Para alcançar igualdade de gênero, as mulheres precisam ter o poder de tomar suas próprias decisões sobre concepção. A declaração foi feita pela vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, durante a abertura da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, em Nairobi.
No encontro, a diretora exectuva do UNAIDS, Winnie Byanyima, fez uma declaração de compromisso para intensificar as ações e o compromisso de acabar com a AIDS, eliminar a injustiça social e alcançar as mulheres e meninas que estão sendo deixadas para trás.
Ela reforçou a importância da prevenção, tratamento e assistência ao HIV como parte integrante da agenda da Conferência e lembrou que é intolerável que a mortalidade materna ainda seja a principal causa de morte de meninas e adolescentes entre 15 e 19 anos.
O Fundo de População da ONU (UNFPA) organiza o encontro em parceria com os governos do Quênia e da Dinamarca.
Brasileiros – A delegação brasileira conta com vários representantes da sociedade civil participando dos debates.
O mestrando em comunicação Bernardo Mota, de 22 anos, representa a Rede Distrital Trans e defende direitos e condições de saúde para pessoas LGBTI. “Falamos muito sobre saúde sexual e reprodutiva, mas isso nunca é pensado com recortes para a população trans, especialmente homens trans. O direito ao corpo também é direito à informação. Temos que ter mais serviços e pesquisas. A saúde da população trans deve ser vista de forma mais humanizada”, defende.
Já a doutora em demografia Jackeline Romio conheceu a violência de perto, sobretudo a violência contra a mulher. “Várias mulheres da minha família sofreram violência doméstica e sexual. Mais tarde, percebi a questão racial. Fui descobrindo a diferença e multiplicidade das violências contra mulheres negras”, relata. Hoje, ela é secretária da Associação Latinoamericana de População (ALAP) e coordenadora da Rede Vulnerabilidades da mesma entidade, além de ser uma referência em estudos sobre feminicídio, gênero e raça, ajudando inclusive a nortear políticas públicas no país. Em Nairóbi, Jackeline participa de um painel sobre equidade racial.
Elizabeth Campos Silva, 52 anos, é educadora social e coordenadora do Espaço Casa Viva/RedeCCAP, que leva ações em educação para crianças, adolescentes e jovens das comunidades de Manguinhos e entorno, no Rio de Janeiro. O complexo de Manguinhos é conhecido por sofrer com alguns problemas sociais, principalmente com a violência. Elizabeth relata ter sofrido violência obstétrica durante o parto da filha, o que a levou a lutar pelos direitos e saúde das mulheres. Além da Conferência de Nairóbi, ela
estará num evento paralelo que discute a participação de mulheres em cargos de liderança.
Saiba mais sobre a programação: https://www.nairobisummiticpd.org/overview
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