Quando pensamos em uma rede comunitária falamos em comunicação. A Coolab é um coletivo de apoio às redes comunitárias, desde sua formação até o momento presente experimentamos diferentes formatos, alguns mais planejados e outros mais espontâneos. A experiência no trabalho com as comunidades nos traz cada vez mais clareza da base de uma rede comunitária, nosso papel e qualidades que devemos abarcar para finalmente poder acessar uma comunidade e um lugar tão fundamental para suas relações: a maneira como se comunicam.
Enquanto pensamos sobre isso nas instalações que participamos , é inevitável a reflexão sobre o nosso microcosmo comunitário, nosso pequeno grupo ou coletivo, como nos comunicamos, nos reconhecemos enquanto grupo, e principalmente como conseguimos tirar proveito das discordâncias individuais para o nosso crescimento.
Somos um coletivo espalhado pelo Brasil, portanto nos relacionamos na maior parte do tempo em ambiente virtual; somos horizontais, ou seja, não há uma liderança que nos guie, nem sempre temos apoio financeiro, em muitos momentos o nosso trabalho é voluntário.
E esse foi o tema que nos juntou em setembro em Ubatuba para discutir os nossos novos passos, as nossas transições para acompanhar as mudanças dos últimos tempos. Como nos organizar de forma que todos se sintam bem-vindos par se expor e que ninguém se sinta inferiorizado e uma rede de relações que pode reproduzir em pequena escala muitas das pequenas relações de poder de uma sociedade, ainda que se trate de uma rede horizontal.
Para tal nomeamos algumas ferramentas e métodos que servirão de base para os nossos trabalhos nos próximos meses. O phabricator é uma delas, é uma suite colaborativa de aplicações web para o desenvolvimento de software . Essa aplicação ajuda a nossa organização interna, centralizando nossos trabalhos para descentralizar nossas relações. Essa aplicação pode ser usada de diversas maneiras, sendo necessário criar um protocolo interno de como usarmos esse aplicativo para não criar uma grande bagunça em ambiente virtual.
Para nortear nossa conduta fizemos um estudo sobre a comunicação não violenta, tendo estes 4 passos como norte para uma boa convivência.
Nesse mesmo encontro, pudemos definir nosso norte como metas e missões. De onde fechamos o seguinte:
Missão:
(elencar ordem depois)
- Ser geekfriendly e geekstarter: friendly para quem já conhece as tecnologias e starter para introduzir novas pessoas à tecnologia de redes comunitárias e comunicação em geral. – não somos geekfree.
- Colaborar na implementação de infraestruturas autônomas no Brasil, por meio de capacitações e ativações comunitárias;
- Prover suporte técnico às diversas iniciativas de rede comunitárias no Brasil.
- Realizar produções de referência sobre infraestruturas autônomas/comunitárias para comunicação analógica e digital;
- Colaborar com o desenvolvimento de soluções, testes e validação de boas práticas;
- Servir como interface entre comunidades e desenvolvedores, bem como entre financiadores e redes comunitárias;
- Contribuir para a criação de leis e regulamentos que garantam a liberdade de expressão e o direito à comunicação de indivíduos e comunidades, por quaisquer meios, independentemente de prévia autorização, no Brasil e no mundo.
Encontros presenciais são importantes para percebermos o outro de maneira mais humana, sem que caiamos nas armadilhas da limitada comunicação virtual, mas sabendo usá-la de forma sábia. Repensar quem somos é uma necessidade para nos alinharmos as constantes mudanças do universo.
Você encontra o post A nossa rede interna: reflexões sobre como nos organizamos diretamente na fonte Coolab