Em março, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2025 deve totalizar 327,6 milhões de toneladas, 11,9% maior que a obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas) com aumento de 34,9 milhões de toneladas; e 1,2% acima da informada em fevereiro, com crescimento de 3,9 milhões de toneladas.
A área a ser colhida foi de 81,0 milhões de hectares, acréscimo de 2,5% frente à área colhida em 2024, com aumento de 1,9 milhão de hectares, e acréscimo de 42.284 hectares (0,1%) em relação a fevereiro.
Estimativa de Março para 2025 | 327,6 milhões de toneladas |
Variação Março 2025/Fevereiro 2025 | (1,2%) 3,9 milhões de toneladas |
Variação safra 2025/safra 2024 | (11,9%) 34,9 milhões de toneladas |
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,6% da estimativa da produção e respondem por 87,7% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 4,4% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço); de 10,5% na do arroz em casca; de 2,9% na da soja; de 2,6% na do milho (declínio de 1,8% no milho 1ª safra e crescimento de 3,9% no milho 2ª safra); e de 1,9% na do sorgo, ocorrendo declínio de 1,4% na do feijão e de 8,0% na do trigo.
No que se refere à produção, ocorrem acréscimos de 2,3% para o algodão herbáceo (em caroço); de 12,3% para o arroz em casca; de 7,7% para o feijão; de 13,3% para a soja; de 11,0% para o milho (crescimento de 11,4% para o milho 1ª safra e de 10,9% para o milho 2ª safra); de 3,8% para o sorgo; e de 8,1% para o trigo.
A estimativa de março para a soja foi de 164,3 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 127,3 milhões de toneladas (25,5 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 101,8 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz (em casca) foi estimada em 11,9 milhões de toneladas; a do trigo em 8,1 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 9,1 milhões de toneladas; e a do sorgo em 4,1 milhões de toneladas.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para as Regiões Centro-Oeste (14,5%), Sul (8,5%), Sudeste (13,6%), Nordeste (10,4%) e Norte (6,4%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos na produção a Região Norte (2,8%), a Nordeste (0,2%), a Sudeste (1,3%) e a Centro-Oeste (3,4%), enquanto a Sul (-2,9%) apresentou declínio.
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,9%, seguido pelo Paraná (13,7%), Goiás (11,7%), Rio Grande do Sul (10,1%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,6% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (50,5%), Sul (25,9%), Sudeste (9,0%), Nordeste (8,7%) e Norte (5,9%).
Destaques na estimativa de março de 2025 em relação ao mês anterior
Em relação a fevereiro, houve aumentos nas estimativas da produção da cevada (29,7% ou 124 486 t), da batata 3ª safra (18,0% ou 158 798 t), do trigo (12,5% ou 901 586 t), da aveia (7,3% ou 78 038 t), do tomate (4,9% ou 220 310 t), da batata 2ª safra (4,9% ou 70 307 t), do arroz (3,0% ou 343 280 t), do café arábica (2,5% ou 52 137 t), do milho 2ª safra (2,3% ou 2 275 174 t), da laranja (1,9% ou 240 705 t), da uva (1,6% ou 31 586 t), do feijão 1ª safra (1,5% ou 17 619 t), do milho 1ª safra (1,0% ou 251 863 t), do café canephora (0,5% ou 5 206 t) e do feijão 3ª safra (0,2% ou 1 715 t), bem como declínios nas estimativas do feijão 2ª safra (-5,7% ou -79 024 t), da batata 1ª safra (-2,0% ou -40 579 t), da cana-de-açúcar (-1,3% ou -9 286 173 t), da castanha-de-caju (-1,1% ou -1 575 t) e da soja (-0,1% ou -107 260 t).
As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso (4 728 793 t), em Goiás (1 250 407 t), no Paraná (708 000 t), em Santa Catarina (533 086 t), em São Paulo (371 217 t), no Tocantins (337 535 t), em Rondônia (187 459 t), no Maranhão (72 614 t), no Ceará (41 554 t), no Rio Grande do Norte (10 510 t) em Pernambuco (5 152 t) e no Rio de Janeiro 3 t), enquanto as variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-3 763 088 t), no Mato Grosso do Sul (-524 180 t) e no Piauí (-84 125 t).
ARROZ (em casca) – A estimativa para a produção foi de 11,9 milhões de toneladas, crescimento de 3,0% em relação à estimativa do mês anterior e de 12,3% em relação à safra 2024, com aumento de 10,5% na área a ser colhida e de 1,6% na produtividade. No Rio Grande do Sul, a estimativa de produção cresceu 1,8% em relação ao mês anterior, devido à maior área cultivada (1,5%). As chuvas de 2024 elevaram o volume das barragens e açudes, proporcionando a expansão das áreas irrigadas de arroz, além de proporcionar uma irrigação eficiente e, consequentemente, aumento da produtividade das lavouras. A estimativa é para uma produção de 8,1 milhões de toneladas, crescimento de 13,8% em relação à safra anterior.
BATATA-INGLESA – A produção, considerando-se as três safras do produto, deve alcançar 4,5 milhões de toneladas, crescimentos de 4,3% em relação ao mês de fevereiro e de 0,3% em relação ao volume produzido em 2024. Em São Paulo, a estimativa da produção cresceu 29,4% em relação ao mês anterior. A 1ª safra deve contribuir com 43,4% do total de batata a ser produzido no ano. A produção foi estimada em quase 2,0 milhões de toneladas, redução de 2,0% em relação ao levantamento de fevereiro, resultado influenciado, principalmente, pelos números de Santa Catarina (-2,3%) e São Paulo (-12,8%).
A 2ª safra, que representa 33,5% da produção total, foi estimada em 1,5 milhão de toneladas, crescimento de 4,9% em relação a fevereiro. Em São Paulo, a estimativa da produção apresentou crescimento de 27,6% em relação a fevereiro. Nesse comparativo, as estimativas da produção estão caindo no Paraná (-3,9%) e no Rio Grande do Sul (-2,0%).
Para a 3ª safra, a estimativa de produção foi 18,0% maior que a de fevereiro, alcançando 1,0 milhão de toneladas. A estimativa da produção de São Paulo apresentou um crescimento de 143,6% em relação ao mês anterior. A produção deve alcançar 269,4 mil toneladas. Goiás é o segundo maior produtor dessa safra, com 252,5 mil toneladas, declínio de 2,1% em relação ao volume produzido em 2024.
CAFÉ (em grão) – A produção brasileira, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi estimada em 3,2 milhões de toneladas, ou 53,8 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 1,8% em relação ao mês anterior, tendo o rendimento médio aumentado em 0,6% e a área a ser colhida em 1,2%.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,1 milhões de toneladas ou 35,8 milhões de sacas de 60 kg, aumentos de 2,5% em relação ao mês anterior e declínio de 10,6% em relação ao volume produzido em 2024. Para a safra de 2025, aguarda-se uma bienalidade negativa, ou seja, um declínio natural da produção em função das características fisiológicas da espécie, em que nos anos pares tende a produzir mais, sacrificando a produção do ano seguinte, em decorrência de um maior exaurimento das plantas.
Para o café canephora, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas ou 18,0 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 0,5% em relação ao mês anterior e de 5,4% em relação ao volume produzido em 2024. No Espírito Santo, maior produtor brasileiro do conilon com 65,5% de participação, a produção deve crescer 5,6% em relação ao volume produzido em 2024, refletindo aumento de mesmo valor no rendimento médio. A produção foi estimada em 707,0 mil toneladas ou 11,8 milhões de sacas de 60 kg. Em Rondônia, a produção esperada é de 177,4 mil toneladas ou 3,0 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 2,8% em relação ao mês anterior e aumento de 4,2% em relação ao volume produzido em 2024.
CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa da produção foi de 699,2 milhões de toneladas, um declínio de 1,3% em relação ao mês anterior. São Paulo, responsável pela produção de 351,8 milhões de toneladas, o que representa 50,3% da produção nacional, reavaliou suas estimativas com queda de 3,8% em relação ao mês anterior. As lavouras foram prejudicadas pelo clima adverso (quente e seco) ao longo de 2024 e pelos incêndios em agosto na região Centro-Sul do País, especialmente em São Paulo, o que pode impactar na safra 2025.
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A estimativa de março para a produção de castanha-de-caju foi de 140,3 mil toneladas, indicativo de queda de 1,1% no comparativo mensal com fevereiro. A área a ser colhida e o rendimento médio impactaram essa queda, registrando reduções respectivas de 0,1% e de 1,0%. O rendimento médio estimado é de 310 kg/ha, frente os 313 kg/ha de fevereiro. O Nordeste também se destacou ao registrar queda de 1,1% na produção em relação ao mês anterior. Os maiores produtores da castanha-de-caju são o Ceará, o Piauí e o Rio Grande do Norte. Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia não tiveram as estimativas reavaliadas no período.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. Para o trigo (em grão), a produção estimada alcançou 8,1 milhões de toneladas, aumentos de 12,5% em relação ao mês anterior e de 8,1% em relação a 2024. A Região Sul deve responder por 86,3% da produção tritícola nacional em 2025.
A produção da aveia (em grão) foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, crescimentos de 7,3% em relação ao mês anterior e de 8,3% em relação ao volume colhido em 2024. Os maiores produtores do cereal são o Rio Grande do Sul, com 851,1 mil toneladas, declínio de 0,2% em relação ao mês anterior e crescimento de 5,2% em relação ao volume colhido em 2024; e Paraná, com 233,6 mil toneladas, aumentos de 30,3% em relação a fevereiro e de 40,3% em relação a 2024.
Para a cevada (em grão), a produção estimada foi de 543,2 mil toneladas, aumentos de 29,7% em relação ao mês anterior e de 30,5% em relação ao volume produzido em 2024. Os maiores produtores da cevada são o Paraná, com 413,8 mil toneladas, crescimentos de 39,8% em relação ao mês anterior e de 44,1% em relação a 2024, devendo participar com 76,2% na safra brasileira de 2025, e o Rio Grande do Sul, com uma produção de 109,7 mil toneladas, crescimento de 6,6% em relação ao mês anterior e de 0,5% em relação ao volume produzido em 2024. A produção gaúcha deve representar 20,2% do total da cevada produzida em 2025 pelo País.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa para a produção de feijão, considerando-se essas três safras, deve alcançar 3,3 milhões de toneladas, declínio de 1,8% em relação a fevereiro e crescimento de 7,7% sobre a safra 2024. Essa produção deve atender ao consumo interno brasileiro, em 2025, não havendo necessidade da importação do produto.
A estimativa para a 1ª safra de feijão foi de 1,2 milhão de toneladas, representando 36,5% de participação nacional dentre as três safras, sendo 1,5% maior frente ao levantamento de fevereiro. Em relação às Regiões Geográficas, houve queda no mês da estimativa da produção de feijão no Sudeste (-0,2%), e crescimento no Nordeste (2,1%), no Sul (1,9%), no Norte (5,9%) e Centro-Oeste (0,2%). Houve aumento nas estimativas da produção em Rondônia (31,5%), no Tocantins (0,2%), no Ceará (14,3%), no Rio Grande do Norte (23,4%), em Pernambuco (0,8%), no Paraná (2,1%), em Santa Catarina (3,0%), no Mato Grosso (7,1%), e declínios em Goiás (-0,3%), no Mato Grosso do Sul (-13,2%), no Rio Grande do Sul (-0,9%) e em São Paulo (-1,6%). O maior produtor de feijão na 1ª safra é o Paraná com 339,2 mil toneladas, participando com 27,8% do total nacional, seguido por Minas Gerais e Bahia com 157,5 mil toneladas e Bahia com 131,9 mil toneladas, respectivamente.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, correspondendo a 39,4% de participação entre as três safras. No comparativo com o mês de fevereiro, houve redução de 5,7% na estimativa de produção. O Paraná é o maior produtor brasileiro de feijão dessa safra, com estimativa de 610,6 mil toneladas e participação de 46,4% do total nacional.
Em relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção de março foi de 801,4 mil toneladas, aumento de 0,2% em relação ao mês anterior. Houve reduções na estimativa de produção no Paraná (-14,3%) e no Mato Grosso do Sul (-72,7%), e crescimento da estimativa da produção em São Paulo (0,3%), Mato Grosso (0,3%) e Goiás (1,3%). Salienta-se que Goiás e Minas Gerais são aqueles que mais contribuem com essa safra de feijão, correspondendo a 30,6% de participação (245,0 mil toneladas) e 25,4% (203,8 mil toneladas), respectivamente.
LARANJA – A estimativa para a produção de laranja foi de 12,8 milhões de toneladas, um aumento de 1,9% em relação ao divulgado em fevereiro. Apesar de alguns problemas como falta de chuvas e altas temperaturas, o clima tem favorecido a cultura, impactando positivamente na produtividade, que cresceu 1,9%. Comparando com a safra de 2024, o aumento na produção foi de 4,5%, recuperando uma parte da produção afetada no ano passado. São Paulo é o maior produtor de laranja, responsável por 68,3% da produção nacional.
MILHO (em grão) – A estimativa da produção do milho foi de 127,3 milhões de toneladas, crescimentos de 2,0% em relação ao mês anterior e de 11,0% em relação ao volume produzido em 2024. Em 2024, a produção do cereal foi afetada por problemas climáticos em diversas Unidades da Federação produtoras, devendo recuperar-se em 2025.
O milho 1ª safra apresentou uma estimativa de produção de 25,5 milhões de toneladas, aumentos de 1,0% em relação a fevereiro e de 11,4% em relação ao volume produzido nessa mesma época em 2024. Com exceção da Região Norte, que apresenta um declínio de 3,6% na estimativa da produção em relação ao volume de 2024, nas demais, aguarda-se crescimento relevante na produção do cereal: Nordeste (13,1%), Sudeste (3,7%), Sul (18,7%) e Centro-Oeste (7,4%).
A produção do milho 2ª safra apresentou crescimentos de 2,3% em relação ao mês anterior e de 10,9% em relação ao volume produzido nessa mesma época em 2024, totalizando 101,8 milhões de toneladas. O Mato Grosso, Unidade da Federação com maior participação nacional na produção do milho 2ª safra, com 46,3% do total, estimou uma produção de 47,1 milhões de toneladas, aumento de 3,0% em relação ao mês anterior, e declínio de 0,8% em relação ao volume produzido em 2024. O Estado vem recebendo bons volumes de chuvas, o que tem possibilitado o aumento do potencial produtivo inicialmente estimado. O Paraná é o 2º maior produtor nacional, com participação de 15,6% do total e com uma produção estimada em 15,9 milhões de toneladas, crescimentos de 0,3% em relação ao mês anterior e de 26,8% em relação ao volume produzido em 2024.
SOJA (em grão) – A produção da oleaginosa deve alcançar novo recorde na série histórica em 2025, totalizando 164,3 milhões de toneladas, um aumento de 13,3% em comparação à quantidade obtida no ano anterior. Neste levantamento, estimou-se uma retração mensal de 107,3 mil toneladas, resultado dos ajustes observados, principalmente, no Estado do Rio Grande do Sul, que novamente apresentou quedas consideráveis na produtividade esperada, mas que foram compensadas pelo ajuste positivo neste mês nas estimativas de produção no Mato Grosso.
TOMATE – A estimativa da produção foi de 4,7 milhões de toneladas, crescimento de 4,9% em relação ao mês anterior e de 0,9% em relação ao volume produzido em 2024. Os maiores produtores de tomate são Goiás, com 1,7 milhão de toneladas ou 36,3% do total nacional; São Paulo, com 1,1 milhão de toneladas e participação de 22,9%; e Minas Gerais, com 557,6 mil toneladas e participação de 11,8%.
UVA – A produção deve alcançar 2,0 milhões de toneladas, aumentos de 1,6% em relação ao mês anterior e de 14,5% em relação a 2024. Em março, o Rio Grande do Sul reavaliou sua estimativa de produção, informando um crescimento de 3,4% em relação ao mês anterior, em decorrência do aumento da produtividade dos parreirais (4,0%). A produção gaúcha deve alcançar 958,0 mil toneladas, crescimento de 39,6% em relação ao volume produzido em 2024. Em 2014, as videiras gaúchas foram severamente afetadas por problemas climáticos, com ocorrência de falta de chuvas durante o segundo semestre de 2023 e excesso de delas e alagamentos em abril/maio de 2024. Para 2025, portanto, se aguarda uma recuperação dessa produção. A produção deve alcançar 926,8 mil toneladas, crescimento de 35,0% em relação ao ano anterior.
Fonte
O post “Em março, IBGE prevê safra de 327,6 milhões de toneladas para 2025” foi publicado em 11/04/2025 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte IBGE – Agência de Notícias