A Organização Internacional para as Migrações (OIM) lança na quinta-feira (13) em seminário online uma pesquisa que traça o perfil e traz dados sobre a integração socioeconômica de indígenas venezuelanos Warao que chegaram ao Maranhão.
Realizada em parceria com o governo do estado e o Ministério da Cidadania, esta é a primeira Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM) no Brasil dedicada exclusivamente a povos indígenas.
O estudo apresenta uma fotografia inédita do perfil do povo Warao em deslocamento pelas cidades de São Luis, Imperatriz e São José do Ribamar. Os Warao são hoje o principal contingente de refugiados e migrantes indígenas que chegam da Venezuela ao Brasil.
Uma das conclusões da pesquisa foi a de que a maioria dos indígenas venezuelanos no Maranhão migrou em busca de trabalho e reunificação familiar.
De acordo com dados compilados pela Plataforma R4V, mais de 5 mil indígenas venezuelanos chegaram ao país desde 2016 pela fronteira norte, sendo que aproximadamente 65% deles são da etnia Warao. Na Venezuela, a estimativa é de que sejam mais de 50 mil indígenas dessa etnia.
A população Warao está presente nas cinco regiões do país, mas até hoje poucas iniciativas buscaram conhecer o perfil desses indígenas em deslocamento e nenhuma havia focado sua chegada ao Maranhão.
“A produção de informações sobre o perfil dos indígenas Warao é fundamental para que o governo e as organizações envolvidas na acolhida possam tomar decisões baseadas em evidências. Para OIM, conhecer esses dados é poder trabalhar mais perto da realidade encontrada em campo”, ressalta a coordenadora de projetos da OIM, Natália Maciel, quem irá mediar o seminário de quinta-feira.
“No Maranhão, optamos pelo caminho do acolhimento e da promoção de direitos. Os desafios são imensos, mas contamos com o apoio de instituições mais experientes para lidar com este público e, desde 2019, temos buscado parcerias para garantir a dignidade dos refugiados que chegam ao estado, como a OIM”, destaca o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão, Francisco Gonçalves, que também estará presente no evento online.
Além da Secretária de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão (SEDIHPOP), participam do lançamento o Centro de Cultura Negra do Maranhão, responsável pelo atendimento a migrantes em São Luís, a Prefeitura de São Luís, a diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e representantes dos ministério da Cidadania e da Família, Mulher e Direitos Humanos do governo federal.
A DTM indígena no estado do Maranhão foi realizada no mês de março e contou com uma amostra de 112 pessoas, divididas em 26 famílias. Foram capacitados pela OIM para aplicação da pesquisa 29 servidores da SEDIHPOP e da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social do Município de São Luís (SEMCAS).
No Brasil, a DTM é aplicada desde março de 2018. As setes edições realizadas no país cobriram principalmente o movimento de venezuelanos que chegavam ao estado de Roraima, produzindo informações relevantes sobre o perfil e as necessidades dessa população, facilitando a execução da acolhida emergencial humanitária e o desenho de políticas públicas de proteção e integração.
A DTM é uma ferramenta desenvolvida pela OIM em 2004 e originalmente utilizada para monitorar deslocamentos de migrantes no Iraque. Desde então, a ferramenta já foi aplica com sucesso em 55 países ao redor do mundo.
A realização da DTM no Brasil faz parte da estratégia da OIM para apoiar o país na acolhida e integração dos refugiados e migrantes que chegam da Venezuela e conta com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.
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Serviço
Seminário de lançamento da Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM) da População Warao
Data: 13/8
Horário: 14h
Transmissão: www.facebook.com/OIMBrasil e Rádio Timbira: 1290 AM
Fonte
O post “Maioria dos indígenas venezuelanos no Maranhão migrou em busca de trabalho e reunificação familiar” foi publicado em 11th August 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ONU Brasil