A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) , a Fundação Vale e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) assinaram na terça-feira (3) o termo de cooperação técnica que, entre outras ações, implementa a estrutura de governança do projeto Museu Nacional Vive, no Rio de Janeiro (RJ).
O objetivo é estabelecer diretrizes estratégicas, acompanhar as ações já em curso e futuras, de forma a articular e otimizar as diferentes iniciativas e projetos e garantir a boa execução e perenidade das ações planejadas para a reconstrução e a restauração do Paço de São Cristóvão e seu anexo; o preparo do Palácio para receber a nova museografia; a reforma da Biblioteca e do Horto Botânico; e a implantação do Campus Cavalariças.
De acordo com Denise Carvalho, reitora da UFRJ, “a cooperação da UNESCO e da Fundação Vale com a UFRJ está sendo fundamental para a execução do projeto Museu Nacional Vive com excelência, seriedade e muita competência”. “Queremos devolver o Museu Nacional para a sociedade brasileira o mais rápido possível, afinal estamos falando de uma das instituições científicas mais antigas do país”, disse.
A estrutura de governança também visa ampliar a participação da sociedade no projeto e está centrada no funcionamento de três fóruns: Comitê Executivo (principal órgão deliberativo e ao qual será subordinado o Grupo Técnico de Gerenciamento do projeto); Comitê Institucional (de caráter consultivo e com participação de parceiros públicos, privados e governamentais); e o Grupo de Trabalho de Segurança e Sustentabilidade Pós-Inauguração (com coordenação do BNDES e engajamento da Associação dos Amigos do Museu Nacional e outras instituições do terceiro setor).
Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da UNESCO no Brasil, destacou que a Organização colocará à disposição sua expertise e conhecimento técnico na área de museus e salvaguarda de patrimônio para superar os desafios operacionais do projeto. “O objetivo é que essa importante instituição cultural, acadêmica e científica seja devolvida às sociedades brasileira e internacional. O Museu Nacional tem valor histórico e relevância incomparável para a humanidade”.
“O compromisso da Vale com o projeto Museu Nacional Vive está conectado com o nosso comprometimento com o Rio de Janeiro e com a identidade cultural brasileira. Temos orgulho de participar desse processo de reconstrução por meio de uma parceria tão inovadora que, além do aporte de recursos, prevê compartilhamento da experiência e do conhecimento que acumulamos em gestão de museus e centros culturais. Trabalharemos fortemente nesta cooperação técnica para recuperar um patrimônio que é de toda a sociedade”, afirma Luiz Eduardo Osorio, diretor-executivo de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da Vale e presidente do Conselho Curador da Fundação Vale.
O Museu Nacional sofreu um incêndio de grandes proporções em setembro de 2018. Por meio do Fundo de Emergência do Patrimônio da UNESCO, uma missão de especialistas foi organizada para apoiar os parceiros locais nas primeiras ações.
Em um esforço conjunto com o então Ministério da Cultura (MinC), com o Ministério da Educação (MEC), a UFRJ, o Museu Nacional, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e o Comitê Internacional de Museus (ICOM), a missão, chefiada por uma especialista da UNESCO e que contou com a participação de um especialista do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais (ICCROM), bem como de técnicos alemães, contribuiu com as autoridades brasileiras na elaboração de diagnóstico da situação do Museu Nacional e na avaliação dos danos causados ao edifício e à sua coleção.
Projeto de cooperação técnica entre UNESCO e Vale
A UNESCO e a Vale também anunciaram, nesta terça-feira, um projeto de cooperação técnica para recuperação do Museu Nacional. O primeiro aporte da Vale será de 13,8 milhões de reais, de um total de 50 milhões de reais a serem investidos pela empresa.
“Este primeiro aporte da Vale vai viabilizar a realização dos projetos de arquitetura, de conteúdo e de museografia, a certificação de sustentabilidade ambiental, e outras ações, como as obras de recuperação dos bens integrados, atividades educativas e de mobilização social. Vencida esta etapa, poderemos avançar com a apresentação dos projetos nos mecanismos de incentivo fiscal à cultura e na captação de recursos privados incentivados para a reconstrução”, afirma Hugo Barreto, diretor-presidente da Fundação Vale.
A estrutura de governança do projeto global “Museu Nacional Vive” tem como princípios a valorização da memória, a preservação do patrimônio e a promoção da diversidade cultural. Esses princípios estão destacados em instrumentos normativos da UNESCO, cuja representação no Brasil seguirá mobilizando profissionais e instituições para que este processo de reconstrução seja uma referência internacional na área de museus.
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, destacou a importância da assinatura da estrutura de governança: “estamos muito felizes com esse anúncio, que traz segurança ao trabalho bastante árduo que temos pela frente. Nunca é demais enfatizar que o Museu Nacional pertence a todos e que a sua reconstrução é uma tarefa que deve envolver diferentes segmentos da sociedade. Além de um prédio seguro, com exposições vibrantes e inspiradoras para o visitante, também precisaremos desenvolver um modelo de sustentabilidade após a inauguração”.
Fonte
O post “Museu Nacional ganha estrutura de governança para coordenar ações de reconstrução” foi publicado em 5th March 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ONU Brasil