A construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau, que vai levar Novo Hamburgo de 7,5% para 50% dos efluentes tratados, também sofreu com a enchente histórica do mês de maio.
A terraplanagem realizada no local levou em conta a cota de inundação que se tinha conhecimento, que era de sete metros naquele ponto, acrescido de 1,5 metro a mais, como prevenção a futuras cheias maiores.
Mas em 4 de maio, o rio atingiu a maior marca da história em Novo Hamburgo, com 9,73 metros. Na Vila Kroeff, onde fica a ETE Luiz Rau, a inundação alcançou de 60 a 70 centímetros além dos 8,5 metros da altura do terreno.
“Então significa dizer que, por mais que nós tínhamos um metro e meio de segurança, ultrapassou ainda em mais de meio metro a cota de inundação daquilo que era previsto em 100 anos de estudo”, explica o vice-prefeito e diretor-geral da Comusa – Serviços de Água e Esgoto, Márcio Lüders.
Essa situação obrigou a autarquia a paralisar as obras de R$ 70 milhões, que tiveram o contrato assinado em dezembro de 2023 com MGM Serviços Técnicos. Até o momento, a empresa não tinha realizado obras estruturais, mas operado no terreno, com a implantação de uma bacia de contenção. Segundo Lüders, os projetos passam por reavaliação, pois não podem continuar nas cotas originais.
A Comusa, inclusive, contatou a Magno Engenharia, empresa responsável pelo projeto, para buscar alternativas.
“Possivelmente terá que aumentar a cota de aterro, rever fundações, rever altura de tanques. Tudo isso está sendo orçado”, explica.
O objetivo é readequar a obra para que possa ser construída em segurança, sem risco de sofrer com enchentes. De acordo com ele, a revisão do projeto foi recomendada também pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, órgão do governo federal que liberou o recurso para a ETE.
Lüders acredita que até o final da semana a Comusa receba o orçamento de quanto vai custar a readequação da obra, o que permitir à autarquia decidir como vai continuar o investimento. A ETE Luiz Rau ocupa uma área de 71 mil metros quadrados.
Redação Jornal NH
Texto de Débora Ertel