Ativistas ambientais na COP 28, a conferência climática da ONU, escolheram o Brasil como o “Fóssil do Dia” nesta segunda-feira (4) pela adesão à Opep +. Segundo os responsáveis pela premiação, o Brasil parece “ter confundido a produção de petróleo com liderança climática”.
O Fóssil do Dia é concedido de forma irônica, uma vez por dia, durante as conferências climáticas da ONU, desde 1999. Membros da Rede de Ação do Clima (CAN, na sigla em inglês) votam em países considerados como tendo feito o “melhor” para bloquear o progresso nas negociações nos últimos dias de negociações.
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), criada em 1960, reúne hoje 13 grandes países ofertantes de óleo no mundo como Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.
A sigla “Opep+”, com o símbolo de adição, inclui também os chamados “países aliados” – que não integram a organização propriamente, mas atuam de forma conjunta em algumas políticas internacionais ligadas ao comércio de petróleo e na mediação entre membros e não membros.
Segundo a ala ambientalista do governo, que condena a adesão brasileira à Opep+, o aval do presidente Lula para o Brasil entrar na organização ofuscou o papel do país , durante a COP 28, na defesa de medidas para combate às mudanças climáticas.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, o anúncio foi um “contrassenso”. Astrini destacou que, para liderar o debate climático no mundo, o Brasil precisa endereçar a exploração de petróleo.
“Tratar da questão de petróleo significa o Brasil tomar uma posição de que o petróleo precisa acabar, os combustíveis fósseis precisam acabar, e colocar em cima da mesa uma proposta de como será esse fim, como será essa transição. Esse é o debate de liderança de clima no mundo”, enfatizou.
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” foi publicado em 05/12/2023 e pode ser visto diretamente na fonte Frente Ambientalista