O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) visitou o Programa Fábrica Social, que leva qualificação a pessoas de baixa renda e em situação de vulnerabilidade, e estuda uma possível cooperação técnica com o projeto. A iniciativa, criada em 2013, funciona na região no Distrito Federal e opera sob responsabilidade da Subsecretaria de Integração de Ações Sociais (SIAS), da Secretaria do Trabalho.
“São duas transformações. A primeira é transformar a matéria bruta em obra de arte, um móvel ou um objeto útil; a segunda é transformar a vida das pessoas”, disse Carlos Antônio Sales, instrutor de marcenaria do Programa. O centro de profissionalização e capacitação tem cinco cursos disponíveis – construção civil, confecção de vestuário, instalação e manutenção de sistemas fotovoltaicos, jardinagem e cultivo de alimentos -, ministrados graças a parcerias com embaixadas, sindicatos, empresas e Sistema S.
Atualmente, 876 pessoas – 80% mulheres com idade entre 29 e 40 anos – de baixa renda estão sendo capacitadas. Os cursos duram cerca de um ano, em módulos de 80 horas, e oferecem uma bolsa auxílio (transporte e alimentação). O instrutor de serigrafia Betuel Santos explica que o curso não ensina apenas a desenhar, mas dá oportunidade de participação de todo o processo da indústria do vestuário.
Segundo a Subsecretária de Integração de Ações Sociais do Distrito Federal, Thereza de Lamare, a experiência do UNFPA em saúde sexual e reprodutiva pode possibilitar às estudantes do programa uma consciência maior de direitos. “Temos muitas mulheres iniciando sua vida sexual e muitas outras já com os seus parceiros, algumas relatam casos de violência de gênero, então empoderá-las é fundamental para que possamos construir um ambiente seguro”, afirma.
Para a representante auxiliar do UNFPA no Brasil, Júnia Quiroga, a Fábrica Social tem potencial transformador no sentido de integrar diferentes elementos nas oportunidades ofertadas, em particular para as mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade. “A Fábrica alia qualificação profissional a processos de empoderamento e protagonismo, os quais vão ao encontro do mandato do UNFPA. Com uma parceria, podemos avançar na prevenção de situações de violência, no aprimoramento dos cuidados e informações em saúde reprodutiva, no engajamento em processos participativos, dentre outros interesses comuns”, avaliou.
Presente em 150 países, o UNFPA é a agência da ONU que colabora com governos e parceiros para promover o acesso universal a serviços integrados de saúde sexual e reprodutiva de qualidade.
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