Boa noite Lola, “primeiramente” gostaria de parabenizá-la pela coragem ímpar de assumir a causa que defende, do jeito que o faz e te agradecer por isso, em nome de toda a Humanidade (se é que eu posso falar por Ela).
Quando comecei a ler seu blog ( acho que li os ultimos 6 meses em 1 dia) percebi que por mais que eu não tivesse intenção de ser, acabava sendo machista em diversas situações corriqueiras, até por falta de policiamento próprio. Era completamente alheio a essa opressão diária vivida pelas mulheres em todas as esferas, segmentos, classes e minúcias da vida cotidiana. Agora acredito que tendo tomado algum conhecimento, permanecer em silencio ou agindo da mesma forma seria uma grande hipocrisia. Tenho muito interesse nesse tema pois tenho uma filha de 6 anos ( com uma mulher maravilhosa!) e me preocupo muito com seu futuro, sabendo que é impossível e inapropriado criá-la numa bolha. Estou tentando corrigir meus erros, que julgo minúsculos frente aqueles arraigados e cultivados por essa sociedade machista. Passei a ter ojeriza das inúmeras manifestaçôes machistas do cotidiano, apesar de não reagir a todas elas como deveria. E como isso tem sido frequente! É de perder a fé no ser humano que em pleno sec XXI, com toda informação disponível, com toda a capacidade de fiscalização e intervenção da sociedade civil ( mundialmente, diga-se de passagem..), quase nada se produza para mitigar efetivamente esses inegáveis desvios de conduta sócio-culturais e essa negação institucionalizada se encaixa perfeitamente nas 5 fases do luto de Elisabeth Kubler-Ross, quando da “perda” do Pênis pelo homem “moderno” ( acho que estou sendo machista por achar que agora exagerei..).
Enfim, escrevo isso mais como um depoimento pessoal e não como um compromisso público com a Causa, visto que não tenho a sua coragem, mas saiba que no meu restrito meio social, submetido a críticas insustentáveis invariavelmente, estou tentando fazer minha parte e para isso tenho usado muitos argumentos, textos e idéias deste espaço único, infelizmente não monetarizado.
Na esperança dos melhores auspícios, subscrevo-me,
Ronaldo
Prezada Lola,
meu nome é Paul, sou docente na universidade de Jena (Alemanha) na área de Línguas – mais precisamente de Alemao Como língua estrangeira. Estive em Fortaleza estes dias para encontrar com meus colegas Tito Lívio Cruz e Rogéria Pereira (de Letras Alemao, respectivamente da Casa de Cultura), quem comentaram do seu blog. Dei uma olheada – e gostaria de expressar meu parabéns pelo trabalho. Acho muito bem feito – e um tema de grande relevância.
Com certeza sou suspeito: Sou pai de três meninas (de 8, 5 e 3 anos de idade), e entao bem dentro do “mundo feminino”, do qual tenho um aprecio grande. Da minha experiência, e como mexo muito com a área da educacao, me atrevo acrescentar uma observacao sobre o tema mais recente do blog, o relacionamento com os pais.
Na minha percepcao (que corresponde também a estudos da psicologia), sempre tem uma influência dos pais e da sociedade que marcam o comportamento futuro. Mas provavelmente é na fase entre os 13 e 17 anos de idade, a faixa quando uma menina passa a ser jovem mulher, que a influência é mais forte: Se nesta idade recebe um apoio, um reconhecimento, é mais fácil desenvolver um bom autoestima e, quem sabe, uma atitude “feminista”. De onde vem este apoio, se da mae, da famíla em geral, dos amigos, de professores – acho que isso nao importa tanto. Importante sim é o reconhecimento, o respeito, o apoio. E claro: Com um pai presente, compreendendo e apoiando as “loucuras”, é mais fácil que a moca desenvolva uma relacao saudável com a sociedade, com os homens e com a identidade como mulher. Entao, na minha opiniao, pai que cuida, tem uma probabilidade mais alta de ter filha “feminista”. O que acho muito bem… :o)
Bom, só queria compartilhar esta idéia com você. E pode ter certeza que vou seguir seu blog atentamente.
Um abraco,
PAUL
O post “ALGUNS ELOGIOS” foi publicado em 25/07/2025 e pode ser visto originalmente na fonte Escreva Lola Escreva