Os estados do Rio de Janeiro e de Alagoas passarão a usar os dados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa) para reportar suas emissões e orientar suas políticas de enfrentamento às mudanças do clima. Na última quinta-feira (14), foi realizada no Rio uma cerimônia para marcar a assinatura de um acordo de cooperação técnica entre a Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade (Seas) do estado e o Observatório do Clima para permitir o intercâmbio de dados e ferramentas para a produção de inventários.
O acordo prevê a utilização “no todo ou em parte” dos dados e documentos analíticos do SEEG sobre a evolução das emissões do Rio e de seus municípios. Instrumento semelhante foi assinado com o governo de Alagoas no final de agosto.
Com as assinaturas, já são três os estados que utilizam o sistema de estimativas da sociedade civil para a elaboração de seus inventários oficiais de emissões, o que atesta a qualidade da metodologia do SEEG, aberta e com dados disponibilizados gratuitamente na internet. O primeiro acordo do gênero foi firmado em 2021 com São Paulo, maior estado do país.
Lançado em 2012 e incorporado ao OC no ano seguinte, o SEEG foi o primeiro sistema no Brasil a produzir estimativas anuais de emissão de gases de efeito estufa. Hoje ele é uma das maiores bases de dados nacionais do mundo sobre emissões, abarcando o período de 1970 a 2021 para todos os grandes setores da economia responsáveis por geração de poluição climática (energia, processos industriais, agropecuária, resíduos e mudança de uso da terra).
A metodologia do SEEG é baseada nos inventários nacionais de emissões do Brasil e nas diretrizes do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima), com o uso de dados públicos para as atualizações anuais. Ela já foi replicada no Peru e na Índia e detalhada no periódico Nature Methods.
“É uma satisfação que os estados aproveitem e colaborem com o aprimoramento dos dados do SEEG. Com isso, a gestão pública pula a custosa e geralmente demorada primeira etapa de diagnóstico do problema e pode concentrar esforços em já pensar e implementar as soluções mais efetivas no seu território”, diz Davis Tsai, coordenador do SEEG.
“Temos alta expectativa agora para que, de posse dessas informações, os estados acelerem suas ações de mitigação, adaptação e transição justa”, disse Lorena Pontes Masri, gestora de Projetos do OC.
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