DO OC – O mundo experimentou quase 10 mil eventos climáticos extremos de 1995 a 2024. Sob a forma de ondas de calor, tempestades, inundações ou secas severas, os episódios foram intensificados pelo aquecimento global e estão relacionados a mais de 830 mil mortes e perdas econômicas que superam os 4,5 trilhões de dólares.
Entre os dez países que mais sofreram as consequências deste processo, não há nenhum rico, aponta o Índice de Risco Climático 2026 , lançado pela organização ambiental e de direitos humanos Germanwatch nesta terça-feira (11), em conferência de imprensa na COP30.
Considerado o índice de mais longa duração sobre catástrofes climáticas, o CRI (da sigla em inglês para Climate Risk Index) aponta Dominica, Mianmar e Honduras como os países mais afetados ao longo das últimas três décadas.
Foram levados em conta eventos extremos raros, como o furacão que matou 14 mil pessoas em Honduras em 1998, ou recorrentes, caso dos 91 furacões e inundações que atingiram o Haiti desde 1995. De acordo com o levantamento, as enchentes resultaram em quase metade do número total de atingidos, enquanto as tempestades causaram os maiores prejuízos (58%).
Quando o recorte é apenas o ano de 2024, São Vicente e Granadinas, Granada e Chade ficam no topo do índice da Germanwatch. O primeiro despontou na lista em razão do furacão Beryl (categoria 4) que resultou em oito mortes, 40 mil atingidos e causou prejuízos estimados em US$ 230 milhões, ou 20% do PIB local.
“Os dados mostram claramente que os países do Sul Global são particularmente afetados por esses crescentes eventos climáticos extremos”, disse Lina Adil, uma das coordenadoras do levantamento, em sua apresentação na COP.
Segundo o documento, a manutenção das emissões nos níveis atuais e os recursos insuficientes para adaptação vão ampliar os danos humanos e econômicos e as desigualdades entre os países.
“A COP 30 deve encontrar formas eficazes de reduzir as lacunas globais de ambição, como ilustram os resultados preliminares do CRI 2026. As emissões globais precisam ser reduzidas imediatamente, os esforços de adaptação devem ser acelerados, soluções efetivas para lidar com perdas e danos precisam ser implementadas, e um financiamento climático adequado deve ser garantido.”
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O post “Dez países mais afetados por extremos climáticos em 30 anos estão no Sul Global, mostra levantamento” foi publicado em 11/11/2025 e pode ser visto originalmente na fonte Observatório do Clima
