A primeira consulta regional de ONGs e sociedade civil sobre o deslocamento na América do Sul aconteceu no Rio de Janeiro (RJ) na semana passada (21 e 22) .
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e seus parceiros Sociedade de Ajuda ao Imigrante Hebreu (HIAS) e Centro de Proteção a Refugiados e Imigrantes da Fundação Casa de Rui Barbosa (CEPRI) promoveram a reunião.
Mais de 100 representantes da sociedade civil do continente americano, incluindo a ampla participação de refugiados de diferentes nacionalidades, ONGs, acadêmicos e empresários, abordaram temas de interesse comum, entre outros, o acesso à educação para crianças refugiadas e a necessidade de combater a xenofobia.
A sociedade civil organizada reafirmou seu compromisso com a proteção e reiterou a necessidade de fortalecer o acesso asseguro ao território e facilitar a inclusão social e econômica dos refugiados no continente.
Representantes do setor privado compartilharam suas experiências e reiteraram a necessidade de que as empresas ofereçam mais oportunidades laborais para as pessoas refugiadas.
“A três semanas do Fórum Global para Refugiados, essas consultas reconhecem que a sociedade civil na América Latina segue fazendo um grande trabalho e que tem muito a contribuir para a proteção dos refugiados na região e no mundo”, destacou Renata Dubini, diretora do ACNUR para as Américas.
A América Latina recebe mais de 12 milhões de pessoas deslocadas, incluindo cerca de 4,6 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos que deixaram seu país em busca de proteção ou melhores condições de vida, sem perspectivas de retorno a curto ou médio prazo.
Nesse sentido, a sociedade civil desempenha um papel fundamental para garantir que os refugiados tenham acesso à ajuda humanitária, sistemas de proteção e soluções efetivas.
“Ninguém pode enfrentar esses desafios de forma isolada. A tradição e o espírito de solidariedade nas Américas segue sendo um exemplo a nível mundial. Devemos seguir construindo juntos para avançar na proteção das pessoas refugiadas”, disse Dubini.
“Temos a sorte de trabalhar com uma sociedade civil muito comprometida com os refugiados e a reunião do Rio é apenas um primeiro passo para assegurarmos que a voz da sociedade civil continue sendo ouvida em voz alta.”
O representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas, reforçou a importância das diferentes interlocuções entre os parceiros da agência dos setores público e privado.
“A consulta realizada permitiu a troca de práticas e conhecimentos entre ONGs e o setor privado sobre a integração dos refugiados na sociedade, apresentando ações de treinamento e empregabilidade, assim como ações de convívio pacífico e de efetiva garantia de direitos da população que busca proteção internacional”, disse.
“É preciso que, cada vez mais, o setor privado e as organizações da sociedade civil atuem de forma integrada e articulada para promoverem respostas efetivas aos desafios já postos, sendo que esta realidade está em curso no Brasil e nos demais países da região”, afirmou.
O ACNUR depende de seus parceiros para a execução de muitos projetos, incluindo a distribuição de ajuda humanitária, proteção, logística, abrigamento saúde, água, saneamento, nutrição e projetos educativos.
As consultas anuais com ONGs incorporam as participações de organizações nacionais e internacionais em todo o mundo. Essas consultas fornecem um fórum importante para a sociedade civil crie redes, estabeleça diálogos e troque informações com o ACNUR.
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