Decisão enfrenta forte oposição e deve provocar críticas dos países vizinhos
Imagem Ilustrativa
O Japão pretende despejar no oceano mais de 1 milhão de toneladas de água contaminada da usina nuclear de Fukushima depois de tratada, anunciou o governo em uma decisão que deve gerar tensões e críticas de vizinhos como a Coreia do Sul.
A ação, mais de uma década depois do disastre nuclear, pode resultar em um novo golpe na indústria pesqueira de Fukushima, que se opõe a anos ao ato. Ao mesmo tempo encerra sete anos de debate sobre como se desfazer da água procedente da chuva, das águas subterrâneas e das injeções necessárias para resfriar os núcleos dos reatores nucleares que derreteram após o tsunami de 11 de março de 2011.
Trítio eliminado sem tratamento preocupa
A água destinada a ser liberada nesta operação, que deve levar vários anos, foi filtrada repetidamente para eliminar a maioria de suas substâncias radioativas, mas não o trítio, que não pode ser eliminado com as técnicas atuais. A substância será diluída para cumprir os padrões internacionais, disse a NHK.
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O trabalho para lançar as águas deve começar em dois anos, segundo o governo, e todo o processo deve demorar décadas. A água precisa ser filtrada novamente para que sejam removidos e diluída para que se encaixe em padrões internacionais antes de ser despejada no oceano.
O acidente nuclear na usina japonesa foi o mais grave desde a destruição da usina de Tchernobyl, na Ucrânia, em 1986.
Água contaminada no Pacífico
Nas primeiras semanas depois do desastre, o governo japonês autorizou a Tepco (Tokyo Electric Power Co.) a despejar dezenas de milhares de toneladas de água contaminada no Pacífico.
Países vizinhos e pescadores locais criticaram a decisão, e a Tepco prometeu que não jogaria mais água radiativa no mar sem o consentimento de autoridades municipais da região.
Na época, a Tepco disse que estava adotando várias medidas para que a água contaminada não saísse da baía próxima à usina. A usina bombeava diariamente 400 toneladas de água que escorria pelo lençol freático dos morros próximos à usina. A água era então guardada em porões dos prédios destruídos, onde se misturava à água altamente radiativa que é usada para resfriar os reatores e mantê-los em um estado estável, abaixo de 100 graus Celsius.
Fonte: Folha de São Paulo.
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