DO OC – A cobertura de gelo marinho no planeta atingiu mínima histórica em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6/3) pelo Copernicus , serviço de mudanças climáticas da União Europeia. A extensão de gelo chegou a 16,20 milhões de km² no último dia 5/2, ultrapassando o recorde negativo anterior de fevereiro de 2023 (16,27 milhões de km²). Nos dias seguintes, a extensão diminuiu ainda mais, chegando a 16,04 milhões de km² no dia 7/2.
A extensão global do gelo marinho corresponde à soma das áreas congeladas nos polos. Segundo o Copernicus, o menor valor anual geralmente ocorre em fevereiro, coincidindo com a mínima da Antártida. “Este novo recorde de baixa resulta de uma extensão reduzida na Antártida, próxima dos menores níveis já registrados, e do recorde negativo na cobertura de gelo para esta época do ano no Ártico”, aponta a análise.

Extensão diária do gelo marinho global de outubro de 1978 a 2 de março de 2025. O ano de 2025 é representado pela linha azul escura, 2024 pela linha azul clara e 2023 pela linha azul média (Fonte de dados: EUMETSAT OSI SAF Sea Ice Index v2.2. Crédito: C3S/ECMWF/EUMETSAT)
A extensão média do gelo marinho no Ártico em fevereiro foi de 13,7 milhões de km², cerca de 8% abaixo da média para o mês no período 1991-2020. O derretimento acelerado já havia sido observado em dezembro de 2024 e janeiro de 2025, quando os níveis também ficaram abaixo dos registros históricos.
Foi o valor mais baixo para o mês desde o início do monitoramento por satélites, há 47 anos. Até agora, a menor extensão do gelo no Ártico para fevereiro havia sido registrada em 2018. No entanto, o recorde de 2025 não representa a menor marca histórica da região, já que o gelo marinho atinge o ponto mais baixo do ano em setembro.
As medições diárias mostraram ainda que, no fim de janeiro, a cobertura do Ártico encolheu cerca de 0,3 milhão de km² — quase o tamanho da Itália — em menos de uma semana, apesar do inverno no Hemisfério Norte. “Uma perda tão rápida é incomum nesta época do ano, quando o gelo marinho normalmente se expande em direção ao máximo anual”, explica o relatório. Em 28 de fevereiro, a extensão diária foi de 13,9 milhões de km² — a menor já registrada para a data.
A extensão média do gelo marinho na Antártida em fevereiro foi de 2,5 milhões de km², 26% abaixo da média de 1991-2020 para o mês e a quarta mais baixa para o período desde o início das medições por satélites. “Essa anomalia é significativamente maior do que a de janeiro, quando a cobertura ficou apenas 5% abaixo da média mensal”, destaca o Copernicus.
Fevereiro, período de verão no Hemisfério Sul, marca a mínima anual do gelo marinho antártico. Em 2024, o mês registrou uma extensão 28% abaixo da média de 1991-2020. O recorde negativo segue com fevereiro de 2023, quando a extensão ficou 33% abaixo da média.
“Fevereiro de 2025 mantém a sequência de temperaturas recordes ou quase recordes observadas nos últimos dois anos. Um dos impactos do aquecimento global é o derretimento do gelo marinho, e a cobertura reduzida nos dois polos levou a extensão global a um mínimo histórico”, afirma Samantha Burgess, diretora-adjunta do Copernicus.
O gelo marinho desempenha um papel importante na regulação do clima, refletindo parte da radiação solar de volta ao espaço. Com menos gelo, o planeta absorve mais calor, acelerando o aquecimento global e intensificando os desequilíbrios climáticos.
A temperatura média da superfície do mar em fevereiro foi de 20,88 °C, o segundo maior valor já registrado para o mês, ficando apenas 0,18 °C abaixo de fevereiro de 2024. Já a temperatura média global do ar alcançou 13,36 °C, tornando-se o terceiro fevereiro mais quente da história — 0,63 °C acima da média de 1991-2020 e 1,59 °C acima do período pré-industrial (1850-1900). Foi também o 19º dos últimos 20 meses a registrar mais de 1,5 °C acima do nível pré-industrial. (PRISCILA PACHECO)
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O post “Gelo marinho registra derretimento recorde em fevereiro, diz Copernicus” foi publicado em 07/03/2025 e pode ser visto originalmente na fonte OC | Observatório do Clima