A proposta de explorar, aprender e discutir como os investimentos privados podem estar orientados à construção de um sociedade mais justa para as próximas gerações orientou a Converge Capital Conference 2020, realizada no Rio de Janeiro (RJ) entre 13 e 14 de fevereiro.
A conferência, que teve o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) entre os principais convidados, reuniu membros de famílias investidoras, executivos e atores-chave do mercado financeiro.
A representante-residente do PNUD no Brasil, Katyna Argueta, abriu o evento. “Em janeiro deste ano, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou a Década de Ação para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030”, destacou.
Segundo Argueta, uma das mais relevantes contribuições da Agenda 2030 está na quebra do paradigma de desenvolvimento até agora predominante, ao reconhecer a necessidade da sustentabilidade, a natureza multidimensional do desenvolvimento e a integralidade em sua implementação.
A Converge Capital Conference, que tem à frente a empresária Marina Cançado, foi “um convite para começarmos a década de 2020 com mais clareza e consciência em relação ao que nossos investimentos – com e sem fins de lucro – estão nutrindo no mundo e qual o nosso papel em agir e nos coordenar em direção ao que realmente importa conservar e gerar no nível individual e coletivo”, segundo a organização.
O evento reuniu cerca de 100 palestrantes, incluindo atores-chave do mercado financeiro e os principais nomes que atuam em sustentabilidade e meio ambiente.
Estiveram presentes o cofundador do Waze, Uri Levine; o diretor de Investimentos do Fundo de Pensão de Genebra, Grégoire Haenni; e o diretor das Américas do Principles for Responsible Investment, Chris Fowle, entre outros. A proposta foi discutir como os investimentos privados podem estar pautados em questões sociais e ambientais, mantendo a rentabilidade.
“Passei o último ano estudando e acompanhando de perto como as grandes economias da Europa, Ásia e América do Norte estão tratando os investimentos responsáveis. Um ponto em comum entre todos eles é que impacto e sustentabilidade precisam ser tratados como questões transversais na elaboração de um portfólio. Esses dois dias de evento foram importantes para refletirmos sobre o papel do investidor, executivo, filantropo, conselheiro, consultor e consumidor diante do mundo que estamos investindo”, destaca Marina Cançado, idealizadora do evento.
A conferência mostrou, por meio de dados, macrotendências e exemplos, que é possível moldar um futuro melhor por meio das empresas e do mercado financeiro, sem necessariamente abdicar de retorno financeiro. O primeiro dia foi destinado a explorar os cenários alternativos para as próximas décadas e os esforços necessários para que um futuro mais positivo se concretize.
Já no segundo dia, as palestras aprofundaram o debate em torno de como contribuir para um mundo mais sustentável por meio de investimentos. O encontro abordou também o papel da filantropia e a importância da tecnologia ser incorporada aos negócios para resolver desafios globais.
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