Novo estudo mostra que espécies de árvores e plantas precisariam migrar em velocidade muito superior à atual para se adaptar
Floresta Amazônica preservada no Norte do Mato Grosso — Foto: Eduardo Maia/Agência O Globo
As mudanças climáticas avançam na Amazônia num ritmo muito superior ao que a natureza é capaz de se adaptar, alerta o mais recente estudo de Ima Vieira e seu grupo de pesquisa. Publicado na revista científica Plos One, o trabalho estima a velocidade com que o clima transforma a Floresta Amazônica e evidencia que nem mesmo as unidades de conservação localizadas no coração da floresta estão a salvo.
Os pesquisadores da Universidade Federal do Pará, da Universidade Federal Rural do Pará e do Museu Paraense Emílio Goeldi usaram modelos numéricos para avaliar até 2050 os efeitos das mudanças climáticas sobre as unidades de conservação e terras indígenas dos nove países por onde a floresta se estende. Na natureza, as espécies lentamente migram à medida que se deslocam as condições climáticas às quais estão adaptadas. Se o clima muda depressa demais, a maioria não acompanha e desaparece.
Estima-se que a velocidade média de migração de diversos grupos de plantas seja de 2 km/ano. Mas na Amazônia, mostrou o estudo, as espécies necessitariam migrar a uma taxa de 7,6 km/ano até 2050 para acompanhar a velocidade das mudanças no clima.
Os cientistas verificaram que, dada a taxa de transformação atual, muitos dos microclimas tendem a desaparecer. Na Amazônia, as plantas e os animais vivem no limite e qualquer alteração sutil pode ter grandes efeitos.
O post “Como o ritmo da mudança climática afeta as espécies da floresta amazônica” foi publicado em 24/07/2023 e pode ser visto diretamente na fonte Frente Ambientalista