A atividade de mineração atingiu 1.410 hectares nos territórios dos povos Kayapó, Munduruku e Yanomami em 2023
Em 2023, o garimpo devastou 1.410 hectares nas Terras Indígenas (TIs) dos povos Kayapó, Munduruku e Yanomami, o equivalente à abertura de quatro campos de futebol por dia. O dado faz parte de um levantamento do Greenpeace Brasil divulgado nesta segunda-feira (11).
Atualmente, na somatória total, a atividade ilegal já destruiu mais de 26 mil hectares dos territórios demarcados desses povos, uma área maior do que a cidade do Recife, em Pernambuco.
“Cada hora que passa com os garimpeiros dentro dos territórios indígenas significa mais pessoas ameaçadas, uma porção de rio destruído e mais biodiversidade perdida. Precisamos, para já, de uma Amazônia livre de garimpo”, afirmou Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da organização, em comunicado.
Segundo ele, tem-se falado muito sobre os esforços do governo para combater o garimpo ilegal nas TIs Yanomami, em Roraima. Mas o mesmo deveria ocorrer nas outras áreas atacadas. “Precisamos lembrar que os territórios dos povos Kayapó e Munduruku, no Pará, têm sido muito prejudicados e é preciso reforçar as operações e trabalhos de fiscalização por ali também. Não basta só a vontade política”, observou
Proibida por lei em territórios indígenas, a atividade de mineração causa graves danos ao meio ambiente e, como destaca o Greenpeace, coloca em risco não só os povos originários, mas também toda a população.
Dentre seus impactos negativos, destaque para: violência (assassinatos, ameaças e aliciamentos); contaminação dos rios por mercúrio; desmatamento e perda de biodiversidade; degradação cultural e social das comunidades indígenas e populações tradicionais, e abertura para que o narcotráfico adentre Terras Indígenas.
Kayapó
O pior cenário de garimpo ilegal se dá nas terras indígenas Kayapó. Nelas, foram devastados 1.019 hectares no ano passado. No acumulado, foram mais de 15,4 mil hectares. A atividade está concentrada na parte Leste e Nordeste e sobreposta a pelo menos quatro aldeias.
Munduruku
O território dos Munduruku é o segundo mais invadido: a mineração ilegal está perto de pelo menos 15 aldeias e, em 2023, atingiu 152 hectares e, na somatória, 7.094 hectares. A situação é alarmante inclusive nos rios que cortam o território.
Yanomami
Foram devastados por garimpeiros 238,9 hectares em 2023 nas terras indígenas Yanomami. No acumulado, são 3. 892 ha. Segundo o Greenpeace, a abertura de novas áreas de garimpo teve um pico em janeiro. No mês seguinte, houve uma queda drástica por conta do decreto de situação de emergência instaurado pelo governo federal. Mas depois a expansão garimpeira foi retomada.
O post “Garimpo ilegal: área de quatro campos de futebol são devastadas por dia em terras indígenas” foi publicado em 12/03/2024 e pode ser visto diretamente na fonte Frente Ambientalista