O ICMS Ecológico é uma iniciativa do estado para financiar e fomentar as boas práticas na gestão ambiental municipal. O programa foi instituído no estado do Rio de Janeiro em 2007, mas ainda sofre com gargalos, sendo o principal deles a falta de transparência dos dados. De acordo com pesquisa conduzida pela Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS) do Rio de Janeiro, apenas 43 dos 92 municípios fluminenses divulgam dados sobre a arrecadação e aplicação dos recursos do ICMS Ecológico para a sociedade. Além disso, mais da metade não repassa nenhuma parte do valor para o Fundo Municipal de Meio Ambiente.
Os dados são de uma pesquisa inédita conduzida pela SEAS-RJ, que teve como objetivo avaliar a satisfação dos municípios fluminenses com o ICMS Ecológico e identificar as lacunas que ainda precisam ser trabalhadas pelo programa. A pesquisa contou com a participação de 87 dos 92 municípios do estado.
A pesquisa mostrou que 44 municípios não realizam nenhuma divulgação dos dados para a sociedade. Em setembro de 2020, a SEAS lançou o Observatório do ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro para tentar enfrentar o problema da transparência dos dados e da aplicação dos recursos do programa pelas prefeituras. Até o momento, 65 municípios já aderiram ao Observatório. Ainda assim, a maioria dos municípios não disponibiliza publicamente os dados referentes ao ICMS Ecológico ou aos valores recebidos anualmente através do programa.
Além disso, de acordo com o levantamento, 57 municípios ainda não realizam o repasse ao Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA), enquanto 33 já o fazem. A existência do fundo é um dos pré-requisitos para que o município possa se beneficiar dos recursos do ICMS Ecológico e tem como finalidade garantir o financiamento de projetos em prol da melhor gestão dos recursos ambientais e melhoria da qualidade do meio ambiente.
Em 2020, o programa repassou R$229 milhões a 88 dos 92 municípios fluminenses. Os objetivos são “ressarcir os municípios pela restrição ao uso de seu território, no caso de unidades de conservação da natureza e mananciais de abastecimento; e recompensar os municípios pelos investimentos ambientais realizados, uma vez que os benefícios são compartilhados por todos os vizinhos, como no caso do tratamento do esgoto e na gestão adequada de seus resíduos”, conforme descrito pela Secretaria .
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Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, que abrange 22 municípios e mais de dois terços da população do estado, a pesquisa mostrou que 55% dos municípios não realizam a divulgação dos dados do ICMS Ecológico para sociedade e 59% não divulgam os valores recebidos anualmente. Além disso, apenas 22% dos municípios realizam o repasse ao fundo municipal e metade trabalha as pautas que compõem o ICMS Ecológico (gestão de resíduos, recursos hídricos, tratamento de esgoto e áreas protegidas) nas redes de ensino.
O levantamento indicou ainda que 298 pessoas trabalham com ICMS Ecológico no estado, sendo que 212 receberam a capacitação disponibilizada pelo governo estadual, uma média de 2,4 profissionais capacitados por município (dentre os 87 que participaram da pesquisa).
A avaliação sobre transparência teve a menor nota geral na pesquisa (7,17), enquanto o critério melhor avaliado foi apoio técnico dos avaliadores SEAS/INEA (8,48). Já a nota de satisfação dos municípios com a utilização do Observatório do ICMS Ecológica ficou em 6,37.
Os dados completos levantados pela pesquisa foram disponibilizados pela SEAS e podem ser consultados através deste link .
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O post “ICMS Ecológico no RJ: falta de transparência ainda é gargalo, aponta pesquisa” foi publicado em 13th January 2021 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ((o))eco