Li agora algumas mensagens que a incansável guerreira Manuela D’Ávila (que deveria ser prefeita de Porto Alegre se os gaúchos não tivessem desaprendido a votar) deixou no seu Twitter.
É inaceitável o nível desses misóginos, que vivem espalhando fake news . Bolso e seu exército do ódio realmente mostram o pior lado do brasileiro. Eu, que como Manu venho sendo ameaçada há anos, nessas horas respiro aliviada por não ter filhos. Porque sei que os reaças não têm limites e não têm a menor vergonha em ameaçar crianças.
Toda a minha sororidade a Manu e Laura. Fiquem bem! E processem esses lixos!
Reproduzo o que Manu escreveu :
Ontem à noite, em um debate, me perguntaram se eu não sinto vontade de desistir. Sim, eu sinto. Todos os dias. Ao contrário do que muitos pensam, a violência política está cada vez mais intensa. O último mês foi muito agressivo e me impactou muitíssimo .
Um pai da escola de Laura (cuja identidade conhecemos, o que torna tudo ainda mais cruel) tirou uma fotografia de Laura e a entregou para os grupos que distribuem ódio nas redes. A partir disso, todo o submundo da internet passou a usar a imagem dela para nos agredir.
São muitos anos de violência. Como vocês sabem, quando Laura ainda era um bebê de colo, foi agredida fisicamente em função de uma mentira distribuída amplamente na internet. De lá pra cá, muitas coisas aconteceram.
Mas nenhuma jamais havia envolvido sua escola e algum pai de colega. Foi devastador lidar com isso. Ver a imagem sendo usada por toda essa gentalha que vive as nossas custas, diz que é político e só faz o mal, foi uma violência imensa.
Poucos dias depois chegaram as ameaças de estupro para ela (que tem cinco anos!) e nova ameaça de morte para mim. A polícia já acompanha o caso. É evidente que isso não diminui o medo, a tristeza, a culpa por ver as pessoas que mais amo submetidas a essa gente inescrupulosa.
São anos vivendo assim. A gente mal toma ar de uma agressão e vem a próxima. Mas quando a gente respira, a gente lembra que tem um mundo pra mudar. Que tem um genocida no governo. Que tem mãe enterrando filho e filho enterrando mãe. Que tem criança trabalhando.
Se todos os dias tenho vontade de desistir, todos os dias me lembro das imensas razões que temos para continuar.
Última vez que estive com Manu: em agosto de 2019 nos encontramos de madrugada, totalmente por acaso, no aeroporto de Brasília
O post “FORÇA, MANU E LAURA” foi publicado em 2nd June 2021 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva