Energia gerada a partir da cana-de-açúcar tem crescimento de 5,5% em um ano. Dados são da Resenha Energética Brasileira – Exercício de 2019, divulgada pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
De acordo com o levantamento, o etanol e a geração de energia com os resíduos da cana responderam por aproximadamente 53 milhões de TEP (toneladas equivalentes de petróleo) da Oferta Interna de Energia (OIE) no país, o equivalente a 18% do total da oferta de energia em 2019 (aumento de 5,5% ou 0,6 ponto percentual em relação a 2018).
Em 2019, a Oferta Interna de Energia no Brasil foi de 294 milhões de TEP, crescimento de 1,4% em relação a 2018, cerca de 2% da oferta mundial.
O levantamento revela, ainda, que o desempenho dos produtos da cana-de-açúcar contribuiu para que a participação da energia renovável subisse de 45,5% (2018) para 46,1% (2019) na matriz energética brasileira.
De acordo com Antônio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), os dados revelam que o Brasil continua se esforçando em aumentar a predominância de renováveis em sua matriz energética em relação ao mundo, que tem uma proporção média de apenas 14,2% de renováveis na OIE.
Etanol
Segundo o diretor, o Brasil e o mundo querem a descarbonização de suas matrizes energéticas e o etanol tem grande potencial para ajudar nessa demanda por sustentabilidade e garantia de suprimento.
“Nesta linha, vale citar o RenovaBio como o maior programa do mundo de descarbonização, a partir de biocombustíveis, sendo uma iniciativa fundamental para o atendimento dos compromissos de sustentabilidade assumidos internacionalmente pelo Brasil, bem como para promover a adequada expansão da produção e do uso de biocombustíveis no país, com maior previsibilidade para a cadeia nacional de combustíveis renováveis”.
Bioeletricidade
Com relação à geração de energia elétrica, o setor sucroenergético também contribui para um perfil singular e positivo do Brasil em relação ao uso da bioeletricidade no mundo.
Em 2019, enquanto no Brasil a bioeletricidade com biomassa sólida representou 8,4% de participação na oferta interna de energia elétrica, na média mundial essa participação foi de apenas 2,1%.
No ano passado, a geração total de energia elétrica pela biomassa sólida foi de 54.684 GWh, sendo a biomassa da cana responsável por 36.827 GWh (67,3% do total de bioeletricidade produzida no país).
A biomassa sólida inclui biogás, lenha, lixívia, casca de arroz, resíduos de madeira e da cana-de-açúcar.
Atualmente, de acordo com Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, o Brasil utiliza somente 15% do potencial de geração de energia elétrica pelo setor sucroenergético.
“Temos que aproveitar a discussão em torno da modernização do setor elétrico e valorizar adequadamente os atributos da bioeletricidade e do biogás nos leilões regulados de energia elétrica, como sua geração renovável, não-intermitente, perto dos centros de consumo e complementar à fonte hídrica, dentre outras externalidades, o que estimularia mais projetos de geração, em linha também com o avanço do RenovaBio e integrando as políticas energéticas”, avalia Souza.
Fonte: Dourados Agora.
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