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Hospital de campanha tem capacidade para atender mais de 2.000 pessoas. Foto: Jesus Cova/ACNUR
No Brasil, os efeitos da pandemia impõem desafios adicionais a um contexto já emergencial. Por isso, o ACNUR, Agência da ONU para Refugiados , intensificou seus esforços para frear a disseminação entre os refugiados e a comunidade que os acolhem, respondendo à crise de saúde com as seguintes ações:
1) Hospital
O ACNUR doou 250 unidades residenciais para hospital de campanha. Foto: Thiago Brilgia/ACNUR
O ACNUR teve papel decisivo na construção e implementação de um hospital de campanha para COVID-19 que atende refugiados e comunidade local em Boa Vista, Roraima. Com capacidade para atender mais de 2.000 pessoas, ele é parte da resposta de saúde do governo federal à pandemia do novo coronavírus e amplia o número de leitos de terapia intensiva disponíveis na região.
O ACNUR contribuiu para o projeto desde a elaboração do estudo preliminar do plano arquitetônico, além de doar 250 unidades residenciais usadas nos abrigos da Operação Acolhida para servirem como ambientes de isolamento de casos suspeitos e confirmados. O ACNUR também articulou parcerias que viabilizam o funcionamento efetivo do hospital e colaborou com o desenvolvimento da ferramenta de gestão da informação que permite processar prontuários médicos e agilizar os atendimentos.
2) Distribuição de itens de emergência
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Itens emergenciais já beneficiaram diversas famílias. Foto: Allana Ferreira/ACNUR
Para enfrentar a pandemia da COVID-19, é essencial cumprir as recomendações de higiene. No entanto, para pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e hoje encontram-se em situação de vulnerabilidade, não é tão simples ter a disposição nem mesmo sabão e água limpa para lavar as mãos.
Por isso, o ACNUR distribuiu, desde o início da emergência, mais de 9.300 itens essenciais – entre kits de limpeza, colchões, redes, fraldas e roupas, beneficiando cerca de 15.000 pessoas. Além disso, os abrigos coordenados pela agência receberam mais bebedouros e estações para lavagem de mãos.
3) Acesso à Informação
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Cartilha multilíngue promove saúde de indígenas venezuelanos refugiados no Brasil. Foto: Felipe Irnaldo/ACNUR
O ACNUR também tem atuado, de forma decisiva, na distribuição de informações seguras sobre a prevenção ao novo coronavírus e de orientações sobre como a população refugiada pode acessar os auxílios emergenciais pagos pelo governo federal. Tudo isso em coordenação com autoridades públicas, parceiros da sociedade civil e doadores privados (individuais e empresariais).
Nós já alcançamos mais de 15 mil refugiados e migrantes nos abrigos do norte do Brasil com informações essenciais sobre a COVID-19 através da mobilização comunitária. Sessões de informação, exibição de vídeos, distribuição de panfletos e transmissão em rádios comunitárias fazem parte da estratégia para garantir que refugiados e migrantes recebam informações sobre higiene e prevenção ao coronavírus. Além disso, a agência produziu uma cartilha de saúde para populações indígenas, disponível em quatro idiomas (português, espanhol, warao e panare).
4) Auxílio financeiro emergencial
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“Com esse apoio financeiro, vamos conseguir pagar o aluguel e a luz, além de comprar alimentos e fraldas para as crianças”, afirmou Silany, uma das beneficiadas pelo auxílio emergencial do ACNUR. Foto: Luiz F. Godinho/ACNUR
A nível nacional, o ACNUR tem reforçado o apoio financeiro para pessoas refugiadas em situação de maior vulnerabilidade, garantindo seus gastos emergenciais durante a pandemia da COVID-19. O ACNUR apoiou 1.636 pessoas refugiadas em maior situação de vulnerabilidade com R$ 612.522. No entanto, a operação possui apenas 24% do orçamento necessário para atividade de assistência em dinheiro enquanto as necessidades aumentam exponencialmente no contexto da COVID-19.
5) Realocação para espaços seguros
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Em meio à pandemia da COVID-19, refugiados e migrantes indígenas venezuelanos Warao foram transferidos para um espaço seguro em Manaus. Foto: Felipe Irnaldo/ACNUR
A pandemia impõe a necessidade de distanciamento social, um desafio para todos os refugiados que moram em abrigos, em assentamentos irregulares ou em situação de rua, e dividem seu espaço com diversas famílias. O ACNUR tem trabalhado para fortalecer o isolamento e proteger refugiados, transferindo famílias para locais mais seguros.
Em Manaus, o ACNUR apoiou a estratégia de realocação de 534 pessoas para cinco espaços emergenciais e temporários com melhores condições de higiene e saneamento. Em Pacaraima, 180 refugiados foram transferidos para outros abrigos para permitir maior distanciamento.
Fonte
O post “Conheça as ações realizadas pelo ACNUR para proteger refugiados da COVID-19 no Brasil” foi publicado em 22nd June 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ONU Brasil