O recorde de emissões de green bonds, títulos de dívidas com o objetivo de financiar projetos sustentáveis, indica que governos, instituições financeiras e empresas estão avançando em estratégias net zero
A emissão global de títulos verdes, ou green bonds, elevou níveis recordes de capital dos investidores nos primeiros seis meses deste ano, com o mercado chegando a US$ 350 bilhões pela primeira vez.
De acordo com uma nova análise do escritório de advocacia Linklaters, de Londres, realizada nesta semana, o mercado financeiro global está a caminho de tornar 2023 um ano recorde em emissão de títulos de dívidas, por organizações públicas ou privadas, com o objetivo de financiar projetos sustentáveis e ambientais.
A empresa analisou os números da Bloomberg sobre a indústria e descobriu que um total de 1.758 produtos de títulos sustentáveis foram emitidos de 1º de janeiro a 30 de junho, levantando um total de US$ 568 bilhões no período.
Linklaters disse que os títulos verdes continuaram a dominar o mercado de títulos sustentáveis, com 935 títulos verdes emitidos durante o período, levantando US$ 351 bilhões e tornando o primeiro semestre do ano um recorde de seis meses em termos de valor de capital levantado de investidores.
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Os bancos, que como outras organizações têm divulgado estratégias de se tornar net zero, foram responsáveis pela maior parte do capital levantado em títulos verdes no primeiro semestre de 2023, totalizando US$ 123 bilhões. A quantia é “muito maior” do que nos anos anteriores, de acordo com o escritório Linklaters.
Embora a análise tenha mostrado que a emissão de green bonds na região Ásia-Pacífico teve um crescimento “significativo”, a Europa foi o maior mercado de títulos verdes, com 448 emissões até agora este ano, arrecadando um total de US$ 190 bilhões.
O crescimento do mercado ocorre em um cenário regulatório que está em constante evolução na Europa, com o Padrão de Títulos Verdes da União Europeia previsto para ser adotado a partir do final de setembro.
O escritório Linklaters destacou a importância de emissores e subscritores de títulos verdes buscarem aconselhamento jurídico para ajudá-los a navegar no cenário regulatório em rápida evolução e garantir que seus produtos cumpram os padrões emergentes.
“Será interessante ver se o ritmo de emissão se acelera ainda mais ao longo deste ano, à medida que governos, instituições financeiras e empresas procuram financiar um número crescente de projetos verdes”, disse Amelia Rice, gerente associada de mercado de capitais da Linklaters, para a reportagem do Business Green.
À medida que a urgência da transição climática se intensifica, também aumentará o escrutínio dos produtos financeiros sustentáveis. “O greenwashing está no topo da agenda dos reguladores em todo o mundo e desenvolvimentos recentes, como o acordo político sobre o Padrão de Títulos Verdes da UE, visam trazer maior transparência e confiança ao mercado”, alertou Ben Dulieu, sócio do mercado de capitais da Linklaters.
Fonte: UM SÓ PLANETA
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