1o update em 30/11, 21h. Dez minutos antes de eu publicar meu post , (leia antes, se estiver boiando nessa história), Coronel Siqueira publicou um texto na Carta Capital chamado “A quem interessa matar o Coronel Siqueira?”. Primeiro tem uma introdução categórica da Carta: “Jamais alguém chamado Sergio Liotte enviou textos para a revista”.
Em seguida o Coronel conta que mora na Espanha e que usou uma conta criada em dezembro de 2019 para estrear o personagem, mas que nunca quis se expor, apenas se divertir, e que sempre recusou pedidos de entrevistas e lives. Apenas aceitou escrever a coluna pra revista.
E que ontem recebeu um telefonema da sua mãe, assustada depois de ler que o criador do Coronel tinha morrido. Mandou email pra DCM, falou com o Fabrício que, segundo ele, insistiu em saber seu CPF. O Coronel diz que viu um pedaço da live até “a hora que a moça falou que a foto era de um tio. Ali vi que era realmente tudo uma farsa rocambolesca”. E desativou todas as suas contas (o perfil @direitasiqueira voltou hoje, junto com o texto, mas ele disse que vai dar um tempo. E deixou um email de contato: 11coronelsiqueira11@gmail.com
Bom, a mim ele convenceu e eu mudei de opinião de novo. É ele, alguém cujo nome real eu desconheço, e não o Liotte o Coronel Siqueira. Não concordo com o tom conspiratório do seu texto, como se o DCM quisesse derrubá-lo ou expô-lo ou ficar com seu perfil. Creio que o DCM quis fazer o que qualquer site jornalístico quer: dar uma notícia com exclusividade. Também discordo que ontem o Coronel foi “eleito o inimigo da esquerda punitivista, viciada em cancelamentos, agindo sempre como matilhas”. O que toda a esquerda fez foi lamentar a morte do Coronel e destacar como ele fará falta. Isso não me parece exatamente um cancelamento.
Ninguém o viu como inimigo. O personagem Coronel Siqueira é praticamente uma unanimidade — todos da esquerda gostam. A dúvida era se Liotte, que de fato morreu, e que de fato era marido de Patrícia, era ou não o criador do perfil. E se quem estava continuando com o perfil era o verdadeiro e único Coronel ou um dos cinco colaboradores que a viúva disse que havia. Muita gente não acreditou nela e na versão do DCM.
Acho também que talvez a situação pudesse ter se resolvido mais rapidamente e sem tanto drama se o Coronel e Fabrício tivessem conversado, se o DCM tivesse perguntado à viúva sobre a foto do perfil (afinal, aquilo é o mais estranho: ela não precisava ter contado a história elaborada do tio comunista), se o Coronel tivesse seguido com o perfil e se defendido, publicando uma versão do texto ontem mesmo, se a Carta tivesse dito ontem o que só disse hoje sobre nunca ter recebido textos do Liotte (a Carta, pra mim, mostrou a mesma dificuldade de se comunicar com os leitores que tem a grande imprensa).
Pelo que vi, o DCM ainda não se manifestou depois do texto do Coronel. Vi apenas uns tuítes do Fabrício dizendo que estavam respeitando o luto de Patrícia e esperando que ela mostre as provas que disse ter. Meu palpite é que ela não vai mais querer falar disso, e sobrará pro DCM se explicar e, talvez, admitir a barrigada (um erro jornalístico que não é necessariamente resultado de péssimas intenções).
Eu fico feliz que o Coronel não morreu.
O post “CORONEL SIQUEIRA NÃO MORREU (AINDA BEM)” foi publicado em 30th November 2021 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva