Foram sete dias de paz depois da posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2023. No oitavo, como sabemos, uma horda de vândalos invadiu a Praça dos Três Poderes, em Brasília, deixando um rastro de destruição e de alerta. Um começo de ano para acelerar o trabalho.
Já no dia 8 de janeiro, demos nosso primeiro furo: descobrimos que a mobilização para a invasão de Brasília vinha sendo realizada abertamente em redes como o Twitter, sob o código de “Festa da Selma”. A Agência Pública investiga a extrema direita e monitora suas redes desde a ascensão desses grupos no Brasil, na campanha de 2018 de Bolsonaro, por isso localizamos rapidamente essa informação.
Ao longo do ano, continuamos a investigar a desinformação e as ligações dos Bolsonaro com a extrema direita internacional. Reportagem feita pela Pública no especial Mercenários Digitais , que reuniu um time de jornalistas de 15 países latino-americanos e também Estados Unidos e Espanha, revelou que Eduardo Bolsonaro abriu uma empresa nos Estados Unidos com um empresário que apoiou atos golpistas e que sua campanha pagou o tal especialista argentino, Fernando Cerimedo, que mentiu sobre as urnas eletrônicas nas eleições de 2022.
Essa revelação embasou o requerimento para Cerimedo depor na CPMI do 8 de Janeiro, aberta no dia 26 de abril no Congresso. Seis reportagens da Pública constam do relatório final da CPMI, apresentado em outubro de 2023, entre elas a da “Festa da Selma”. Revelamos também que a trama nas redes para os bloqueios de caminhões nas estradas, depois da vitória de Lula, foi orquestrada antes do segundo turno, com a participação de militares da reserva e a conivência da Polícia Rodoviária Federal. Uma matéria de 2020 sobre espionagem da Abin no governo Bolsonaro também é citada no relatório, assim como uma entrevista de um especialista, apontando a retomada do poder pelos militares, em 2018, através da presidência de Jair Bolsonaro.
Acompanhamos desde o início uma medida urgente e esperada para os primeiros dias de governo: a desintrusão da Terra Indígena (TI) Yanomami, maciçamente ocupada por garimpeiros durante o governo anterior.
Desde 2022, a Pública denunciava o genocídio dos Yanomami e a cumplicidade do governo federal com o governo de Roraima, encabeçado por um aliado de Bolsonaro, para estimular a ocupação ilegal da TI pelos garimpeiros. Duas dessas reportagens foram premiadas em 2023; uma delas recebeu o Prêmio República, do Ministério Público Federal (MPF), e a outra, agraciada com o Prêmio de Comunicação da Fundação José Luiz Setúbal, trouxe a informação inédita – e devastadora – de que o número de mortes de crianças Yanomami equivale a 13 vezes a média nacional.
A cumplicidade entre o governo Bolsonaro e os garimpeiros, aliada ao desmonte intencional dos órgãos de proteção ao meio ambiente e aos indígenas, foi mostrada, já em janeiro de 2023, em um ofício inédito que relata que até um posto da Funai dentro da TI foi usado como base por helicópteros clandestinos e garimpeiros. Em fevereiro, o repórter da Pública que viajou a Boa Vista para cobrir as operações federais de desintrusão na TI Yanomami – compromisso do presidente eleito com os indígenas – desnudava a aparente conciliação das Forças Armadas com o governo Lula: o Exército relutava em desempenhar o seu papel, negando helicópteros de apoio. Uma má vontade reportada até o segundo semestre do ano, quando a força se recusou a entregar cestas básicas para as aldeias e promover o bloqueio do espaço aéreo na região, evitando a volta dos garimpeiros expulsos. Isso enquanto os fiscais do Ibama eram recebidos a tiros por garimpeiros na mesma TI.
Caixa-preta
A abertura da caixa-preta do governo Bolsonaro por uma força-tarefa de pedidos de Lei de Informação (LAI) trouxe outras revelações chocantes: o general Hamilton Mourão, vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia, reconheceu, em uma reunião em agosto de 2022, a necessidade de combater o garimpo na TI Yanomami, mas não agiu.
Essas investigações, feitas com o apoio de 2.000 Aliados, que participam do programa de doações recorrentes da Pública, obtiveram grande volume de documentos que comprovaram suspeitas e trouxeram surpresas, como o fato de o governo Bolsonaro ter escondido que um suspeito do caso Marielle havia sido detido em Cancún, no México. Revelamos também “as atas secretas da Covid ”, um documento de 860 páginas que contém o registro das reuniões realizadas no Palácio do Planalto, entre março de 2020 e setembro de 2021, pelo Centro de Coordenação das Operações do Comitê de Crise da Covid-19.
As atas relatam que o Ministério da Defesa se empenhou na produção de cloroquina, comprovadamente ineficaz para o tratamento da doença e que o governo se omitiu na crise sanitária em Manaus e postergou a aquisição de vacinas; além de revelarem o conflito de interesse entre fabricantes de vermífugos sem eficácia para covid e outras informações graves, a ponto de membros da CPI da Covid pedirem a reabertura de inquéritos com base nessas atas, que nunca haviam sido analisadas.
Comemoramos neste ano o impacto de grandes reportagens exclusivas da Pública, um dos poucos veículos do Brasil que investiga empresas com independência, sem receber recursos de anunciantes para fazer jornalismo.
Outra reportagem da Pública que trouxe consequências concretas na esfera pública foi a que revelou a presença de símbolos nazistas na Secretaria de Educação do município de Dona Emma, Santa Catarina. Uma semana depois da publicação, o Ministério Público de Santa Catarina abriu uma investigação com base nessa matéria.
No dia 6 de dezembro passado, a Câmara aprovou o PL do caso Klein, que aumenta de três para 20 anos o prazo para ações reparatórias sobre crimes sexuais contra crianças e adolescentes. O PL 1.486 foi proposto pela deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) a partir da publicação de uma série de reportagens da Pública, em abril de 2021, revelando que o fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, manteve uma rede de exploração sexual de meninas e mulheres por três décadas – sem jamais ser incomodado nem pela polícia, nem pela Justiça, nem pela imprensa. O projeto foi aprovado em votação simbólica na Câmara e vai agora ao Senado, com chance de alterar o Código Civil, dando mais tempo para as vítimas buscarem indenização.
Conseguimos também levar ao debate público as práticas antiéticas do iFood contra a mobilização dos entregadores por melhores condições de trabalho, reveladas por reportagem publicada em abril de 2022 . O assunto foi discutido na CPI dos Aplicativos da Câmara Municipal de São Paulo e a reportagem, citada em seu relatório, que cobra mais controle sobre a atividade das empresas de aplicativo e pede mais segurança para entregadores e motoristas.
Além disso, o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o iFood e agências de publicidade contratadas pela empresa para a campanha de desmobilização. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu apuração sobre o caso. Em julho de 2023, o iFood e as agências de publicidade foram obrigados a assinar junto ao MPF e o MPT um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para promover ações em favor do direito da sociedade à informação e dos direitos trabalhistas e associativos de seus entregadores.
E continuamos a investigar empresas, como fizemos recentemente no caso da Braskem em Maceió. Neste ano, realizamos também uma grande investigação em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sobre a participação de empresas no aparato repressivo da ditadura.
O especial “Empresas cúmplices da ditadura militar”, com reportagens sobre dez empresas, como Fiat, Folha de S.Paulo, Aracruz, ganhou o primeiro lugar na categoria online no 40º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo e o segundo lugar na categoria Reportagens Jornalísticas do 12º Prêmio Amaerj Patrícia Acioli de Direitos Humanos.
Olhando para cima
O ano, que começou um evento extremo em São Sebastião (SP), em que 65 pessoas morreram e mais de 4.000 perderam suas casas, foi também o mais quente da história. Em 2023, nossa cobertura de clima se intensificou, com novos jornalistas na redação e novos temas nas pautas, sempre do ponto de vista do interesse público e dos direitos humanos, que caracteriza o jornalismo investigativo da Pública.
Como mostrou a tragédia no litoral paulista, a emergência climática já está entre nós e vem marcada pela desigualdade social em relação às consequências. Como revelamos, a preocupação é imediata: políticas públicas de adaptação estão ausentes até nas capitais ou estão até mesmo sendo engavetadas, o que ocorreu no Rio Grande do Sul, caso abordado em reportagem vencedora do 2º Prêmio Sintergs. No final do ano, a seca de proporções inéditas na Amazônia mostrou a gravidade da emergência climática para a floresta e seus habitantes.
Acompanhamos também o avanço das políticas contra o desmatamento e de proteção à Amazônia e aos indígenas – pela primeira vez com representação em um ministério comandado por uma indígena. Continuamos a investigar a violência contra esses povos e outras comunidades no projeto Amazônia Sem Lei , que neste ano lançou a segunda temporada de reportagens investigativas em podcast, com seis episódios no ar . Aliás, no campo do áudio, continuamos a todo o vapor, com temas cada vez mais quentes debatidos no Pauta Pública, e novos projetos, como o podcast sobre o caso Klein, que será lançado em 2024 com apoio dos Aliados.
Outra novidade foi o lançamento de dois concursos de microbolsas dirigidos exclusivamente para comunicadores e repórteres indígenas – com a publicação de nove reportagens (a segunda fase ainda está em andamento). Uma inovação que promete belos e novos frutos no ano em que a Pública completou a marca de 80 grupos de repórteres beneficiados com nosso programa de microbolsas.
A cobertura de clima e ambiente também se beneficiou da ligação das reportagens de campo no Cerrado e na Amazônia com o jornalismo de dados – que trouxe revelações como as 50 empresas que são as “donas da água” no Brasil.
Em abril deste ano, inauguramos nossa sucursal em Brasília, com um diretor, um editor e cinco repórteres investigativos, além de uma estagiária, entre eles uma repórter especializada em clima e indígenas e dois repórteres que se dedicam também à cobertura da Amazônia. Com isso, acompanhamos de perto todo o processo de votação do Marco Temporal, no STF e no Congresso, bem como a mobilização dos indígenas, além do lobby da bancada ruralista para flexibilizar a legislação de agrotóxicos do país. Uma de nossas reportagens trouxe um estudo inédito que associa o aumento de leucemia infantil ao uso de pesticidas nas plantações de soja em expansão no país.
Um dos destaques recentes da sucursal de Brasília – que trouxe entrevistas com membros do primeiro escalão do governo, grandes investigações sobre o Congresso, incluindo furos sobre seu presidente, Arthur Lira, e a penetração de uma empresa israelense de espionagem no poder público – é a investigação sobre a PEC do Plasma . Os repórteres da Pública se debruçaram sobre um obscuro projeto de lei que pretende facultar à iniciativa privada a exploração de sangue humano e derivados. Ouviram mais de 30 pessoas, que contaram de que maneira isso vai aumentar o lucro estratosférico das empresas farmacêuticas enquanto ameaça a saúde pública. A sucursal produz também a coluna “Entrelinhas do Poder ”, com notícias mais rápidas sobre Brasília.
O petróleo e a COP
Investigamos também as pressões do governo federal sobre o Ibama no caso da expansão da exploração de petróleo. Além de reportagens e entrevistas com especialistas e membros do governo com diferentes posições, dois concursos de microbolsas (programa que premia pautas de jornalistas que não são da Pública) trataram da questão da energia e mudanças climáticas. Foram produzidas pautas sobre os planos da Petrobras , os impactos dessa exploração na foz do Amazonas e para as comunidades e o ambiente da Margem Equatorial, bem como o risco que representam para o maior recife de corais da América do Sul.
A expansão da exploração do petróleo acabou sendo a maior fraqueza do país nas principais conferências climáticas do ano aos quais estivemos presentes: a Cúpula da Amazônia, em Belém, e, sobretudo, a COP28 , em Dubai, que se encerrou neste mês de dezembro.
Além da cobertura robusta feita pela Pública (veja os detalhes nesse episódio do Pauta Pública) no principal evento para deter “o fim do mundo” – antevisto por cientistas e indígenas –, foi uma reportagem da Pública que baseou a escolha do Brasil para receber o “Fóssil do Dia”, um “prêmio” concedido ao país em 4 de dezembro, que naquele dia tomou a pior atitude do ponto de vista da emergência climática.
Um cálculo inédito apresentado na reportagem mostrou que a exploração de petróleo na Margem Equatorial anularia o ganho do desmatamento zero no Brasil. Um número crucial no dia em que o presidente Lula anunciou a participação do país na Opep+.
Esses debates continuarão em 2024 e a Pública estará preparada para contribuir com todos eles, antecipando questões e ouvindo a sociedade civil, os movimentos sociais, cientistas, mulheres, indígenas, negros. Investigando interesses públicos e privados.
Neste ano, reconquistamos a democracia. Esperamos que, no novo ano, desigualdades e privilégios se tornem cada vez menores no nosso país, que tem tudo para ser um dos bastiões de um futuro mais ameno.
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Reportagens de impacto
Em 2023, o jornalismo da Pública causou impactos reais e discussões relevantes para a sociedade. Relembre alguns casos:
- PL Caso Klein. Motivado por reportagens da Agência Pública sobre o fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, um Projeto de Lei aprovado na Câmara pretende aumentar de três para 20 anos o prazo para ações reparatórias sobre crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Em abril de 2021, a Agência Pública publicou uma série de reportagens revelando que o fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, teria mantido uma rede de exploração sexual de meninas e mulheres por três décadas. Diante das dezenas de relatos colhidos pela Pública, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL) propôs, em 2021, o PL 4186, que propõe aumentar de três para 20 anos o prazo para ações reparatórias sobre crimes sexuais contra crianças e adolescentes. O projeto foi aprovado em votação simbólica na Câmara em 6 de dezembro e vai agora ao Senado, com chance de alterar o código civil, dando mais tempo para as vítimas buscarem indenização.
- TAC do iFood. Em abril de 2022, publicamos uma reportagem que revelou que o iFood contratou agências de publicidade para desmobilizar o movimento de entregadores. Por conta da reportagem, o assunto foi discutido na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Aplicativos da Câmara Municipal de São Paulo. A vereadora Luana Alves (PSOL), pediu à CPI explicações sobre suposta campanha de desmobilização do iFood. A CPI fez diligência na sede do iFood e também ouviu as agências denunciadas, que se recusaram a responder as perguntas. Além disso, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o iFood e agências de publicidade contratadas pela empresa. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) também abriu apuração sobre o caso. A reportagem também foi citada no relatório final da CPI, que cobra mais controle sobre a atividade das empresas de aplicativo e pede mais segurança para entregadores e motoristas. Em julho de 2023, o iFood e as agências de publicidade foram obrigados a assinarem junto ao Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para promover ações em favor do direito da sociedade à informação e dos direitos trabalhistas e associativos de seus entregadores. O MPF citou a Agência Pública e falou que esta ação foi resultado direto da investigação.
- CPMI do 8 de janeiro. 6 reportagens da Pública foram citadas no relatório final de outubro de 2023 da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. Foram citadas as investigações sobre os bloqueios em estradas , que contaram com apoio de empresários locais e conivência da PRF ; matéria de 2020 sobre o uso da Abin para fortalecer a espionagem sobre áreas críticas do governo Bolsonaro; entrevista com especialista sobre militares no governo; e a reportagem sobre o código “Festa da Selma ” usado para articular a invasão em Brasília. Além disso, o deputado Duarte (PSB-MA) protocolou um requerimento para que Paulo Generoso fosse convocado a depor na CPMI do 8 de Janeiro após revelarmos que o suspeito de apoiar os atos golpistas é sócio de Eduardo Bolsonaro em uma empresa aberta nos Estados Unidos. E o especial Mercenários Digitais, que investigou as campanhas de desinformação da extrema-direita na América Latina, embasou o requerimento para Fernando Cerimedo também depor na CPI do 8 de janeiro.
- Atas secretas. A partir de uma força-tarefa de pedidos de Lei de Acesso à Informação, a Agência Pública conseguiu acesso, em fevereiro de 2023, às atas secretas do Comitê de Crise da Covid-19 não analisadas pela CPI da Covid de 2021. O documento de 806 páginas registra o que aconteceu nas reuniões realizadas na Sala 97 do Palácio do Planalto pelo Centro de Coordenação das Operações do Comitê de Crise da Covid-19 (CCOP) entre março de 2020 e setembro de 2021. Membros da CPI da Covid pediram reabertura de inquéritos com base em atas reveladas pela Pública , que nunca haviam sido analisadas pela CPI. Os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL) ressaltaram a importância de a imprensa continuar investigando a atuação do governo Bolsonaro ao longo da pandemia para que os inquéritos arquivados sejam reabertos.
- Investigação de nazismo em SC. A reportagem da Agência Pública sobre a presença de símbolos nazistas na Secretaria de Educação da cidade de Dona Emma, em Santa Catarina, teve uma ampla repercussão. Após a denúncia, a prefeitura se manifestou , alegando que as imagens faziam parte da história do município. O Ministério Público de Santa Catarina abriu uma investigação em resposta à denúncia da Agência Pública, o que gerou cobertura em diversos veículos, como O Globo, UOL e Rádio Educadora. A reportagem foi republicada em vários veículos, incluindo UOL, Brasil 247, Revista Galileu, entre outros. Também foi tema de entrevistas e republicações em sites locais, como SCC 10 , Tribuna do Vale e Notícias Chapecó. A reportagem foi compartilhada no twitter pela União Brasileira dos Estudantes e indicada na newsletter do site internacional Worldcrunch. A Pública foi citada no Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, no qual a reportagem foi utilizada na produção de um minidocs ganhadores da premiação.
Mais republicadas
Nossas reportagens são republicadas gratuitamente por diversos sites no Brasil e no exterior. Graças a diversos parceiros republicadores, conseguimos chegar a mais pessoas.
Governo Bolsonaro escondeu caso de homem detido em Cancún acusado da morte de Marielle
52 republicações – Estados de Minas , iG , Carta Capital
Os donos da água: 50 empresas podem usar mesma quantidade que metade do Brasil
49 republicações – Revista Galileu , Nexo , Ministério Público do Estado de Mato Grosso
Flávio Dino diz já ter novidades no caso Marielle: “Vamos chegar a uma solução do crime”
45 republicações – UOL , Mídia Ninja , Brasil de Fato
Fiscais do Ibama são recebidos a tiros por garimpeiros ilegais na Terra Yanomami
43 republicações – Roraima 1 , Brasil247 , Jornal do Brasil
Google pagou mais de meio milhão de reais em anúncios no Facebook contra PL das Fake News
41 republicações – Revista Ópera , Sul21 , Real Time 1
Aliados
Em 2023, fizemos grandes investigações com o apoio de nossas leitoras e leitores. No início do ano, graças ao apoio de 2 mil Aliados, conseguimos abrir a caixa-preta do Governo Bolsonaro. Revelamos histórias que ficaram escondidas da imprensa nos últimos quatro anos, da compra de vacinas contra covid a um misterioso ex-suspeito do assassinato de Marielle Franco que foi detido no México.
Governo Bolsonaro escondeu caso de homem detido em Cancún acusado da morte de Marielle
Mourão admitiu necessidade de combater garimpo em Terra Yanomami, mas não agiu
O que dizem as atas secretas sobre a compra de vacinas
Neste ano, graças ao apoio de mais de 1700 pessoas, também conseguimos levantar 90 mil reais para produzir um podcast sobre as acusações de crimes sexuais do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein. Depois que publicamos nossa primeira investigação sobre essa história em 2020, recebemos diversos outros relatos e descobrimos que havíamos revelado somente a ponta de um iceberg que durante anos ficou encoberto. Os relatos que conseguimos apontam que Samuel Klein teria mantido, por ao menos 30 anos, um esquema de exploração sexual de meninas que ocorria em suas propriedades e na própria sede das Casas Bahia.
Para que essa história, ainda ignorada por parte da imprensa brasileira, não seja esquecida, decidimos seguir investigando. Em 2024, vamos lançar um podcast com novas entrevistas e detalhes sobre o caso Samuel Klein.
A Pública em Brasília
Em abril, lançamos nossa sucursal de Brasília, que no fim de 2023 conta com uma equipe de oito pessoas. Além de produzir reportagens investigativas, nossa equipe em Brasília também produz a coluna de notas Entrelinhas do Poder.
Reportagens investigativas
Sangue, remédios e dinheiro: Quem sai ganhando com a PEC do Plasma
Como empresa de espionagem israelense alvo da PF se espalhou pelo poder público no Brasil
Governos Bolsonaro, Ibaneis e militares ignoraram aviso da Abin sobre risco de violência
Entrelinhas do Poder
Apyterewa: Indígenas se mudam de aldeias temendo retaliação por desintrusão de invasores
Multa por pesca ilegal contra Bolsonaro volta a valer, decide Ibama
As contradições da família Bolsonaro sobre o faturamento da Bolsonaro Digital
Projetos especiais
- 10 anos do Brasil nas Ruas
Neste especial, a Agência Pública traz reportagens e reflexões sobre algumas das manifestações que tomaram as ruas do Brasil nos últimos 10 anos. Apuramos que o Movimento Passe Livre, que deu o pontapé em 2013, segue ativo e pautando a gratuidade no transporte público. Mostramos os dados de pesquisas com semelhanças e diferenças no perfil dos manifestantes em alguns dos atos da década. Revelamos que estudantes que ocuparam a Universidade Tecnológica no Paraná em 2016 foram processados, numa disputa que seguiu até este ano. E mostramos como a direita foi se radicalizando desde o impeachment de Dilma até Bolsonaro.
Leia aqui todas as reportagens.
- Empresas Cúmplices da Ditadura
Petrobras, Fiat, Companhia Docas de Santos, Itaipu, Josapar, Paranapanema, Cobrasma, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Aracruz e Folha de S. Paulo podem estar ligadas a algum tipo de violação de direitos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985)? A equipe da Agência Pública, numa série de reportagens especiais com apuração própria, acesso a relatórios, depoimentos de vítimas, pesquisadores e documentos raros sobre um dos períodos mais terríveis e violentos da história brasileira, mostra como elas tiveram algum grau de participação no aparato de repressão que perseguiu, prendeu, torturou e assassinou opositores.
Leia aqui todas as reportagens.
- Mercenários Digitais
Através de uma série de reportagens especiais, embasadas em investigações aprofundadas, análises de documentos sigilosos e depoimentos impactantes, a equipe da Agência Pública desvenda como especialistas em comunicação política, outrora consultores de imagem e estratégia, transformaram-se em manipuladores digitais na era da informação. Com acesso a informações privilegiadas e utilizando-se de métodos eticamente questionáveis, esses profissionais agora operam nas sombras, coletando dados privados sem consentimento, criando perfis falsos e mensagens personalizadas para influenciar a opinião pública.
Leia aqui todas as reportagens.
- Amazônia Sem Lei
Especial investiga a violência relacionada à regularização fundiária, demarcação de terras e reforma agrária na Amazônia Legal e no Cerrado.
Leia aqui todas as reportagens.
Colunas
A publicação de colunas foi uma novidade em nosso site em 2023. Passamos a publicar colunas semanais de quatro jornalistas da casa. São eles: as fundadoras e editoras-executivas, Marina Amaral e Natalia Viana, a chefe da cobertura socioambiental, Giovana Girardi, e o repórter Rubens Valente.
Microbolsas
Em 2023, chegamos à marca de 80 grupos de repórteres contemplados pelas tradicionais Microbolsas da Pública!
Neste ano, lançamos dois novos editais temáticos: sobre transição energética, em parceria com a Conectas Direitos Humanos e sobre desafios enfrentados por pessoas egressas do sistema prisional, em parceria com o Instituto Pro Bono. Além disso, no início do ano publicamos as pautas contempladas nas Microbolsas Petróleo e Mudanças Climáticas, uma parceria com o WWF-Brasil.
Também publicamos em 2023 o resultado das Microbolsas para Repórteres Indígenas. Neste programa, convidamos comunicadores indígenas de todo o país a investigar questões enfrentadas por suas comunidades. Essa edição das Microbolsas deu origem ao Programa de Formação para Repórteres Indígenas, que teve suas inscrições encerradas em dezembro e no início de 2024, vai selecionar mais seis comunicadores para receber uma bolsa de R$ 8 mil, mentoria de nossos repórteres e uma semana de treinamento na redação da Agência Pública.
Microbolsas Petróleo e Mudanças Climáticas
Reportagens investigativas sobre a relação entre a exploração de petróleo e as mudanças climáticas, com foco em investigações que levem em conta principalmente os novos blocos de exploração na região amazônica e seus impactos socioambientais.
Microbolsas Energia e Crise Climática
Reportagens investigativas sobre os impactos da produção de energia de origem fóssil e do processo de substituição dessa matriz por fontes renováveis, sobre os direitos humanos de trabalhadores e trabalhadoras, bem como das comunidades afetadas.
Microbolsas Egressos do Sistema Prisional
Reportagens sobre os diferentes aspectos da vida após o cárcere, os obstáculos sociais e jurídicos enfrentados por egressos do sistema prisional e a criação e execução de políticas públicas para essa população.
Microbolsas Indígenas
Reportagens sobre as diversas ameaças que hoje assolam os mais de 300 povos originários existentes no país e seus territórios tradicionais.
Podcasts
- Pauta Pública
Em 2023, o Pauta Pública se consolidou como um podcast semanal, chegou a seu 100º episódio e, como sempre, entrevistou pessoas que nos ajudam a compreender temas atuais, das mudanças climáticas à guerra entre Israel e Palestina. Relembre os episódios mais ouvidos:
66 | Dos incels aos red pills: as redes de misoginia – com Marie Declercq
EP 66
Dos incels aos red pills: as redes de misoginia – com Marie Declercq
90 | A fé e o fuzil – com Bruno Paes Manso
EP 90
A fé e o fuzil – com Bruno Paes Manso
88 | Supremacia branca e privilégio – com Lia Vainer
EP 88
Supremacia branca e privilégio – com Lia Vainer
94 | O conflito Israel-Palestina até aqui – com Reginaldo Nasser
EP 94
O conflito Israel-Palestina até aqui — com Reginaldo Nasser
67 | ChatGPT e as inteligências artificiais – com Diogo Cortiz
EP 67
ChatGPT e as inteligências artificiais – com Diogo Cortiz
- Amazônia sem Lei
A segunda temporada do podcast Amazônia Sem Lei foi lançada, com seis novos episódios. Nossos repórteres foram para o Pará, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Maranhão e levaram o gravador na mochila para contar as histórias das investigações que fizemos para os ouvintes.
Podcast Amazônia Sem Lei: segunda temporada
Reportagens para ouvir
Em 2023 lançamos nosso primeiro projeto com uso de inteligência artificial. Reportagens para ouvir são versões em áudio de nossas matérias, lidas por uma inteligência artificial que usa a voz da jornalista Mariana Simões.
Lançamos também nossa política de uso de inteligência artificial.
Prêmios
Em 2023, a Pública ganhou 7 prêmios e foi indicada a outros 4. Chegamos à marca de 75 prêmios conquistados!
40º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo
O especial “Empresas cúmplices da ditadura militar” ganhou o 1º lugar na categoria online do 40º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo.
12º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos
O especial “Empresas cúmplices da ditadura militar” ficou em segundo lugar na categorias Reportagens Jornalísticas do 12º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos.
2023 APSA Information Technology and Politics Best Public-Facing Scholarship Award
A Associação Americana de Ciência Política premiou como melhor artigo de Investigação Acadêmica Pública o artigo “Caso Vera Magalhães: Bolsonaro odeia as mulheres porque odeia a democracia”.
Prêmio de Comunicação da Fundação José Luiz Egydio Setúbal
A reportagem “Crianças Yanomami morrem 13 vezes mais por causas evitáveis do que média nacional” venceu a categoria texto do Prêmio de Comunicação da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.
XI Prêmio República
A reportagem “Dobradinha Denarium/Bolsonaro em Roraima mantém garimpo em Terra Yanomami” venceu a categoria Jornalismo Escrito do XI Prêmio República. A reportagem “A Máquina Oculta de Propaganda do iFood” recebeu menção honrosa na mesma categoria.
2º Prêmio Sintergs de Jornalismo
A reportagem “Governo do Rio Grande do Sul engavetou planos para lidar com mudanças climáticas” venceu na categoria online o 2º Prêmio Sintergs de Jornalismo, promovido pelo Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do RS (Sintergs).
Financiadores
OAK Foundation
Apoio institucional
Ford Foundation
Apoio institucional
Open Society Foundations
Apoio institucional
Instituto Galo da Manhã
Apoio institucional
Institutos Serrapilheira e Ibirapitanga
Apoio institucional
The Reva & David Logan Foundation
Apoio institucional
Norwegian Program to Support Indigenous People
Programa de Formação para Repórteres Indígenas
CLUA
Amazônia Sem Lei
Applied AI Journalism Challenge – Open Society Foundations
Reportagens para Ouvir e Pública IQ
Media Defense
Apoio jurídico à Agência Pública
Porticus
Investigações sobre clima
Report For The World
Investigações sobre gênero
Fund for Investigative Journalism
Investigações sobre desinformação e extrema-direita
Conectas Direitos Humanos
Microbolsas Energia e Crise Climática
Instituto Pro Bono
Microbolsas Egressos do Sistema Prisional
Fonte
O post “O melhor “pior ano do mundo”” foi publicado em 23/12/2023 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte Agência Pública