonato Paraense. Numa parceria bem azeitada entre clima e futebol, o Observatório do Clima se juntou à Federação Paraense de Futebol para levar estandes, folhetos educativos e o vídeo, narrado por Guilherme Guerreiro, para explicar o que está em jogo na COP.
“A bola ainda não está rolando, mas tem outro jogo importante acontecendo, e tem time levando o farelo”, narra Guerreiro, durante a peça, que pode ser vista neste link . “É o jogo contra as mudanças climáticas. E Belém foi convocada para uma grande decisão, a COP30.”
A ação serviu para marcar a chegada da Central da COP – iniciativa do OC sobre clima, mas com linguagem de futebol – a Belém, que está a exatos seis meses de receber a COP. Seis meses, aliás, que os governos Lula e Helder Barbalho têm para entregar uma infraestrutura que terá impacto determinante no sucesso ou não do que será decidido na Conferência das Partes.
(Se você ainda não conhece a Central da COP, sugerimos dar uma olhada nesse beabá da COP . Haaaaaja negociação!)
Nesta edição da newsletter, um ano após a maior tragédia climática de Porto Alegre, convidamos a jornalista Geórgia Santos, moradora da cidade, a escrever sobre o projeto de um podcast de cinco episódios que percorreu os rastros da enchente de 2024.
Boa leitura.
O Fim do Futuro
Em artigo para o Observatório do Clima, a jornalista Geórgia Santos conta sua experiência como moradora de Porto Alegre na produção do podcast O Fim do Futuro, que trata das consequências da catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul há um ano
Por Geórgia Santos*
Produzir um podcast sobre os efeitos da crise climática na própria cidade é como atravessar uma névoa de certezas frágeis. É diferente, é difícil, é nosso. É tão perto que começamos a pensar na ideia de O Fim do Futuro ainda durante a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em 2024. Portanto, ainda era uma ferida aberta em Porto Alegre, que entendemos ser a primeira capital brasileira a, de fato, colapsar diante de um evento extremo. E entre a água, a lama, as marcas e os rostos exaustos, a história que deveríamos contar parecia óbvia, mas o que parecia uma crônica sobre um desastre climático virou outra coisa. O Fim do Futuro tornou-se uma busca por respostas.
Eu não estava em casa quando tudo aconteceu. Me divido entre Porto Alegre e Joinville e estava em Santa Catarina no fim de abril. Não demorou até que eu percebesse que estava vendo o meu lugar desaparecer pela televisão. Eu tinha passagem comprada para o dia 5 de maio e fiquei em negação até o dia 4. Foi preciso o aeroporto fechar pra eu entender que não viajaria. Remarquei a passagem e fui para Passo Fundo, no norte do Estado, onde a chuva não havia destruído nada. E de lá segui para o Vale do Taquari, onde cidades foram destruídas pela força da água.
Não era a primeira vez que eu ia pra lá por esse motivo. Em setembro de 2023, visitei o município de Muçum, que tem pouco mais de 4 mil habitantes, e que havia sido devastado pelo rio Taquari em poucas horas. Conheci famílias que só tinham paredes e já não sabiam se queriam permanecer no lugar de onde nunca haviam saído. Naquele momento, eu achei que nunca mais veria uma cidade cor de barro na minha vida. No entanto, oito meses depois, lá estava eu, conversando de novo com a Adiles Patussi, que de novo havia perdido tudo.
Eu conversei com o Filipe Speck, parceiro nessa jornada do Fim do Futuro, no dia em que estive em Muçum pela segunda vez. E naquele mesmo dia, mesmo eu não estando na capital, nós decidimos que precisávamos contar a história dessa cidade imensa que colapsava. Afinal, eu não estava lá porque não tinha como acessá-la.
Eu só voltaria pra minha casa, em Porto Alegre, no início de junho. E foi chocante também. Desembarcar em uma base militar no município de Canoas, atravessar a tragédia, o corredor humanitário, respirar a umidade. Tudo foi chocante. Um mês depois, ainda tinha vegetação do Guaíba na maçaneta do portão do meu prédio, que, aliás, não fica na beira do lago. Essa travessia, da base aérea até minha casa, talvez tenha sido o primeiro momento da apuração.
Produzimos o podcast em campo, com dezenas de entrevistas feitas ao longo de meses. Falamos com especialistas, cientistas, arquitetos, religiosos e vítimas da enchente. Mas talvez a conversa com os ribeirinhos tenha sido a mais reveladora. Na Ilha da Pintada, as pessoas não têm medo da água, nem rancor. Elas sabem que viver próximo de um lago como o Guaíba é ceder espaço à água sempre que ela quiser. O que elas não sabem é por que o poder público não pensa uma cidade que seja capaz de coexistir com um corpo hídrico tão monumental quanto aquele.
“Do mesmo jeito que a enchente não é novidade pra nós, pra prefeitura também não devia ser”, me disse Francine Conde Cabral, moradora da ilha.
Coexistir. Integrar. Não controlar. Não domar. Não vencer a natureza — ideia que, aliás, é um eco direto do pensamento colonial que estruturou as bases da nossa sociedade e segue reproduzindo desigualdade. Como alerta o sociólogo Robert Bullard, o mesmo sistema que sustentou a escravidão é o que destrói o meio ambiente hoje. O racismo ambiental e a exploração dos territórios não são desvios no percurso: são parte do próprio projeto.
E é aí que reside o nó. Como romper com algo que é estrutural? Como provocar uma mudança real, que ultrapasse o simbólico ou o pontual? Essa resposta — ou ao menos pistas dela — é o que buscamos em cada episódio do podcast.
E a trilha que estamos seguindo tem nos surpreendido. O que aprendemos, até aqui, é que a ciência não pode mais caminhar sozinha. O conhecimento racional, iluminista, ocidentalizado, precisa se abrir. Precisa dividir espaço com outras formas de saber — aquelas que nascem da experiência, da oralidade, da relação íntima com o ambiente.
É preciso ouvir o pescador que lê o tempo pelas nuvens, a quilombola que entende o ritmo das águas, a indígena que sabe que o rio tem voz. É preciso, em outras palavras, reconhecer que o saber acadêmico não é o único capaz de evitar o fim.
José Lutzenberger — cujo manifesto ecológico publicado na década de 1970 inspirou o nome do nosso podcast — já dizia: tudo está relacionado. Mas em cada conversa, em cada casa invadida pela água, em cada travessia até as ilhas de Porto Alegre, fomos percebendo que o problema talvez não seja de ignorância — mas justamente de desconexão.
Falta vínculo. Falta pertencimento. Falta relação com o ambiente em que se vive. E isso não se resolve com gráficos. Ou seja, talvez o desafio mais urgente não seja apenas explicar que o futuro da humanidade está ameaçado. Mas fazer com que todos, de alguma forma, voltem a se sentir parte dele.
Essa parece ser a chave: aceitar que não há separação entre o humano e o ambiente. Que a cidade, o rio, o corpo e a atmosfera fazem parte de um mesmo organismo. E que reconstruir essa relação não é um gesto individual ou técnico, mas um esforço coletivo e cultural.
Ao longo do podcast, compartilhamos o que aprendemos com quem já vive — ou sobrevive — às margens. E o que essas pessoas têm nos mostrado é que talvez o futuro não esteja perdido. Mas ele também não vai se salvar sozinho.
* Geórgia Santos é jornalista, professora e roteirista. Juntamente com o jornalista Filipe Speck, produziu o podcast “O Fim do Futuro”, do Vós e da Matinal, com apoio do Instituto Serrapilheira a partir do programa “Como Reconstruir Uma Cidade”. Ouça aqui .
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Não vou me adaptar
Cheias extremas serão cinco vezes mais frequentes no RS, aponta estudo
Um ano após enfrentar o maior desastre climático de sua história, o Rio Grande do Sul terá de se adaptar para novos ciclos de cheias extremas – que se tornarão até cinco vezes mais frequentes em razão das mudanças climáticas.
O alerta consta de diagnóstico divulgado no fim de abril pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que contabilizou a extensão dos impactos econômicos, sociais e ambientais das chuvas sem precedentes registradas em abril e maio de 2024 no Estado.
Dos 497 municípios gaúchos, 478 foram atingidos, de acordo com os boletins oficiais emitidos pela Secretaria de Comunicação do Estado. Foram quase 2 milhões e 400 mil pessoas impactadas, com 183 mortes, 806 feridos e 27 desaparecidos. Aproximadamente 150 mil pessoas foram desalojadas e outras 50 mil ficaram desabrigadas.
Quase 600 escolas foram atingidas, prejudicando 225 mil estudantes. Além disso, a inundação destruiu mais de 250 trechos de estrada, 140 pontes e deixou o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, fechado por seis meses.
De acordo com a agência, a tragédia expõe a influência cada vez maior das mudanças climáticas sobre a hidrologia da região. Projeções publicadas neste ano indicam que a magnitude das vazões máximas dos rios da região Sul durante as cheias poderá aumentar 20%, potencializando o efeito devastador ocorrido no ano passado. Leia mais no site do OC .
Elefante na sala
Presidência da COP30 ignora fósseis em nova carta
Na mesma semana em que a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, repetiu o mote trumpista “drill, baby, drill” para defender a exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, em evento do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o presidente da COP30, André Aranha Corrêa do Lago, divulgou sua segunda carta à comunidade internacional, e mais uma vez o que deveria ser o principal tema da conferência do clima, os combustíveis fósseis, continua ignorado. Isso já havia ocorrido na primeira carta, de março .
“Quatro pilares de trabalho. Dezesseis possíveis resultados negociados. Três ‘círculos’ consultivos. Um ‘balanço ético’. Conselhos, roteiros. Há tantas coisas brilhantes decorando a agenda da COP30 que é fácil ignorar uma ausência fundamental: os preparativos para a conferência sobre mudança do clima em Belém simplesmente não estão abordando a principal causa da atual crise climática”, escreveram Stela Herschmann, do Observatório do Clima, e Andreas Sieber, da 350.org , para o Climate Home News.
“Dois momentos-chave para a diplomacia climática testarão a vontade do mundo de lidar com o elefante na sala. Esta semana, ministros e chefes de delegação se reuniram em Copenhague para encontrar um consenso político para Belém. Em junho, as negociações técnicas da ONU para a COP30 ocorrerão em Bonn. Em ambas as reuniões, os combustíveis fósseis precisam ser tema de debate. Não temos mais 30 anos a perder.” Leia mais aqui .
Embargão
Ibama embarga 70 mil hectares na Amazônia para conter desmatamento ilegal, e Helder reage
O Ibama embargou mais de 70 mil hectares em 5 mil fazendas na Amazônia com o objetivo de conter a alta do desmatamento ocorrida em abril, e a reação de ruralistas foi imediata. O governador do Pará, Helder Barbalho, anfitrião da COP30, que será realizada em novembro na capital do Estado, acionou o Planalto para tentar reverter medidas do órgão ambiental. Acompanhado de produtores rurais e políticos, ele se reuniu na quarta-feira (7/5) com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, para “pedir solução a respeito de embargos em áreas produtivas no Pará”. “[Saímos com o] compromisso de encontrar soluções para que possamos permitir que essas propriedades possam ser reativadas, para que possam produzir e acima de tudo ter direito à segurança jurídica, direito à propriedade e direito à produção, conciliando com a legislação ambiental”, disse Helder.
O embate ocorre a seis meses do início da conferência do clima. A SRI disse à Folha que “vai se reunir com o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente para avaliar a situação”. A ação do Ibama foi a maior já realizada com embargos remotos, por meio do cruzamento de imagens de satélite com dados de autorização para retirada de vegetação. Ocorreu em 23 municípios com mais desmatamento, 11 deles no Pará.
Desmonte
Projeto que implode licenciamento ambiental é pautado no Senado
O projeto de lei que destrói o licenciamento ambiental no país voltou à pauta no Senado após intervenção do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). “Quatro pessoas envolvidas nas negociações afirmam, sob reserva, que a movimentação é uma forma de Alcolumbre pressionar Marina Silva em razão da não liberação da exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Enquanto essa articulação acontecia nos últimos meses, a Casa Civil se omitiu”, apurou a Folha . Nesta quinta-feira (8/7), Marina afirmou que o projeto representa “um desmonte” da política ambiental brasileira.
Um relatório alinhado com os desejos da bancada ruralista foi apresentado na quarta-feira (7/5), e a expectativa é que o PL 2.159/2021 seja votado nas comissões do Senado do dia 21. “Se aprovada uma lei com um conteúdo próximo ao texto da Câmara, será uma derrota histórica para a política ambiental e para o país. O maior retrocesso no nosso direito ambiental nas últimas quatro décadas. A implosão do licenciamento ambiental”, afirmou Suely Araújo , do Observatório do Clima. O PL prioriza isenções de licenças e o auto licenciamento, além de intensificar a insegurança jurídica. Na prática, tornaria o licenciamento uma exceção, e não a regra. Organizações que integram o OC lançaram em 2024 um site com informações sobre o texto e seus impactos.
Licença para emitir
Congresso se empenhou para agravar a crise climática de 2019 a 2022, mostra estudo
Deputados federais da 56ª legislatura (2019-2022) usaram seu mandato e poder de articulação para agravar a crise climática. De 165 votações relevantes identificadas no período no Congresso Nacional, em mais da metade (93) foram aprovadas propostas que ampliam as emissões de gases de efeito estufa.
Os dados são de uma pesquisa inédita conduzida pelo Instituto Nacional de Ciência Tecnologia Representação e Legitimidade Democrática (INCT-ReDem), da Universidade Federal do Paraná. O trabalho resultou na criação do Índice de Carbono da Atuação Parlamentar (CO2-Index), ferramenta que leva em conta votações, discursos e projetos de lei para estabelecer um ranking de parlamentares emissores e mitigadores, ou seja, que buscam reduzir as emissões.
“Fica evidente que o Congresso teve um comportamento mais emissor que mitigador no que se refere aos deputados da 56ª legislatura”, disse o pesquisador Mateus de Albuquerque, que coordena o levantamento. Mais no site do OC .
Novo anormal
Abril de 2025 mantém temperaturas globais acima de 1,5ºC
Abril de 2025 foi o segundo abril mais quente já registrado, apontou na última quarta-feira (7/5) o Copernicus, observatório climático da União Europeia. A temperatura global média ficou em 14,96ºC, atrás apenas de abril de 2024, o mais quente desde o início dos registros, e 0,07ºC acima de abril de 2016, o terceiro do ranking. Em 2016, as temperaturas do planeta foram turbinadas por um super El Niño, fenômeno que não incide sobre as temperaturas deste ano. A temperatura do último abril ficou 1,51ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), marcando o nono mês consecutivo de temperaturas excedendo a meta do Acordo de Paris. Nos últimos 22 meses, apenas julho de 2024 ficou abaixo da marca.
Correntão não
Manifesto contra prática criminosa já tem mais de 15 mil assinaturas
O manifesto da sociedade civil pelo fim imediato da prática de desmatamento devastadora conhecida como “correntão” já tem mais de 15 mil assinaturas. Lançado por Rede Cerrado, OC, Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS) e outras organizações ambientais e sociais na última segunda-feira (5/5), o abaixo-assinado reivindica ações urgentes do poder público para banir o método e pode ser assinado aqui . Como mostra este vídeo , a técnica consiste no uso de uma corrente de metal, em geral adaptada de âncoras de navios, presa entre dois tratores de grande porte para derrubar vastas áreas de vegetação nativa.
O “correntão” foi tema da coluna do secretário executivo do OC, Marcio Astrini , nesta semana na Eldorado. Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (Ipam), explica que os impactos da prática vão além da eliminação violenta de fauna e flora, agravando também as emissões de gases de efeito estufa e prejudicando a produtividade do solo para plantio após a derrubada.
“Nem mesmo os animais com mais mobilidade conseguem escapar, já que a fauna fica aprisionada em um bolsão arrastado por uma rede de ferro. Há ainda um processo de compactação do solo pelo peso das máquinas e da própria corrente, gerando a necessidade de mais gastos com preparação desse solo para plantio de qualquer coisa no futuro. No caso de eventual abandono da área desmatada, a recuperação, que poderia ser natural, não acontece, porque a técnica retira a maior parte das raízes que seriam capazes de fazer rebrotar espécies nativas”, disse pesquisador.
A eliminação das raízes, explica Moutinho, é responsável também por um acréscimo de emissões de gases de efeito estufa no momento da derrubada da vegetação. “Além das emissões vindas da decomposição ou da queima da vegetação removida acima do solo, há uma emissão imediata do que está enterrado no solo. Isso não iria acontecer se as raízes e tocos de raízes não fossem revirados pelo ‘correntão’. Assim, há um adicional de emissões por essa forma de desmatamento”, afirmou.
A técnica é usada principalmente no Cerrado, bioma que abriga oito das doze principais bacias brasileiras. O “correntão” coloca em risco também a segurança hídrica no Brasil e na América do Sul, além de ameaçar comunidades e povos tradicionais. “Muitas dessas nascentes dependem de vegetação ao redor para continuar produzindo água. Sem vegetação, são assoreadas”, diz Moutinho. “O correntão não serve a ninguém, a não ser ao ganacioso que quer tirar a vegetação a todo o custo de forma mais rápida”.
Na playlist
“Let’s Roll Again ”, a nova de Neil Young: “If you’re a fascist, get a Tesla.”
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O post “Na newsletter: O fim do futuro, embargão do Ibama e Central da COP no Parazão” foi publicado em 12/05/2025 e pode ser visto originalmente na fonte OC | Observatório do Clima