Para marcar a Semana Mundial do Aleitamento Materno 2020, o Ministério da Saúde do Brasil lançou nesta terça-feira (4) sua campanha anual de incentivo à amamentação e apresentou uma pesquisa que aponta aumento dos índices de amamentação no país.
O evento contou com a participação da representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, que afirmou que a amamentação é a intervenção de saúde pública mais custo-efetiva. “É o maior ato de amor que nós mães podemos fazer e que os pais e as famílias podem apoiar. O aleitamento materno sempre será, em qualquer país, em qualquer região, em qualquer parte da história, a razão de termos crianças mais saudáveis”.
O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), apresentado no evento, foi realizado com 14.505 crianças menores de cinco anos entre fevereiro de 2019 e março de 2020. De acordo com os resultados preliminares, mais da metade (53%) das crianças continua sendo amamentada no primeiro ano de vida. Entre as menores de seis meses o índice de amamentação exclusiva é de 45,7%. Já nas menores de quatro meses, de 60%.
O secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, Raphael Câmara, afirmou que o aleitamento materno reduz a mortalidade infantil por causas evitáveis, diminui as alergias, diarreias, doenças respiratórias, obesidade e diabetes tipo 2. “A amamentação tem um efeito positivo na inteligência, reduz a chance de a mulher desenvolver câncer de mama e de ovário, não causa poluição ao ambiente, por não ter embalagens, diminui os custos com tratamentos para o sistema de saúde”.
A representante da OPAS/OMS no Brasil, Socorro Gross, ressaltou que o sucesso da amamentação não é responsabilidade exclusiva da mãe e sim de todas e todos: comunidades, empregadores, famílias, governos, profissionais de saúde, meios de comunicação. “Amamentar não é um ato simples. É um ato que tem dor, medo. Muitas vezes, muito cansaço. É um ato que requer todo o apoio da sociedade”.
Durante o lançamento da campanha, também foi destacado que o leite materno deve ser dado inclusive neste momento de pandemia da COVD-19. As principais evidências científicas disponíveis atualmente mostram que os benefícios do aleitamento materno superam consideravelmente os potenciais riscos de transmissão do novo coronavírus.
Além disso, é possível adotar uma série de medidas que ajudam a proteger o bebê, como lavar as mãos frequentemente, cobrir o espirro e a tosse, limpar as superfícies. Se houver suspeita ou confirmação de que a mãe está com COVID-19, ela deve usar uma máscara durante qualquer contato com o bebê, inclusive na hora de amamentar.
Semana Mundial
A Semana Mundial do Aleitamento Materno, comemorada a cada ano na primeira semana de agosto, é uma campanha global para conscientizar e galvanizar ações sobre temas relacionados à amamentação. A OPAS se junta à comunidade global para apoiar os esforços e fortalecer medidas para proteger, promover e apoiar o direito ao aleitamento materno na Região das Américas.
Neste ano, a Aliança Mundial para a Amamentação (WABA, na sigla em inglês), selecionou o lema “Apoie a amamentação para um planeta mais saudável” para a Semana Mundial da Amamentação 2020. O tema busca enfocar o impacto da alimentação infantil no meio ambiente/mudanças climáticas e a necessidade de ser proteger, promover e apoiar a amamentação para a saúde do planeta e de sua população.
Prêmio
O coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano do Brasil, João Aprígio Guerra de Almeida, foi destaque no boletim de junho da Organização Mundial da Saúde (OMS) após vencer o prêmio Dr. Lee Jong-wook Memorial Prize for Public Health por seu trabalho na promoção do aleitamento materno no Brasil e no mundo. Clique aqui e confira a tradução da entrevista de João Aprígio publicada no boletim da OMS.
Fonte
O post “Brasil lança campanha de amamentação durante Semana Mundial do Aleitamento Materno” foi publicado em 5th August 2020 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte ONU Brasil