O Coordenador do GT de Educação Ambiental da Frente Parlamentar Ambientalista destaca os desafios e perspectivas para o Brasil: “estamos debatendo sobre a necessidade de aprimorar a educação climática nas escolas”.
Deputado Federal Chico Alencar , (Psol-RJ)
No Dia Mundial da Educação Ambiental, o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ), coordenador do Grupo de Trabalho de Educação Ambiental da Frente Parlamentar Ambientalista, destaca a importância de incorporar o tema em todas as disciplinas para promover uma conscientização ampla sobre a necessidade de proteger o meio ambiente.
Ao falar sobre seu trabalho no GT, Chico Alencar enfatiza o diálogo com organizações parceiras e sua participação no planejamento estratégico da Frente. O grupo articulou a realização de uma audiência pública sobre educação climática na Câmara, ressaltando a dimensão climática como parte integrante da educação ambiental.
O coordenador aponta os desafios na implementação de políticas de educação ambiental no Brasil. Além das questões inerentes à educação, como recursos e vagas, ele destaca a falta de consolidação da consciência ambiental na sociedade e perante os governantes. A dificuldade reside também no “caráter inter e transdisciplinar da educação ambiental”, que, embora potente, enfrenta resistências. “Existe um debate sobre a formalização de uma disciplina de educação ambiental ou sua aplicação de forma integrada a todo o ensino, como tem se buscado fazer, mas ainda carece de práticas. Além disso, com os riscos das reformas no ensino médio, muitas disciplinas importantes onde se faz o debate sobre educação ambiental têm tido seu papel reduzido”, destacou.
No contexto da legislação brasileira, o deputado destaca a Lei Nº 9.795/1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Ele aponta para a necessidade de fortalecer a “dimensão não-formal da educação ambiental”, especialmente em áreas como Unidades de Conservação, ecoturismo e junto às populações tradicionais. “Existe a educação ambiental formal, que é aquela praticada nas instituições de ensino, e a educação ambiental não-formal, praticada e desenvolvida em outros espaços, como, por exemplo, através das Unidades de Conservação e das ferramentas de comunicação. Entendemos que essa dimensão da educação ambiental não-formal ainda pode ser melhor estruturada e incentivada, principalmente com relação às UCs, ao ecoturismo e às populações tradicionais. Um dos debates levantados na audiência pública que realizamos foi a necessidade de inserir na Lei mais expressamente referências sobre a questão climática”, disse.
Sobre projetos específicos, o parlamentar menciona o debate em andamento sobre aprimorar a educação climática nas escolas. “Estamos debatendo sobre a necessidade de aprimorar a educação climática nas escolas. Além disso, acompanhamos os debates acerca da CONAE sobre a importância da educação ambiental na reestruturação do plano nacional de educação.”
Diante dos desafios globais, ele destaca a interconexão das questões ambientais com outras agendas políticas e sociais. As mudanças climáticas, os modelos de exploração de recursos naturais e o emergente termo “racismo ambiental”. O deputado alerta para os impactos nas cidades, exemplificados pelas fortes chuvas de verão, evidenciando a urgência de tornar os espaços urbanos mais resilientes e menos desiguais.
,Reportagem – Larissa Nunes – Jornalista da Frente Parlamentar Ambientalista
O post “Dia Mundial da Educação Ambiental” foi publicado em 26/01/2024 e pode ser visto diretamente na fonte Frente Ambientalista