Aos 47 anos, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) está em plena maturidade . O que se traduz em um grande número de conquistas – como a realização do Protocolo de Montreal de 1987, que limitou as emissões de gases que prejudicam a camada de ozônio; e a Convenção de Minamata de 2012, que limitou as emissões de mercúrio tóxico.
Mas, nesse percurso, também foram contabilizados erros, como o aumento do número de viagens aéreas e, consequentemente, de emissão de CO².
No entanto, o órgão continua reduzindo suas emissões anuais de carbono, sabendo que deve dar o exemplo: seu mandato é estabelecer a agenda ambiental global, fornecendo liderança e soluções para alguns dos desafios mais urgentes que a humanidade enfrenta.
É por isso que, desde 2008, ano de início do monitoramento de gases de efeito estufa, o PNUMA é considerada neutro em relação ao clima.
Greening the Blue – Limpando o ceú
O relatório 2019 Greening the Blue (Limpando o ceú, na tradução livre), mostra que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) continua a reduzir suas emissões de carbono em 3% ao ano desde 2010.
O relatório também aponta que o PNUMA está alinhado com as recomendações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) – particularmente em relação à taxa de mitigação de 45%, necessária para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 °C até 2030.
Shoa Ehsani, Oficial de Sustentabilidade e Neutralidade Climática do PNUMA, afirma que o Programa pratica o que prega.
“É importante que o PNUMA, como principal agência ambiental da ONU, cumpra as metas climáticas de acordo com a recomendação do IPCC, particularmente porque o PNUMA aconselha e incentiva os Estados-Membros e outras entidades a trabalharem diligentemente para atingir nossos objetivos climáticos globais”, relatou a oficial.
Reduzindo os números do impacto ambiental
Em 2018, a organização produziu 9.471 toneladas de dióxido de carbono. Desse total, 85% representam viagens aéreas, sendo que mais da metade foram subsidiadas para participantes externos.
As emissões relacionadas às instalações permaneceram constantes desde 2008, com o uso de eletricidade representando 12%, enquanto outras fontes, incluindo refrigeração, continuaram inferiores a 3%.
Para continuar avançando, o PNUMA deve reduzir suas viagens aéreas.
Com isso em mente, em 2019 a organização implementou várias políticas, incluindo:
- um limite para o número de funcionários que viajam da mesma divisão para um evento ou missão;
- um protocolo que exige justificativa para a viagem dos funcionários e se estão disponíveis opções alternativas, como ferramentas on-line;
- incentivo do uso de trens como alternativa aos voos de curta distância;
- compensação de dias de folga para os funcionários que optarem por rebaixar voluntariamente sua passagem da classe executiva à econômica;
- e, finalmente, um sistema on-line de aprovação de voos que destaca as emissões por viagem, comparando a média global do PNUMA com a equipe da sede, localizada em Nairóbi, Quênia.
Além do trabalho de diminuir as emissões diretas, o PNUMA também se concentrou em melhorar sua gestão de resíduos na sede, onde mais de 90% dos resíduos do escritório são reciclados.
O escritório da América Latina e do Caribe, localizado no Panamá, substituiu seus utensílios plásticos descartáveis por reutilizáveis, e o PNUMA da Ásia e o Centro Internacional de Tecnologia Ambiental do PNUMA, em Osaka, reduziram o uso de eletricidade por meio de aparelhos e iluminação mais eficientes.
Pegadas verdes
Para a próxima década, o PNUMA se comprometeu a continuar diminuindo sua pegada de carbono e liderando pelo exemplo.
A agência da ONU avalia que a luta por manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C permite que nações e povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.
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