Brasília (20/09/2019) – Equipe do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Goiânia (GO) devolveu à natureza um lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), espécie criticamente em perigo de extinção, conforme classificação técnica.
O animal, uma fêmea com aproximadamente dois anos de idade, havia sido resgatada vítima de incêndio florestal. Após 40 dias em processo de reabilitação, com tratamento de seus ferimentos no Cetas, foi devolvida em área preservada de Cerrado integrante do Projeto Asas em Goiás.
Cetas devolveram 34.591 animais à natureza em 2018
Em 2018, os 24 Cetas do Ibama distribuídos em 20 estados e no Distrito Federal receberam 71.904 animais e devolveram à natureza 34.591, no total. A cada ano, uma média de 70 mil animais silvestres são reabilitados nos centros, em sua maioria, aves (68%). “O período para reabilitação dos animais é diverso, pois depende de fatores tais como saúde do animal no momento do recebimento, classe da espécie, habilidades para sobrevivência em vida livre e disponibilidade de áreas de soltura devidamente estudadas e cadastradas”, afirma Raquel Monti Sabaini, Coordenadora de Gestão, Destinação e Manejo da Biodiversidade do Instituto. Quando não são considerados aptos para reintrodução na natureza, os animais são destinados a criadores ou santuários cadastrados nos órgãos ambientais.
Cetas e parcerias
Os Cetas são unidades especializadas responsáveis pela recepção, identificação, marcação, triagem, avaliação, recuperação, reabilitação e destinação de animais silvestres provenientes de ação fiscalizatória, resgate ou entrega voluntária. Além do manejo da fauna, os centros também desenvolvem pesquisas científicas, ensino e extensão.
Desde a promulgação da Lei Complementar n° 140/2011, as competências federais quanto à preservação da fauna foram compartilhadas com os entes estaduais e municipais. Para Rodrigo Dutra da Silva, Coordenador Geral de Gestão da Biodiversidade, Florestas e Recuperação Ambiental do Ibama, “a despeito da redistribuição das competências, os Cetas do Instituto ainda são os únicos centros governamentais em várias regiões do país. Em razão disso, passam a ser o destino de espécimes resgatados pela população, por agentes ambientais estaduais ou municipais, e pelos batalhões de polícia militar ambiental dos estados”.
O Ibama vem articulando institucionalmente com órgãos ambientais dos entes estaduais e municipais, universidades e organizações parceiras para formalização de instrumentos que viabilizem não só a manutenção operacional, mas também a melhoria da atual infraestrutura e construção de novos centros a serem gerenciados pelos estados e municípios.
Em 2019, apesar de ajustes orçamentários resultantes do contingenciamento promovido pelo Governo Federal, o Instituto garantiu recursos que mantiveram a operacionalidade das 24 unidades. “Conseguimos garantir junto ao Ministério do Meio Ambiente recursos para investimentos em edificações e compra de equipamentos, além de reformas estruturais, como por exemplo, no Cetas em Goiânia (GO)”, explica o Diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Ibama, João Pessoa Moreira.
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