Não tem relação direta com o Talibã, mas serve pra mostrar bem o gosto de Bolso.
Em outubro do ano passado, ele se reuniu com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, um país quase tão nocivo para as mulheres como o Afeganistão sob o Talibã. Quando se encontrou com o príncipe em 2019, para comprar armas, disparou para as jornalistas: “Todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres”. Também revelou ter “muita afinidade” com o muçulmano, mandante da brutal execução de um repórter em 2018 (mesmo ano da execução de Marielle Franco por milicianos vizinhos do presida) e responsável pela prisão de feministas. O Capetão ainda opinou que as jornalistas ficam mais bonitas de abaya (uma túnica larga, negra e obrigatória).
Bom, é claro que eu não fui a única a perceber que o que o Talibã faz com as mulheres no Afeganistão é o que fundamentalistas cristãos brazucas como Bolso adorariam fazer com as mulheres daqui. Mais uma vez, José Roberto Torero se supera ao falar em primeira pessoa, como se fosse o pior presidente, de uma tragédia que comove o mundo. Reproduzo aqui sua impagável coluna Diário do Bolso :
Diário, eu tô pensando seriamente que, se eu perder a eleição aqui, o melhor é eu ir pro Afeganistão. Lá é tudo do jeito que eu gosto. Quer ver?
Lá tem Congresso? Não.
Tem STF? Não.
Tem esquerdalha? Se tinha, morreu ou fugiu.
Tem arma pra todo mundo? Tem (bom, pra todo mundo, não, mas pra turma que interessa, tem).
Lá toleram gayzismo? Não.
Mulher pode encher o saco? Não. Só esvaziar, kkk!
Tem urna eletrônica? Não.
Tem vacina? Não.
Tem que usar máscara? Não.
E o governo faz tudo em nome de Deus? Faz.
Tá vendo, Diarinho, lá é o paraíso. Se eu não conseguir transformar o Brasil num Bolsonaristão, já sei pra onde ir.
Com o Talibão, ali tá bão.
PS: Só não posso esquecer de levar o Aras. Esse só tem aqui.
O post “BOLSO PODE IR PRO AFEGANISTÃO. LÁ TEM TUDO QUE ELE GOSTA” foi publicado em 19th August 2021 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva