O buraco da camada de ozônio sobre a Antártida em 2025 foi o menor e o de mais curta duração dos últimos cinco anos.
A conclusão consta de boletim técnico divulgado nesta segunda-feira (1/12) pelo serviço Copernicus, o observatório climático da União Europeia.
De acordo com o documento, a anomalia começou a se desenvolver em agosto e apresentou uma dinâmica distinta daquela identificada de 2020 a 2023, quando aumentou de tamanho e duração. A camada de ozônio protege a Terra da radiação ultravioleta do Sol.
“A conclusão antecipada e o tamanho relativamente pequeno do buraco de ozônio deste ano são um sinal encorajador e refletem o progresso constante, ano após ano, que estamos observando na recuperação da camada de ozônio”, avaliou Laurence Rouil, diretora do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS).
Ela atribuiu o resultado à implementação bem sucedida do Protocolo de Montréal, assinado por 198 países há 38 anos e que levou à eliminação gradual de mais de 99% da produção e consumo de substâncias que destroem o ozônio, tais como o clorofluorcarbono (CFC) e o brometo de metila.
“Esse progresso deve ser celebrado como um lembrete oportuno do que pode ser alcançado quando a comunidade internacional trabalha em conjunto para enfrentar desafios ambientais globais”, afirmou a pesquisadora.
Esperança
De acordo com o Copernicus, os buracos de ozônio de 2020, 2021, 2022 e 2023 foram “grandes e duradouros”. Em 2020 foi registrado o recorde de fechamento tardio, 28 de dezembro.
Os motivos ainda são investigados pela ciência, mas o instituto diz que a hipótese mais provável se refere a “condições atmosféricas excepcionais” provocadas pelas mudanças climáticas e também por eventos como a colossal erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai em 2022, “que injetou grandes quantidades de cinzas e vapor d’água na estratosfera, desempenhando um papel no grande buraco de ozônio de 2023”.
“O buraco de ozônio antártico de 2025 chegou ao fim em 1º de dezembro, marcando o fechamento mais precoce desde 2019. O buraco de ozônio de 2025 também foi relativamente pequeno pelo segundo ano consecutivo em comparação com os buracos de ozônio grandes e duradouros de 2020-2023, e teve concentrações de ozônio mais elevadas, alimentando esperanças de recuperação”, aponta o estudo.
Em setembro, um relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial) já havia indicado que a camada de ozônio está no caminho para uma recuperação completa até 2050.
No Ártico, o estudo identificou que em março de 2024 havia uma camada de ozônio 14% mais espessa do que a média do período de 1960 a 2023 para a região. Já o buraco sobre a Antártida registrou profundidade abaixo da média de 1990 a 2020, o que, de acordo com o relatório, sugere “recuperação contínua do ozônio estratosférico”, apesar das anomalias registradas entre 2020 e 2023.
“Como resultado, a camada de ozônio está agora a caminho da recuperação até meados do século XXI, reduzindo significativamente os riscos de câncer de pele, cataratas e danos ao ecossistema devido à exposição excessiva à UV”, apontou a entidade, em um trecho do relatório.
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O post “Buraco no ozônio sobre a Antártida foi o menor em 5 anos” foi publicado em 01/12/2025 e pode ser visto originalmente na fonte Observatório do Clima
