O desmatamento na Amazônia caiu 11% em 2025, segundo dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As derrubadas no bioma somaram 5.796 km², a menor extensão em 11 anos e a terceira menor da série histórica.
No Cerrado, o monitoramento por satélite também indicou uma queda de cerca de 11% no período. O conjunto de novas áreas abertas, de acordo com o levantamento, somou 7.235 km².
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (30/11), em entrevista coletiva convocada pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente) em Brasília.
A onze dias da abertura oficial da COP30 em Belém, a ministra avaliou que os resultados reconduzem o Brasil à posição de “liderar pelo exemplo” em relação à agenda do combate ao desmatamento.
Em 2021, sob a gestão de Jair Bolsonaro, a área derrubada na Amazônia alcançou 13.038,00 km², área superior à soma dos resultados de 2024 e 2025. No ano seguinte, foram desmatados 11.594,00 km².
“Nosso objetivo é liderar pelo exemplo. Então a resposta é diminuir o desmatamento. Nem nos meus melhores planos imaginaria que chegaríamos nesse momento com uma redução de 50% no caso da Amazônia, em relação a 2022”, afirmou.
De acordo com o Inpe, a maior parte do desmatamento identificado neste ano foi contabilizado na categoria chamada de degradação progressiva (por meio de corte seletivo e queimadas, por exemplo). Já o corte raso, em que há a retirada total da cobertura do solo, somou 2.203 km².
André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, disse que os números deste ano foram prejudicados pela ocorrência de incêndios florestais “fora da curva, sobretudo por questões climáticas”.
“Não fossem os incêndios do ano passado, estaríamos numa trajetória muito forte de queda, superior a 30%”, afirmou.
Mais de 80% dos desmates ocorreram no Pará (36%), Mato Grosso (27%) e Amazonas (17,5%). Os mato-grossenses, porém, foram os únicos da Amazônia Legal a apresentar uma área total superior à do ano Prodes anterior, 1.572 km² (25% de aumento).
Cerrado
Depois de um preocupante pico de 11.011 km² em 2023, o desmatamento no Cerrado confirmou neste ano a tendência de queda apenas sinalizada em 2024: as áreas suprimidas do bioma caíram 11,5%, de 8.174,17 km² para 7.235,27 km².
De acordo com o Inpe, a maior parte deste cenário está concentrada no chamado Matopiba (que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que concentrou mais de 70% dos registros contidos nos últimos três anos Prodes. O ranking da região é liderado pelo Maranhão (28%) e Tocantins (21%). A maior tendência de aumento em relação ao ano anterior, no entanto, foi verificada no Piauí (33%).
Conquista
Em nota à imprensa, o Observatório do Clima qualificou os resultados como uma “conquista da sociedade brasileira” a ser comemorada principalmente por demonstrar que a meta do desmatamento zero é factível.
“O desmatamento zero está ao alcance e só depende de o governo e a sociedade quererem chegar lá. A atual administração assumiu com uma alta de 50% nos alertas de desmatamento no último semestre de 2022, após quatro anos de descontrole deliberado, e devolveu a devastação aos mesmos patamares da redução do período 2011-2014, mesmo após o recorde de queimadas de 2024. De quebra, reverteu a alta no Cerrado, que registrou seu segundo ano consecutivo de redução de taxas. É uma prova de que a cesta de políticas públicas de repressão ao crime ambiental criadas sob a batuta de Marina Silva a partir do primeiro governo Lula ainda funciona”.
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O post “Amazônia tem o terceiro menor desmate da história” foi publicado em 30/10/2025 e pode ser visto originalmente na fonte Observatório do Clima
