O vice-coordenador humanitário da ONU na Síria, Mark Cutts, disse nesta terça-feira (7) que está alarmado com a deterioração da situação humanitária em Idlib, no noroeste do país .
Segundo ele, mais de 3 milhões de moradores permanecem presos em uma zona de guerra, a maioria mulheres e crianças. Pelo menos 300 mil civis fugiram desde meados de dezembro.
O deslocamento acontece durante uma escalada da violência e em pleno inverno, criando maiores riscos para as pessoas. Muitos sírios estão vivendo em tendas e abrigos improvisados.
Em nota, o vice-coordenador disse que a última onda de deslocamento “piora uma situação que já era terrível, numa província que acolhe deslocados de toda a Síria.”
Entre maio e agosto do ano passado nessa região, mais de 400 moradores tiveram que fugir de suas casas e pelo menos 1,3 mil pessoas morreram durante ataques aéreos. Nos últimos oito meses, os conflitos levaram ao deslocamento de mais de 700 mil pessoas.
Mark Cutts disse que a ONU recebe, todos os dias, “relatos perturbadores de famílias afetadas pela violência, buscando refúgio e acesso a serviços essenciais em acampamentos superlotados e áreas urbanas.”
Muitos estão abrigados em escolas, mesquitas e outros edifícios públicos. O vice-coordenador destacou ainda escassez de alimentos, abrigo, assistência sanitária e outros serviços básicos necessários para a sobrevivência.
Organizações humanitárias estão tentando responder ao aumento das necessidades, mas a falta de segurança piora a situação. Pelo menos 13 unidades de saúde em Idlib foram recentemente forçadas a fechar.
No domingo, o Escritório de Assistência Humanitária da ONU (OCHA) recebeu informações de que pelo menos nove civis teriam sido mortos e outros 20 feridos em Ariha. De acordo com a agência, os ataques aéreos destruíram ou danificaram vários edifícios, incluindo uma escola, um jardim da infância e uma mesquita.
Mark Cutts disse que “este é apenas um exemplo do pesadelo diário enfrentado pela população de Idlib.”
As Nações Unidas continuam pedindo a todos os envolvidos que façam tudo o que for necessário para proteger os civis, de acordo com o Direito Internacional Humanitário. Também reiteram o apelo do secretário-geral da ONU, feito no fim de dezembro, para acabar, de forma imediata, com a violência na região.
António Guterres afirmou na ocasião que a única solução para o conflito é um processo político, intermediado pela ONU, que respeite a resolução 2254 do Conselho de Segurança, aprovada em 2015.
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