O IBGE divulga hoje as estimativas de sub-registro e subnotificação de nascimentos e óbitos referentes a 2021. Os dados foram estimados a partir do pareamento das Estatísticas do Registro Civil do IBGE e das bases de dados do Ministério da Saúde (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC e Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM), por meio da técnica de Captura-Recaptura. A partir do uso da técnica, foram estimados os totais de eventos vitais, para nascimentos e óbitos, e, consequentemente, o sub-registro (IBGE) e a subnotificação (Ministério da Saúde). Além disso, foi possível observar estes dados desagregados, segundo as características da população, como idade e local da ocorrência dos eventos vitais. Essas estimativas desagregadas integram as estatísticas experimentais do IBGE, que ainda estão sob avaliação metodológica.
Proporção de sub-registro de nascimentos foi 2,59% em 2020 e 2,06% em 2021
Em 2021, o número estimado de nascidos vivos foi de 2.690.159. A proporção de sub-registro de nascimentos naquele ano foi de 2,06%, uma queda em relação ao ano anterior (2,59%). No início da série histórica, em 2015, esse percentual era de 4,21%. Já o percentual de subnotificação no país, em 2021, foi de 0,49%, proporção inferior à de 2020 (0,69%) e à de 2015 (2,01%).
Destacam-se os resultados obtidos para nascimentos de bebês com mães adolescentes, que apresentam maiores estimativas de sub-registro. Para o grupo das mães com menos de 15 anos, o total estimado foi de 17.581 nascimentos, com 11,06% de sub-registro. Esse percentual tende a diminuir levemente para as idades de 15, 16 e 17 anos, porém são os maiores sub-registros observados no nível Brasil. A subnotificação nesses casos tende a ser bem menor, chegando a 0,72%. Por outro lado, para os nascidos com mães de 50 anos ou mais, a subnotificação chega a 6,01%, sendo o maior valor para esta estatística no nível Brasil.
Regionalmente, também chamam a atenção os percentuais de sub-registro dos nascimentos em alguns estados do Norte, quando observados os dados pela idade da mãe. No Amazonas, por exemplo, foram estimados 1.192 nascidos vivos cujas mães tinham menos de 15 anos. Nesse grupo, a proporção de sub-registro foi de 28,62%. No Amapá, esse percentual era ainda maior (35,93%) e em Roraima superava a metade desse grupo (50,08%). Para efeitos de comparação, em São Paulo, entre as mães com idade inferior a 15 anos, o percentual de sub-registro de nascidos vivos era muito menor (1,08%).
Tabela 1.1 – Total estimado e percentual de sub-registro/subnotificação de nascidos vivos nas bases de dados consideradas, segundo a idade da mãe na ocasião do parto Brasil – 2021 |
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Idade da mãe na ocasião do parto | Total estimado de nascidos vivos | Sub-registro de nascidos vivos (IBGE) (%) | Subnotificação de nascidos vivos (Ministério da Saúde) (%) |
Menos de 15 anos | 17.581 | 11,06 | 0,70 |
15 | 31.762 | 8,17 | 0,72 |
16 | 51.814 | 5,96 | 0,64 |
17 | 70.445 | 4,64 | 0,64 |
18 | 87.850 | 3,74 | 0,64 |
19 | 107.639 | 3,03 | 0,60 |
20 | 121.596 | 2,67 | 0,53 |
21 | 134.405 | 2,42 | 0,53 |
22 | 133.823 | 2,22 | 0,50 |
23 | 136.581 | 2,06 | 0,49 |
24 | 136.030 | 2,00 | 0,53 |
25 | 137.491 | 1,82 | 0,49 |
26 | 136.709 | 1,66 | 0,48 |
27 | 133.005 | 1,60 | 0,46 |
28 | 126.720 | 1,52 | 0,45 |
29 | 123.288 | 1,49 | 0,45 |
30 | 119.094 | 1,36 | 0,47 |
31 | 115.092 | 1,28 | 0,40 |
32 | 113.237 | 1,23 | 0,43 |
33 | 106.421 | 1,21 | 0,41 |
34 | 97.584 | 1,17 | 0,39 |
35 | 91.097 | 1,16 | 0,41 |
36 | 79.560 | 1,22 | 0,42 |
37 | 68.283 | 1,16 | 0,41 |
38 | 60.172 | 1,20 | 0,40 |
39 | 50.183 | 1,18 | 0,44 |
40 | 37.391 | 1,19 | 0,39 |
41 | 26.149 | 1,25 | 0,41 |
42 | 17.180 | 1,39 | 0,43 |
43 | 10.461 | 1,18 | 0,52 |
44 | 5.664 | 1,55 | 0,61 |
45 | 2.934 | 1,75 | 0,83 |
46 | 1.347 | 2,17 | 0,83 |
47 | 643 | 3,30 | 1,12 |
48 | 323 | 0,96 | 3,13 |
49 | 185 | 2,20 | 1,65 |
50 anos ou mais | 420 | 4,34 | 6,01 |
Fontes: 1. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2021. 2. Ministério da Saúde, Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos 2021. |
De 2020 para 2021, sub-registro de óbitos recua de 4,14% para 3,49%
O total estimado de óbitos em 2021 foi de 1.850.673. A proporção de sub-registro do IBGE foi de 3,49%, inferior à de 2020 (4,14%) e à do início da série histórica (4,89%). O percentual de subnotificações dessas mortes em 2021 foi de 0,97%, proporção que também caiu frente a 2020 (1,39%) e a 2015 (2,32%). Quando observados os dados por grupos de idade do falecido, desconsiderando-se os de idade ignorada (33,40%), o maior percentual de sub-registro se deu entre os óbitos neonatais, quando o bebê morre até os 27 dias de vida (14,19%).
No mesmo período, 11,86% dos que faleceram entre 28 e 364 dias de vida não tiveram seus óbitos registrados. A maior proporção de subnotificação do Ministério da Saúde também foi observada entre os óbitos neonatais (2,23%) e o menor no grupo de 60 a 64 anos (0,77%).
Entre os óbitos de menores de 1 ano de idade, os maiores percentuais de sub-registro estavam no Amapá (54,03%), no Maranhão (46,86%) e no Piauí (44,06%), enquanto os menores foram observados no Rio de Janeiro (0,87%) e no Distrito Federal (0,95%). Na mesma faixa etária, as maiores proporções de subnotificação estavam no Ceará (8,12%), no Maranhão (4,64%) e no Acre (4,38%). Já as menores, no Rio Grande do Sul (0,53%) e no Rio de Janeiro (0,58%).
No total de 1.850.673 óbitos, cerca de 68,89% ocorreram em hospitais. Em seguida, aparecem os ocorridos no domicílio (18,61%) e em outro estabelecimento de saúde com internação (6,92%). Os óbitos em hospital tiveram 2,85% de sub-registro e 0,66% de subnotificação. Já entre as mortes ocorridas no domicílio, a proporção de sub-registro foi de 5,28% e a de subnotificação, 1,94%. Os dados também fazem parte das Estatísticas Experimentais.
Tabela 2.1 – Total estimado e percentual de sub-registro/subnotificação de óbitos nas bases de dados consideradas, segundo o grupo de idade do falecido – Brasil – 2021 | |||
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Grupo de idade do falecido | Total estimado de óbitos |
Sub-registro de óbitos (IBGE) (%) |
Subnotificação de óbitos (Ministério da Saúde) (%) |
Neonatal – até 27 dias | 22.979 | 14,19 | 2,23 |
Pós neonatal – de 28 dias a 364 dias | 9.492 | 11,86 | 1,02 |
01 a 04 | 5.103 | 10,79 | 1,54 |
05 a 09 | 2.797 | 8,01 | 1,07 |
10 a 14 | 3.856 | 8,05 | 1,44 |
15 a 19 | 15.807 | 8,08 | 1,36 |
20 a 24 | 27.244 | 6,03 | 1,18 |
25 a 29 | 30.275 | 4,79 | 1,08 |
30 a 34 | 36.256 | 4,15 | 1,03 |
35 a 39 | 49.800 | 3,50 | 0,90 |
40 a 44 | 64.716 | 3,37 | 0,93 |
45 a 49 | 80.626 | 3,09 | 0,89 |
50 a 54 | 104.181 | 2,86 | 0,83 |
55 a 59 | 138.505 | 2,46 | 0,79 |
60 a 64 | 164.353 | 2,40 | 0,77 |
65 a 69 | 188.610 | 2,46 | 0,82 |
70 a 74 | 199.469 | 2,71 | 0,83 |
75 a 79 | 194.062 | 3,22 | 0,92 |
80 a 84 | 189.284 | 3,56 | 0,99 |
85+ | 320.872 | 3,96 | 1,21 |
Ignorado | 2.384 | 33,40 | 11,72 |
Fontes: 1. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2021. 2. Ministério da Saúde, Sistema de Informações sobre Mortalidade 2021. |
Fonte
O post “IBGE divulga estimativas de sub-registro e subnotificação de nascimentos e óbitos em 2021” foi publicado em 15/12/2023 e pode ser visto originalmente diretamente na fonte IBGE – Agência de Notícias