Água é uma substância, elemento, bem dotado de valor econômico ou composto? E se for tudo e nada disso?
As premissas são fundamentais para a gestão dos processos sociais e técnicos que criam condições aos seres humanos e não humanos a plena fruição da água na Terra e em outros planetas. Sugiro aqui o total desfrute da abundância em todas as qualidades e especificidades de cada agrupamento humano ou não humano.
“observar a natureza, em como ela, a partir de ecossistemas primários, construía os ecossistemas naturais clímax, com alta capacidade de manter vida e produção, e com todas as estruturas de ecossistemas desenvolvidos” – Ana Maria Primavesi
Assim como os humanos e as cidades, os cetáceos necessitam de seus “santuários” para viver. Na verdade eles necessitam de todo o oceano, todos os rios e lagos, lençóis freáticos, etc, mas tudo bem, por ora somente o santuário é possível.
Toda a Fauna e Flora aquáticas tem o direito de serem respeitadas em suas suas escolhas genéticas, escolhas não-orientadas que fortalecem em escala universal o potencial biodiverso de soluções para viver neste planeta e outros ambientes artificiais. Artificiais pois construídos pelo homem, dado que são ambientes reais, são o que são e devem ser compreendidos como realidade construída historicamente com significativo e amplo processo de registro informacional que obtemos principalmente desde o início do Antropoceno.
Reconhecidos são por toda a Humanidade os impactos que causamos no funcionamento dos ecossistemas e não há padrão técnico ou sensível sobre as diversas dimensões deste reconhecimento, criando uma infinidade de conflitos quando há tentativas ilimitadas de cessão de fluxos e ordenamento de relações. Cada pessoa toma para si a melhor decisão possível, o contato pode criar impacto para seu grupo ou um impacto global, ambos destrutivos.
Já diziam os índios bolivianos: Somos feitos de Sol (energia), Chuva (água) e Terra (minerais). Vocês alteraram a luz (pela poluição do ar), alteraram a água (as chuvas e estão extinguindo os rios), destruíram a terra (pela aração profunda, suas máquinas pesadas, os adubos químicos, herbicidas, pesticidas e fogo), mudaram as plantas (geneticamente) . E agora. O que será de nós? (Agruco, 1998)
Dizer que água é Vida pode simplesmente significar dedicá-la ao bem comum, humano e não humano. O ser humano e seus agrupamentos necessitam de complexidade para a auto-organização e inúmeras são as estruturas físicas de suporte e produção que dão suporte a um surpreendente número de novas possilidades de conexão social, todas aquelas que proporcionam boas ou má situações.
Nos agrupamos em pequenos grupos, ora multidões e enxames. Suspeito que todos os seres vivos caminham nestas perspectivas multidimensionais entre o uno e o heterotópico fato que é viver, ser quem é, se alimentar daquilo que necessita, faz bem e gosta e fazer o que quer que seja desejável fazer para ser feliz.
“Se consideramos a agua não como um recurso a ser explorado mas como o próprio elemento constitutivo da vida, se comprende que ela não pode ter um estatuto econômico ordinário. A agua não pode ser considerada uma mercadoria, pois ela é parte da natureza que nos envolve, como o ar que respiramos, como os raios do sol necessarios à fotossintese ou como a gravidade universal que nos permite estar com os pés sobre a terra.” Danielle Mitterrand
E contando com uma pequena ajuda do Parlamento Europeu, texto encontrado enquanto pesquisava os documentos fundadores da Union for the Mediterranean – Cooperation in the Water sector. Uma de suas diretivas segue em destaque abaixo, a primeira dentre tantas que podem ser lidas no arquivos para download a seguir:
The EU Water Framework Directive-l_32720001222en00010072.pdf
DIRECTIVE 2000/60/EC OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL
of 23 October 2000 establishing a framework for Community action in the field of water policyActing in accordance with the procedure laid down in Article 251 of the Treaty(4), and in the light of the joint text approved by the Conciliation Committee on 18 July 2000,
Whereas:
(1) Water is not a commercial product like any other but, rather, a heritage which must be protected, defended and treated as such.
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