Parabéns Geraldo e Stephannie pelo artigo e pela inclusão da sociedade civil no projeto de preservação. De uma forma geral, a visão em relação as pessoas do local é sempre punitiva e impositiva, mas isso deriva da uma sociedade machocrata, que é a raiz de todos os nossos problemas. Acrescentaria o fato de que, como economista, posso dizer que é uma luta inglória, porque essa ciência falsa assume que a natureza é inesgotável, que o processo econômico é neutro para o meio ambiente e que não há limites físicos, ecológicos e biológicos para a sua expansão contínua num planeta finito. Precisaríamos mudar completamente o modelo econômico atual, mas infelizmente apesar de todas as críticas já feitas desde os anos 1970, principalmente do Nicholas Georgescu Roegen, nada foi revisto. Enquanto esse modelo perdurar para atender a machocracia branca dominante que colocou todos os governos no mundo para engraxar seus sapatos, o resultado continuará sendo o mais nefasto possível e a combinação d fatores negativos, planetários e locais, já nos levou à beira do colapso. A mídia, os meios de comunicação e a filmogravia, controlada e dentro da visão de uma plutocracia cleptocrática e ricólatra impedem qualquer mudança e toda agenda de sustentabilidade foi mascarada por ações nulas e não é à toa que temos 29 anos de COPs para tratar do clima, com dois tratados, um de 1995 e outro de 2016, que não conseguiram mudar nada. Estamos muito perto do momento que dinheiro não terá valor algum. E o Brasil é um dos países mais vulneráveis a essa crise planetária, porque 80% da água que circula no nosso país vem de florestas e de biomas saudáveis, enquanto a média mundial é de 50%. Embora EUA e Europa tenham destruído quase 100% das suas florestas naturais, as consequências lá não são iguais as daqui. Tem solução mas no campo das ideias todas as tecnologias só aumentam a pressão sobre os ecossistemas destruídos diária e ininterruptamente até provavelmente já termos atingido seus pontos de não retorno. A sua pergunta sobre se só vamos agir na beira de uma crise ambiental pode ser complementada por outra pergunta: será que ainda temos tempo para parar essa locomotiva destruidora que pode ter ganhado um impulso ladeira abaixo muito maior que a nossa própria atividade destrutiva? Será que não armamos uma bomba que agora não podemos mais deter? Poucas pessoas sabem que três atos diários que nos mantêm vivos – beber, comer e respirar – vem 100% da natureza e não há nenhuma tecnologia humana capaz de replicá-los.
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O post “Comentário sobre Sob Estresse Máximo, o Velho Chico pode colapsar por Hugo Penteado” foi publicado em 30/09/2024 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte Comentários sobre ((o))eco