Parceria entre a siderúrgica Metalsider e a Copasa estima uma economia equivalente à demanda de 14 mil pessoas
A Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa) e a Metalsider, siderúrgica instalada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), assinaram um acordo para utilização de efluente tratado de água para reúso industrial. Com o projeto pioneiro no Estado estima-se que a água economizada pode abastecer, anualmente, uma população superior a 14 mil pessoas.
A Metalsider irá arcar com a infraestrutura para o transporte do efluente tratado para que a água retorne para empresa, e a expectativa é que o investimento deverá girar em torno de R$ 4 milhões.
Por meio dessa parceria, a Copasa vai fornecer à siderúrgica o efluente tratado proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Betim Central, que será reaproveitado pela empresa em suas atividades produtivas. A expectativa é que, com a utilização do efluente tratado nas atividades da Metalsider, aproximadamente 788 mil m³/ano de água (volume correspondente a 315 piscinas olímpicas) deixarão de ser captadas pela empresa no rio Betim. O reaproveitamento desse efluente pela siderúrgica contribuirá para a proteção do meio ambiente.
De acordo com a gerente da Unidade de Serviço de Desenvolvimento Operacional, Qualidade e Energia da Copasa, Elenice Louback Barros, a remuneração começará após o término das obras. “A Metalsider vai captar o efluente tratado da Copasa para utilizar como água de reúso dentro da indústria. Então esse volume captado vai ser medido por metro cúbico e vai ser cobrado um valor menor no primeiro ano e, depois, o valor da tarifa cheia que foi calculado e acordado com eles. A expectativa é que em quatro, no máximo seis meses, essas obras estarão prontas”, projetou a gerente.
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Ainda de acordo com ela, a questão principal nessa parceria é a sustentabilidade.
“O esgoto tratado retornaria para o rio Betim. Agora, a água será reutilizada, como água de reúso dentro da indústria. Ela vai voltar para o ciclo e, com isso, a empresa vai usar o efluente e deixar de captar água do rio. Então, diante desse cenário, teremos benefícios intangíveis e imensuráveis quanto à sustentabilidade”, destacou Elenice Louback Barros.
Segundo o diretor-presidente da Metalsider, Bruno Melo Lima, a siderúrgica, instalada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), precisa de uma quantidade expressiva de água para refrigeração dos fornos e funcionamento da termelétrica.
“A empresa é voltada para a produção de ferro-gusa, atendendo ao mercado interno e externo e, com essa parceria, traremos benefícios para o meio ambiente, com a utilização de água de reúso. Também teremos o benefício econômico, de redução de custos, ao adquirirmos a água da Copasa e com a qualidade do tratamento que a empresa faz”, salientou Lima.
Para a engenheira sanitarista da Copasa, Frieda Keifer, o reúso de água é uma técnica fundamental atualmente, uma vez que promove o uso adequado e maior economia dos recursos hídricos.
“Que este contrato sirva de fomento para aumentar a prática do reúso de água. Nossas ETEs possuem um grande potencial para o fornecimento de água para reúso industrial. Praticamos a sustentabilidade quando aumentamos a disponibilidade hídrica para o abastecimento público”, considerou.
De olho na economia de água potável, a Copasa também tem investido em outras iniciativas nessa linha. Atualmente, estão em andamento obras para utilização de água para reuso em seis ETEs da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com previsão de conclusão ainda neste semestre. Com as obras de ampliação dos sistemas de reuso, a Companhia pretende economizar, na Grande BH, quase 66 milhões de litros de água potável por ano.
Fonte: Diário do Comércio
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