A Comissão Especial sobre Hidrogênio Verde (CEHV) ouviu nesta quarta-feira (7), em audiência pública por videoconferência, representantes de instituições financeiras envolvidas em financiamento de projetos de geração sustentável de energia. Eles manifestaram otimismo com as perspectivas de produção de hidrogênio em escala industrial no país.
O vice-presidente de Setor Privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache, salientou a situação internacional de rápida transição energética em face dos acordos ambientais. Avaliou que o Brasil tem grandes oportunidades porque em sua matriz energética já predominam fontes limpas e renováveis.
— A energia limpa, barata, abundante e segura se torna o grande fator determinante da localização industrial. O que vai determinar a localização geográfica, na verdade, será a diversificação das plantas, de tal forma que possam ter resiliência a choques naturais, a questões geopolíticas e compliance ambiental.
Arbache disse que o Brasil tem uma “oportunidade inigualável” no hidrogênio verde, que poderá beneficiar principalmente o Nordeste, desde que essa modalidade de energia alimente a produção industrial de produtos acabados no lugar da exportação de hidrogênio para outros países. Ele acrescentou que a CAF está pronta para oferecer parceria e apoio técnico para viabilizar a atração de investimentos no setor.
O economista-chefe do Banco do Nordeste do Brasil, Luiz Alberto Esteves, também considera importante o investimento em hidrogênio verde para estimular o desenvolvimento regional e reduzir desigualdades. Acrescentou que a região tem recursos energéticos estratégicos no direcionamento da economia global nas próximas décadas.
— Nossa vantagem competitiva em produzir energia limpa muitas vezes pode até dispensar subsídios.
Esteves chamou atenção para o interesse de grandes grupos econômicos na produção de hidrogênio na região. Disse que o Brasil tem condições plenas para tornar-se um hub de soluções energéticas limpas para produção de manufaturados com base em energia limpa.
O gerente-executivo de Estratégia e Sustentabilidade da Caixa Econômica Federal (CEF), que já oferece linhas de crédito diferenciadas para iniciativas sustentáveis, Lucas Iglesias Maia, lembrou a possibilidade de geração de energia por biomassa como alternativa verde suplementar às fontes solares e eólicas para a produção de hidrogênio. Segundo ele, a produção em larga escala de hidrogênio representa principalmente um desafio logístico que requer investimentos em pesquisa.
— Há uma oportunidade de negócios de exportação. Quando consolidadas as pesquisas, tecnologias e avanços, o custo tende a baixar, e o Brasil pode se tornar uma grande potência nesse sentido.
O gerente de Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil (BB), Luciano Müller Gil Cardoso, disse que a instituição está engajada em iniciativas de descarbonização do planeta, e espera-se que em poucos anos o próprio banco seja 90% alimentado por energia de fontes limpas e renováveis. Ele destacou a importância da carteira de crédito sustentável do BB, que cresce a mais de 12% ao ano.
— Nessa carteira, a gente consegue muitas vezes condições mais facilitadas ou mais alongadas, inclusive para operações voltadas para energia renovável.
Segundo o gerente do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, Guilherme Oliveira Arantes, o banco é o que mais financia projetos de energia renovável no mundo. Para ele, o hidrogênio verde é um vetor-chave para a economia de baixo carbono por sua capacidade de ampliar o alcance das energias renováveis.
— Hoje a gente tem o potencial solar e eólico enorme, confinado no grid elétrico, onde a tomada chega. Com o hidrogênio, podemos expandir isso para fora do grid.
De acordo com Arantes, o Brasil tem grandes oportunidades para a produção de hidrogênio verde de baixo custo, mas deve estar preparado para atender à demanda externa e, ao mesmo tempo, identificar a cadeia produtiva dentro do país para seu aproveitamento.
Ao comentar as manifestações dos participantes pelo portal e-Cidadania, o presidente do colegiado, senador Cid Gomes (PDT-CE), citou estatísticas que apontam que a Europa não conseguirá produzir todo o hidrogênio necessário para a descarbonização de sua economia. Ele comentou sobre os convênios de portos brasileiros principalmente com o porto de Roterdam (Países Baixos) para viabilizar a logística de exportação de hidrogênio. Citou também a importância da biomassa em regiões com menor potencial de produção solar e eólica.
— O que faz com que, de novo, todas as regiões brasileiras possam se sentir oportunizadas pela implantação de uma cadeia de produção de hidrogênio.
O vice-presidente de Setor Privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache, salientou a situação internacional de rápida transição energética em face dos acordos ambientais. Avaliou que o Brasil tem grandes oportunidades porque em sua matriz energética já predominam fontes limpas e renováveis.
— A energia limpa, barata, abundante e segura se torna o grande fator determinante da localização industrial. O que vai determinar a localização geográfica, na verdade, será a diversificação das plantas, de tal forma que possam ter resiliência a choques naturais, a questões geopolíticas e compliance ambiental.
Arbache disse que o Brasil tem uma “oportunidade inigualável” no hidrogênio verde, que poderá beneficiar principalmente o Nordeste, desde que essa modalidade de energia alimente a produção industrial de produtos acabados no lugar da exportação de hidrogênio para outros países. Ele acrescentou que a CAF está pronta para oferecer parceria e apoio técnico para viabilizar a atração de investimentos no setor.
O economista-chefe do Banco do Nordeste do Brasil, Luiz Alberto Esteves, também considera importante o investimento em hidrogênio verde para estimular o desenvolvimento regional e reduzir desigualdades. Acrescentou que a região tem recursos energéticos estratégicos no direcionamento da economia global nas próximas décadas.
— Nossa vantagem competitiva em produzir energia limpa muitas vezes pode até dispensar subsídios.
Esteves chamou atenção para o interesse de grandes grupos econômicos na produção de hidrogênio na região. Disse que o Brasil tem condições plenas para tornar-se um hub de soluções energéticas limpas para produção de manufaturados com base em energia limpa.
O gerente-executivo de Estratégia e Sustentabilidade da Caixa Econômica Federal (CEF), que já oferece linhas de crédito diferenciadas para iniciativas sustentáveis, Lucas Iglesias Maia, lembrou a possibilidade de geração de energia por biomassa como alternativa verde suplementar às fontes solares e eólicas para a produção de hidrogênio. Segundo ele, a produção em larga escala de hidrogênio representa principalmente um desafio logístico que requer investimentos em pesquisa.
— Há uma oportunidade de negócios de exportação. Quando consolidadas as pesquisas, tecnologias e avanços, o custo tende a baixar, e o Brasil pode se tornar uma grande potência nesse sentido.
O gerente de Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil (BB), Luciano Müller Gil Cardoso, disse que a instituição está engajada em iniciativas de descarbonização do planeta, e espera-se que em poucos anos o próprio banco seja 90% alimentado por energia de fontes limpas e renováveis. Ele destacou a importância da carteira de crédito sustentável do BB, que cresce a mais de 12% ao ano.
— Nessa carteira, a gente consegue muitas vezes condições mais facilitadas ou mais alongadas, inclusive para operações voltadas para energia renovável.
Segundo o gerente do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, Guilherme Oliveira Arantes, o banco é o que mais financia projetos de energia renovável no mundo. Para ele, o hidrogênio verde é um vetor-chave para a economia de baixo carbono por sua capacidade de ampliar o alcance das energias renováveis.
— Hoje a gente tem o potencial solar e eólico enorme, confinado no grid elétrico, onde a tomada chega. Com o hidrogênio, podemos expandir isso para fora do grid.
De acordo com Arantes, o Brasil tem grandes oportunidades para a produção de hidrogênio verde de baixo custo, mas deve estar preparado para atender à demanda externa e, ao mesmo tempo, identificar a cadeia produtiva dentro do país para seu aproveitamento.
Ao comentar as manifestações dos participantes pelo portal e-Cidadania, o presidente do colegiado, senador Cid Gomes (PDT-CE), citou estatísticas que apontam que a Europa não conseguirá produzir todo o hidrogênio necessário para a descarbonização de sua economia. Ele comentou sobre os convênios de portos brasileiros principalmente com o porto de Roterdam (Países Baixos) para viabilizar a logística de exportação de hidrogênio. Citou também a importância da biomassa em regiões com menor potencial de produção solar e eólica.
— O que faz com que, de novo, todas as regiões brasileiras possam se sentir oportunizadas pela implantação de uma cadeia de produção de hidrogênio.
Fonte: Agência Senado
O post “Bancos mostram otimismo com potencial do hidrogênio em escala industrial” foi publicado em 07/06/2023 e pode ser visto original e